A presente tese investiga os novos arranjos de produção em coletivos no audiovisual brasileiro recente, na década de 2010, por meio de suas práticas discursivas e de um circuito acionado por meio de políticas culturais. A hipótese da pesquisa indaga se, ao tematizar as identidades a partir dos territórios, raça, classe e gênero, a ideia de diversidade social presente nesse circuito e advinda dessas obras baliza, na cultura, formas renovadas de organização da produção e distribuição. Parte-se do aumento significativo das produções audiovisuais a partir de investimentos, sobretudo públicos, que traduzem o emblema da diversidade ordenador do Plano Nacional de Cultura (2010-2022). Demonstra-se, assim, como esse processo ocorre em três escalas, a partir dos modos de organização dos grupos, das narrativas articuladas nos filmes e da relação buscada junto aos públicos: 1) em produtoras já estabelecidas no campo do cinema brasileiro; 2) em produtoras de cinema criadas na última década, e 3) em coletivos de produção periféricos, que coexistem a essas e também ocupam espaços de criação e circulação audiovisual. Na conclusão do trabalho, afirma-se em como o reconhecimento se coloca como categoria social em narrativas audiovisuais a partir dos pontos de relação entre o sentido de coletivo nas produções, as hibridações estéticas e as políticas que possibilitaram essas organizações e práticas no audiovisual brasileiro.

The present thesis investigates the new production arrangements in Brazilian audiovisual collectives in the 2010s. It analyses their discursive practices and how cultural policies activate the scene. The research hypothesises if, by thematising identities from categories as territories, race, class and gender, the notion of social diversity present in this sceneand emerging from these audiovisual piecespropels renewed models of production organisation and distribution in the cultural field. The research starts from the significant increase of audiovisual productions propelled by mostly public investments, translating a diversity motto that ordinates the Brazilian National Plan of Culture (2010-2022). This process occurs in three levels, accordingly to the modes of organisation of the groups, the narratives articulated in the films, and the aimed relationship with the audiences: 1) in production houses already established in the Brazilian cinematographic realm; 2) in producing houses created during the last decade; 3) in peripherical collective production companies, which coexist with the former and occupy spaces of audiovisual creation and dissemination. The thesiss final remarks problematise how recognition emerges as a social category in the audiovisual narratives emerging from the touchpoints between the sense of collective in the productions, the aesthetic hybridisations and the policies that facilitated the emergence of these organisations and practices in the Brazilian audiovisual scene.