As dimensões do espaço aéreo faríngeo (EAF) sofrem influência de determinados fatores, dentre eles os diferentes padrões morfológicos faciais e/ou acúmulo de gordura nas paredes da faringe, podendo interferir na qualidade do sono e/ou predispor à síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Alguns estudos têm avaliado a influência do índice de massa corporal (IMC) e de má-oclusões com o EAF, porém ainda há uma lacuna na literatura de estudos que correlacionem estes fatores, em indivíduos com o padrão facial almejado, Classe I. O presente estudo tem como objetivo avaliar as dimensões do EAF e área de maior constrição da faringe (MCA) de indivíduos com relação maxilomandibular Classe I de Angle e IMC superior a 25 kg/m2 e correlacionar as dimensões do EAF, as medidas de circunferência cervical e abdominal dos mesmos com os dados obtidos por meio da aplicação de questionários de qualidade do sono. Para a realização deste estudo, as dimensões do EAF dos pacientes foram avaliadas por meio da avaliação de tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) de 50 participantes, sendo, 25 de cada gênero, com 18 anos ou mais, oclusão do tipo Classe I de Angle, e IMC e maior que 25 kg/m2. Os exames de TCFC foram avaliados por meio do software Dolphin Imaging 11.95 para determinação da área e do volume do EAF; os participantes ainda tiveram as circunferências abdominal e cervical aferidas, além da avaliação da qualidade do sono por meio da aplicação do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP), Escala de Sonolência de Epworth (ESE) e Questionário de Berlin (QB). Após coleta dos dados, os mesmos foram tabulados e estatísticamente analisados pela utilização dos testes Qui Quadrado, t de Student e correlação de Pearson, com nível de significância de 5%. Houve correlação entre o EAF médio e o IMC e entre o EAF médio e a CA. Observou correlação estatisticamente significantes entre o EAF médio e a Escala de Sonolência de Epworth e entre o Questionário de Berlin e o MCA. Com base na análise dos resultados obtidos, conclui-se que o MCA está relacionado ao alto risco de desenvolvimento da SAHS e que IMC tem influência no volume do espaço aéreo faríngeo (EAF) médio de indivíduos com IMC superior a 25 kg/m2, padrão oclusal Classe I de Angle.

The dimensions of the pharyngeal air space (PAS) are influenced by certain factors, including different facial morphological patterns and/or accumulation of fat on the pharyngeal walls, which may interfere in the sleep quality and/or predispose to sleep apnea syndrome (SAS). Some studies have evaluated the influence of body mass index (BMI) and malocclusions with the PAS, but there is still a gap in the literature of studies that correlate these factors in individuals who do not have dental-skeletal deformities. The present study aims to evaluate the dimensions of the EAF and the area of greatest pharyngeal constriction of individuals with an Angle Class I maxillomandibular relationship and BMI greater than 25 kg/m2 and to correlate the dimensions of the PAS, the measures of cervical convergence and abdomen with the data obtained through the application of sleep quality sessions. For the conclusion of this study, the PAS dimensions of the patients were evaluated through the evaluation of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) scans of 50 participants, 25 of each gender, aged 18 years or older, Class I occlusion of Angle, and BMI and greater than 25 kg/m2. The CBCT scans were evaluated using the Dolphin Imaging 11.95 software to determine the PAS area and volume; Participants also had their waist and neck circumferences measured, in addition to sleep quality assessment through the application of the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), Epworth Sleepiness Scale (ESS) and Berlin Questionnaire (BQ). After collecting the data, they were tabulated and statistically analyzed using the Chi square, Student's t and Pearson correlation tests, with a significance level of 5%. The results showed that there is a correlation between the oropharynx and the BMI and between the oropharynx and the abdominal circumference. There was a statistically significant correlation between the average PAS and the ESS and between the BQ and the MCA. Based on the analysis, it is concluded that greatest pharyngeal constriction is related to the high risk of developing SAHS and that BMI has an influence on the oropharynx of individuals with BMI greater than 25, Angle Class I occlusion.