Introdução: A adesão do paciente com disfagia orofaríngea ao tratamento é fundamental para a sua eficácia, mas para isso ocorra é necessário que o que mesmo esteja consciente de sua condição e de como o tratamento o ajudará, de forma que se engaje para seguir as orientações, manobras e exercícios recomendados. Para a conscientização podem ser utilizadas as tecnologias educacionais, recursos que vêm se mostrando eficazes e didáticos para a transmissão de conteúdo e orientações de pacientes e cuidadores, possibilitando a estimulação de múltiplos sentidos. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo de desenvolver e validar o conteúdo e a aparência de um material gráfico em vídeo 3D, com demonstração didática das manobras protetoras e facilitadoras da deglutição, bem como verificar a viabilidade da sua utilização na teleconsulta para os pacientes adultos e idosos com disfagia orofaríngea. Método: Para a construção dos vídeos 3D foi elaborado um roteiro científico norteador a partir da revisão integrativa da literatura, descrevendo detalhadamente as manobras protetoras e facilitadoras da deglutição. Adicionalmente, foram selecionadas imagens de livros e de artigos, vídeos de exames de videofluoroscopia e videoendoscopia da deglutição do banco de dados da clínica da instituição na qual o estudo foi conduzido. O trabalho de design gráfico para o processo de construção do material consistiu em demonstrar os efeitos fisiológicos ocasionados pelas manobras da deglutição, transformando o conteúdo teórico em vídeos 3D, junto ao Projeto Homem Virtual. Após seu desenvolvimento, foi realizada a validação de conteúdo e aparência, contando com a participação de uma banca de 12 juízes especialistas, que avaliaram o material produzido, sendo considerado satisfatório o índice de concordância (IC) mínimo de 0,8 entre juízes. Com o material validado foi realizado a prova de conceito, com a população alvo, de 10 pacientes disfágicos, por meio da teleconsulta individual pela plataforma Google Meet. Finalizada a teleconsulta os pacientes responderam ao questionário do Google Forms, analisando os vídeos apresentados. Resultados: Por meio da revisão integrativa da literatura, foram selecionados 29 estudos que continham informações relevantes sobre os efeitos fisiológicos causados pelas manobras da deglutição. Com base nessas informações foi elaborado o roteiro científico, permitindo a descrição detalhada dos eventos fisiológicos ocorridos na deglutição durante a realização das manobras. Também foram selecionadas 9 imagens estáticas, cujas fontes foram livros e artigos da área, 9 vídeos de exames de videofluoroscopia, 10 vídeos de videoendoscopia da deglutição e 8 vídeos da NFOSW (National Foundation of Swallowing Disorders). Com o roteiro finalizado, foi realizada a produção dos vídeos 3D das manobras da deglutição, contemplando a simulação da execução das manobras, bem como a representação dos processos fisiológicos proporcionados. No processo de validação de conteúdo e aparência, 12 itens que tiveram um IC inferior a 0,8 foram ajustados de acordo com as considerações dos juízes especialistas. Finalizadas as adequações, os vídeos foram novamente analisados, obtendo aprovação dos avaliadores e assegurando a validação de conteúdo e aparência do material desenvolvido. Por fim, foi realizada a prova de conceito em 10 pacientes disfágicos, no qual todos os itens abordados obtiveram avaliações positivas, tanto relacionadas com a facilidade de compreensão e aprendizado, quanto com a aparência e importância do apoio visual. Conclusão: foi desenvolvido um material gráfico em vídeo 3D, com demonstração didática das manobras protetoras e facilitadoras da deglutição, embasado na literatura por meio de revisão integrativa. Sua validade de conteúdo e aparência foram asseguradas por meio da análise da banca de avaliadores especialistas. O uso do objeto de aprendizagem na teleconsulta foi considerado viável para auxiliar adultos e idosos disfágicos a compreender como executar as manobras e seus efeitos fisiológicos, sendo indicado para apoiar os atendimentos e orientações aos pacientes, fortalecendo a prática da telefonoaudiologia.

Introduction: Adherence to treatment by oropharyngeal dysphagia patients is essential for its effectiveness, but patients must be aware of their condition and how the treatment will help them, so that they commit to following guidelines, recommended maneuvers, and exercises. Educational technologies can help raise awareness and have proven to be practical and successfully informative tools to share content and guidelines with patients and caregivers, stimulating multiple senses. Objective: This study aimed to develop and validate the content and appearance of a 3D video graphic material, with a didactic demonstration of protective and facilitating swallowing maneuvers, as well as to verify the feasibility of its use in telepractice for adult and elderly patients presented with oropharyngeal dysphagia. Method: The 3D videos were designed using a guiding scientific script based on the integrative literature review thoroughly describing the protective, facilitating swallowing maneuvers. Additionally, the study selected images from books and articles, videos from swallowing videofluoroscopy and videoendoscopy exams in the clinical database at the study institution. The graphic design highlighted the physiological effects caused by swallowing maneuvers, turning the theoretical content into 3D videos with the Virtual Man Project. After development, a panel of 12 expert judges validated content and appearance with a minimum concordance index (CI) of 0.8 among judges. With the validated material, a proof of concept was carried out, with the target population of 10 dysphagic patients through individual teleconsultation via Google Meet. Finally, patients answered a Google Form questionnaire after the teleconsultation reviewing the videos they watched. Results: Twenty-nine studies were selected through an integrative literature review. They contained relevant information about the physiological effects caused by swallowing maneuvers. Thus, a scientific script was prepared with an in-depth description of the physiological swallowing events during the maneuvers. Nine static images from books and articles in the field, nine videos of videofluoroscopy exams, ten videos of swallowing videoendoscopy exams and 8 NFOSW (National Foundation of Swallowing Disorders) videos were also selected. When the script was finished, 3D videos of the swallowing maneuvers were produced, simulating the maneuver execution and showing the physiological processes achieved. The content and appearance validation process resulted in 12 items with a CI of less than 0.8, which were adjusted according to the expert judges' considerations. Once alterations were performed, the videos were analyzed again for evaluators' approval and to ensure the content and appearance validation of the material developed. Finally, a pilot application was performed in ten dysphagic patients, and all the items addressed obtained positive evaluations, both related to the ease of understanding and learning, as well as the appearance and importance of visual support. Conclusion: This study developed a 3D video graphic material with didactic demonstration of protective maneuvers and facilitators of swallowing, based on the literature through an integrative review. Its content and appearance validity were ensured through the analysis of the panel of expert reviewers. The use of the learning object in the teleconsultation was considered feasible to help dysphagic adults and elderly people to understand how to perform the maneuvers and their physiological effects, being indicated to support the assistance and guidance to patients, strengthening the telepractice in the speech-language therapy field.