Este trabalho discute a performance participativa como prática social artística no Brasil, buscando apresentar a hibridação entre o performer, o professor e os processos de envolvimento do público e dos estudantes em territórios em que a performance é acionada como dispositivo de afeto por meio da experiência. Na primeira parte da dissertação, analisamos corpo e gênero por meio de intervenções urbanas performativas iniciadas na década de 1950, indagadas por experiências propostas pelo artista Flávio de Carvalho em analogia com criações participativas da artista Luanah Cruz, do presente autor, Marcelo Prudente, e seu cônjuge Pedro Orlando, do professor performer Jorge Luiz Silveira e dos os estudantes da Escola Polivalente Modelo de Fortaleza EEFM no Ceará. Essa movimentação de deslocamento do espaço institucionalizado pela arte é apresentada na segunda parte da dissertação, como a multiplicação de corpos por meio de performances participativas do presente autor junto aos estudantes da Escola Estadual Maria José, em São Paulo, em diálogo com o Mutyrão de Imaginação Performativa, Política e Pedagógica do Coletivo Parabelo, com o intuito de alterar as estruturas sociais opressoras impostas por um Estado ausente, possibilitando, assim, intervalos de liberdade e a criação de programas performativos participativos como prática artística social dentro destes ambientes.

This work discusses participatory performance art as a social artistic practice in Brazil, seeking to present the hybridization between the performer, the teacher, and the processes of involvement of the public and students in territories where performance art is activated as a device of affection through the experience. In the first part of the dissertation, we analyze body and gender through urban performative interventions initiated in the 1959s, questioned by experiences proposed by the artist Flávio de Carvalho in analogy with participatory creations by the author Marcelo Prudente and his partner Pedro Orlando, and by the artist Luanah Cruz. Also bringing the work from performer-teacher Jorge Luiz Silveira and his students of the Escola Polivalente Modelo de Fortaleza EEFM in Ceará. This movement of space displacement institutionalized by art is presented in the second part of the dissertation through the multiplication of bodies with participatory performances of the author with the students of the Maria José State School in São Paulo. Generating a dialogue with the Mutyrão de Imaginação Performativa, Politics and Pedagogics of the Coletivo Parabelo in order to change the oppressive social structures imposed by an absent State, enabling breaks of freedom and the creation of participatory performative programs as a social artistic practice within these environments.