O presente trabalho acompanha os processos criativos de três coletivos teatrais da América Latina e apoia-se nas práticas pedagógicas desenvolvidas pela pesquisadora com o objetivo de elaborar uma crítica epistêmica/epistemológica em Artes Cênicas, guiada por perspectivas anticoloniais e transdisciplinares. Com base nesta crítica, pretende-se compreender as repercussões micropolíticas de processos criativos estruturados em torno a um pensamento e uma prática situados, com ênfase no vínculo com o território. O movimento zapatista aparece como paradigma das iniciativas autônomas e territorializadas no continente. A tese também incorpora o princípio da mútua criação (uyway), presente nas cosmopercepções andinas, como eixo fundamental das dinâmicas pedagógicas que apresentam potencial emancipatório, e defende o exercício de uma reflexão nuevamestiza (ANZALDÚA, 1987) e (RIVERA CUSICANQUI, 2018) que contemple os saberes ameríndios e afrodiaspóricos e dialogue com a multiplicidade de experiências cênicas presentes na América Latina.

This work accompanies the creative processes of three Latin American theater groups the researcher with the aim of elaborating an epistemic/epistemological critique in Performing Arts, guided by anti-colonial and transdisciplinary perspectives. Based on this critique, it is intended to understand the micropolitical repercussions of creative processes structured around a situated thought and practice, with emphasis on the connection with the territory. The Zapatista movement appears as a paradigm of autonomous and territorialized initiatives on the continent. The thesis also incorporates the principle of mutual creation (uyway), present in Andean world perceptions, as a fundamental axis of pedagogical dynamics that have emancipatory potential, and defends the exercise of a new mestiza (ANZALDÚA, 1987) and ch'ixi (RIVERA CUSICANQUI, 2018) thinking, which contemplates Amerindian and Afro-diasporic knowledge and dialogue with the multiplicity of stage experiences present in Latin America.