Os smartphones se tornaram protagonistas dos fluxos comunicacionais da sociedade e facilitaram a participação das pessoas nas plataformas digitais de mídias sociais. Esse fenômeno serviu de pano de fundo para a criação dos Stories, em 2013, um formato narrativo para dispositivos móveis que oferece a proposta inovadora de autodestruição de suas postagens após 24 horas. Os Stories ganharam projeção a partir de 2016, quando a ferramenta foi implementada no Instagram e, rapidamente, também adotada por outras plataformas digitais. Com a reconfiguração do cenário de mídias, as empresas produtoras de notícias passaram a ter mais um espaço para atuação e a possibilidade de alcançar novos públicos, principalmente os mais jovens que povoam os Stories. Assim, o jornalismo, que também enfrenta crises com o aumento da disseminação de desinformação, é desafiado a superar o anacronismo de suas rotinas de produção para estabelecer um diálogo mais profundo e legítimo com a sua audiência. Com o objetivo de compreender a presença jornalística nos Stories do Instagram, aplicamos no nosso trabalho a metodologia exploratória combinada com a análise de conteúdo nas publicações dos perfis dos jornais Estadão e Folha durante o período de sete dias. Como resultado, desenvolvemos um modelo metodológico para o estudo de publicações no formato Stories e também categorizamos os principais componentes das narrativas jornalísticas nesse ambiente, dividindo-os em elementos narrativos, visuais, interativos, jornalísticos e comerciais. Também constatamos que a construção de stories jornalísticos é simultaneamente influenciada por valores audiovisuais, comerciais, interativos e narrativos presentes na lógica de funcionamento do Instagram. Em nossas discussões teóricas, percebemos que os Stories se destacam pela possibilidade de criar narrativas com percursos não-lineares de navegação através de hiperlinks e etiquetas de metadados, além da oferta de ferramentas de design acessíveis e automatizadas, que potencializam a expressão de emoções e de laços afetivos. Entendemos que, nos Stories, a equalização de vozes estimula a formação de relações mais humanas na prática jornalística e oferece uma conexão direta entre os jornalistas e o público.

Smartphones have become protagonists of society's communication flows and have facilitated people's participation in digital platforms of social media. This phenomenon served as a backdrop for the creation of Stories, in 2013, a narrative format for mobile devices that offers an innovative proposal of self-destruction of the posts after 24 hours. Stories gained projection from 2016, when the format was implemented on Instagram and was also quickly adopted by other digital platforms. With the reconfiguration of the media landscape, news production companies now have more space to act and the possibility of reaching new audiences, especially the younger people who populate the Stories. Thus, journalism, which also faces crises with the increasing dissemination of disinformation, is challenged to overcome the anachronism of its production routines to establish a deeper and more legitimate dialogue with its audience. To understand the journalistic presence in Instagram Stories, in our work we applied the exploratory methodology combined with content analysis in the publications made by the newspapers Estadão and Folha during a seven-day period. As a result, we developed a methodological model for the study of publications in Stories format and, also, we have categorized the main components of journalistic narratives in this environment, dividing them into narrative, visual, interactive, journalistic, and commercial elements. We also found that the construction of journalistic stories is simultaneously influenced by audiovisual, commercial, interactive, and narrative values present in the logic of Instagram's operation. In our theoretical discussions, we noticed that Stories stand out for the possibility of creating narratives with non-linear navigation paths through hyperlinks and metadata tags, in addition to offering accessible and automated design tools, which enhance the expression of emotions and affection ties. We understand that, in Stories, the equalization of voices encourages the formation of more human relations in journalistic practice and offers a direct connection between journalists and the public.