A presente pesquisa parte do entendimento de que as instituições culturais são dispositivos inseridos nas dinâmicas sociais e culturais contemporâneas. Podemos nos questionar em que medida elas são atravessadas por tais questões, o quanto são permeáveis a transformações ou o quanto reiteram posicionamentos conservadores. Nos últimos anos, observamos uma mudança de rota na atuação da maioria destas instituições, que absorveram e articularam as concepções de diversidade e representatividade, se movimentando no sentido de incluir essas discussões em suas práticas e ações. Nessa direção, buscamos identificar linhas de força, bem como possíveis contradições e limites, procurando contextualizar as mudanças que proporcionaram a abertura de tais dispositivos aos diferentes de grupos, saberes e produções. A pesquisa procura discutir dois casos, o da Pinacoteca do Estado de São Paulo e o da Casa do Povo (SP), assim como problematizar ideias de pensadores contemporâneos sobre as instituições, as artes e a cultura. Para tanto, apoiou-se numa metodologia mista, com revisão de literatura, observações in loco, pesquisas nos canais de comunicação oficiais e nas mídias em geral, e a realização de entrevistas. A conclusão é de que diferentes modelos de institucionalidade da cultura promovem distintos modos de operar no campo da diferença cultural, ambos representando potências ao mesmo tempo em que lidando com limitações.

This research understands that cultural institutions are devices inserted in contemporary social and cultural dynamics. We wonder to what extent they are crossed by such questions, how permeable they are to transformations or how much they reiterate conservative positions. In recent years, we have observed a change of course in the performance of most of these institutions, which have absorbed and articulated the concepts of diversity and representativeness, moving towards including these discussions in their practices and actions. In this direction, we seek to identify power lines, as well as contradictions and limits, seeking to contextualize the changes that provided the opening of such devices to different groups, knowledge and productions. The research discusses two cases, Pinacoteca of São Paulo and Casa do Povo (SP), as well as problematize ideas of contemporary thinkers about institutions, arts and culture. For that, it was based on a mixed methodology, with a literature review, on-site observations, research in official communication channels and in the media in general, and interviews. The conclusion is that different models of cultural institutionality promote different ways of operating in the field of cultural difference, both representing strengths while dealing with limitations.