O movimento Fridays for Future levou, em 2019, mais de 7 milhões de pessoas às ruas decretando emergência climática. Sob a liderança da jovem sueca Greta Thunberg, surgiram as greves escolares pelo clima, representadas por jovens no mundo todo que suspenderam suas aulas para protestar pelo clima. Em 2021, por sua vez, assistimos à multiplicação do ativismo das juventudes pela criação de diferentes coletivos e iniciativas ambientais que sustentaram ações entre o online e offline, visibilizando a crise climática por meio de narrativas pessoais e perspectivas locais. A participação desses jovens está registrada nas redes sociais, nos noticiários e na história das conferências internacionais do clima. Diante disso, a presente pesquisa analisa os reflexos do movimento Fridays for Future no Brasil e seus desdobramentos práticos pelo surgimento de novas iniciativas protagonizadas por jovens lideranças. Por meio da etnografia digital, são apresentadas iniciativas que surgem em diferentes contextos geográficos, as quais evidenciam seus problemas locais a partir de estratégias próprias. Ao adotar a revisão bibliográfica, abordamos as noções de ativismo transmídia e organização transmídia para um entendimento mais amplo das estratégias comunicativas usadas no contexto da plataformização. Assim, chegamos à conclusão de que a transmídia se apresenta como uma competência midiática (media literacy) que influencia o modo de comunicação dessas juventudes. Em especial, destacamos como o movimento no Brasil ganhou abrangência por evidenciar diferentes perspectivas sobre o problema climático, promovendo a diversidade de vozes e narrativas que descrevem demandas e propostas de ação para um futuro global em um contexto de colapso ecológico.

The Fridays for Future movement gathered over 7 million people in the streets in 2019 by declaring a climate emergency. Under the leadership of the young Swedish activist Greta Thunberg, school strikes for climate emerged around the world, with young people suspending their classes to protest for the climate. In 2021, in turn, we witnessed the proliferation of youth activism through the establishment of different environmental collectives and initiatives that engaged both in online and offline actions, turning the climate crisis visible through personal narratives and local perspectives. The participation of these young people is documented on social media, in the news, and in the recent history of international conferences. In light of this, the present research examines the impacts of the Fridays for Future movement in Brazil and its practical developments through the emergence of new initiatives led by young leaders. Through digital ethnography, we present initiatives that arise in different geographical contexts, which highlight their local issues through their own strategies. By adopting a literature review, we approach the concepts of transmedia activism and transmedia organization to gain a broader understanding of the communicative strategies used in the context of platformization. Thus, we conclude that transmedia presents itself as a media literacy that constitutes the communication practices of these youth movements. In particular, we highlight how the Fridays for Future movement in Brazil has gained breadth by showcasing different perspectives on the climate problem, promoting diversity of voices and narratives that describe demands and proposed actions for a global future in a context of ecological collapse.