Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.27.2022.tde-06012023-175610
Documento
Autor
Nome completo
Arthur Lauriano do Carmo
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2022
Orientador
Banca examinadora
Grossmann, Martin (Presidente)
Basbaum, Ricardo Roclaw
Kern, Keila
Título em português
Quase-glossário: fraturas institucionais e arte contemporânea em situação
Palavras-chave em português
-
Resumo em português
Esta pesquisa tem como pano de fundo as situações ou acontecimentos que podem ser identificados como inaugurais para o surgimento da figura do curador como autor no Brasil e os seus desdobramentos nas práticas artísticas. Mesmo havendo importantes figuras no comando de museus e equipamentos relacionados que também irão organizar exposições como Aracy Amaral, Mário Pedrosa e Walter Zanini foram as proposições precursoras de Frederico Morais as responsáveis pela gênese da curadoria independente no cenário brasileiro, lançando diante das exposições periódicas como Salões e Bienais o contraponto crítico de exposições temporárias, ampliando assim os espaços para o exercício da crítica através da expansão da linguagem escrita da crítica para a ambientação da discursividade curatorial. Tendo como base o arco terminológico que o legado da crítica que também é criação estabeleceu no século XX, proponho diante do cenário atual da arte contemporânea no Brasil e no mundo a criação de um protótipo de glossário capaz de reencontrar a discursividade crítica no momento mesmo de seu acontecimento. Este Quase-glossário lança mão de um percurso-processo poético por meio de operações de montagem e fratura advindas do seu próprio vocabulário, destacando termos-chave como: táticas contra-institucionais; crítico-criador; contemporaneidade; baratas enredadas; bosques mega-dimensionados dentre outros. Quase-glossário é um terreno de eventos e, por isso mesmo, de incertezas. Um dos recursos utilizados em nosso Quase-glossário é o de tropos linguístico, procurando uma multiplicidade de elos entre a figuratividade e o literal da linguagem. O gesto do Quase-glossário está calcado na falha, no fracasso e nos ruídos, uma operação cingida na intencionalidade de interversar as lógicas de narrativas-lineares do sistema universal-acadêmico. Não são os gestos ou ações mentais que são colocados como produtores, mas sua correlação, tropeços nos espaços, precariedades de recursos, manejamento dos excessos, atravessamentos, disputas, confluências. Desvios e tropeços na própria língua, balbuciar ruídos. Uma prática poético-interdisciplinar. Quase na filosofia: Vladimir Jankélévitch. Quase na antropologia: Eduardo Viveiros de Castro. Quase nas práticas artísticas: Robert Smithson e Hélio Oiticica. Quase na música: Luiz Tatit. Neste Quase-glossário são os verbetes os meros pretextos para se criar cruzamentos e aberturas de narrativas sobre o nosso referido pano de fundo.
Título em inglês
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Palavras-chave em inglês
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Resumo em inglês
This research has as its background the situations or events that can be identified as inaugural for the emergence of the figure of the curator as an author in Brazil and its consequences in artistic practices. Even though there are important figures in charge of museums and related equipment that will also organize exhibitions - such as Aracy Amaral, Mário Pedrosa and Walter Zanini - it was Frederico Morais precursor propositions that were responsible for the genesis of independent curatorship in the Brazilian scenario, launching, before periodic exhibitions - such as Salons and Biennials - the critical counterpoint of temporary exhibitions, thus expanding the spaces for the exercise of criticism through the expansion of the written language of criticism for the setting of curatorial discursiveness. Based on the terminological arc that the legacy of criticism - which is also creation - established in the 20th century, I propose, in view of the current scenario of contemporary art in Brazil and in the world, the creation of a prototype glossary in portuguese capable of rediscovering the critical discourse at the very moment of its occurrence. This quasi- glossary makes use of a poetic process-path through operations of assembly and fracture coming from its own vocabulary, highlighting key terms such as: counter-institutional tactics; critic-creator; contemporaneity; entangled cockroaches; mega-sized forests among others. Quasi-glossary is a terrain of events and therefore of uncertainties. One of the resources used in our Quasi-glossary is that of literary trope, seeking a multiplicity of links between the figurative and the literal of language. The gesture of the Quasi-glossary is grounded in failure, in collapse and in noise, an operation wedged in the intentionality of interverting the logics of linear narratives of the universal- academic system. It is not the gestures or mental actions that are placed as producers, but their correlation, stumbling in spaces, precariousness of resources, management of excesses, crossings, disputes, confluences. Deviations and stumbling in ones own language, babbling noises. A poetic-interdisciplinary practice. Quasi in philosophy: Vladimir Jankélévitch. Quasi in anthropology: Eduardo Viveiros de Castro. Quasi in artistic practices: Robert Smithson and Hélio Oiticica. Quasi in music: Luiz Tatit. In this quasi-glossary the entries are mere pretexts to create intersections of narratives about our referred background.
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Data de Publicação
2023-01-09