Este estudo teve como objetivo comparar as alterações dimensionais dos arcos dentários em crianças com fissura completa de lábio e palato unilateral antes e após dois protocolos cirúrgicos de reabilitação por meio de sobreposição 3D-3D. A amostra foi composta por 60 modelos digitalizados divididos nos seguintes grupos: Grupo 1 (G1) - queiloplastia (técnica de Millard) aos 3 meses e palatoplastia em um estágio (técnica de von Langenbeck) aos 12 meses; e Grupo 2 (G2) - queiloplastia (técnica de Millard) e palatoplastia em dois estágios: fechamento do palato anterior (técnica de Hans Pichler) aos 3 meses e fechamento do palato posterior (técnica de Sommerlad) aos 12 meses. A digitalização dos modelos foi através de um scanner 3D e a sobreposição 3D-3D foi realizada por um software de estereofotogrametria. As sobreposições foram realizadas nos modelos dos mesmos pacientes nas fases T2 (pré palatoplastia) sobre T1 (pré queiloplastia), T3 (pós palatoplastia) sobre a T2 (pré palatoplastia); T3 (pós palatoplastia) sobre T1(pré queiloplastia) e T4 (aos 5 anos) sobre T3 (pós palatoplastia). A diferenças foram avaliadas pelo Root Mean Square (RMS) e expressas em milímetros (mm). Teste de Friedman seguido do teste post-hoc de Bonferroni e Teste de Mann-Whitney foram avaliados para comparar os grupos (α=5%). O RMS foi de 2,04 mm (±0,45) em G1 e de 1,75 mm (±0,36) em G2 na sobreposição das etapas T3 sobre T1 com diferença estatística significativa (p=0,012). Nos demais períodos analisados não ocorreram diferenças estatisticamente significativas. Conclui-se que o uso da sobreposição 3D-3D mostrou que protocolos cirúrgicos distintos de reabilitação resultam em potenciais de crescimento semelhantes em crianças com fissura completa de lábio e palato. Porém, novos estudos são necessários para quantificar as alterações morfológicas dos diferentes protocolos reabilitadores nas crianças com fissuras labiopalatinas.

This study aimed to compare the dimensional changes of the dental arches in children with unilateral cleft lip and palate before and after two surgical rehabilitation protocols using 3D-3D superimposition technique. The sample consisted of 60 digitized models divided into the following groups: Group 1 (G1) - cheiloplasty (Millard technique) at 3 months and one-stage palatoplasty (von Langenbeck technique) at 12 months; and Group 2 (G2) - cheiloplasty (Millard's technique) and palatoplasty in two stages: closure of the anterior palate (Hans Pichler's technique) at 3 months and closure of the posterior palate (Sommerlad's technique) at 12 months. The models were digitized using a 3D scanner and the 3D-3D superimposition was performed using stereophotogrammetry system software. The superipositions were performed on the models of the same patients in phases T2 (pre palatoplasty) over T1 (pre cheiloplasty), T3 (post palatoplasty) over T2 (pre palatoplasty); T3 (post palatoplasty) over T1 (pre cheiloplasty) and T4 (at 5 years old) over T3 (post palatoplasty). The differences were evaluated by Root Mean Square (RMS) and expressed in millimeters (mm). Friedman test followed by post-hoc Bonferroni test and Mann-Whitney test were assessed to compare groups (α=5%). RMS was 2.04 mm (±0.45) in G1 and 1.75 mm (±0.36) in G2 in the overlap of T3 over T1 steps, with a statistically significant difference (p=0.012). In the other analyzed periods, there were no statistically significant differences. According to the results of this study, it is concluded that different surgical rehabilitation protocols result in similar growth potentials in children with complete cleft lip and palate. However, further studies are needed to quantify the morphological changes of different rehabilitation protocols in children with cleft lip and palate.