O objetivo desta tese foi avaliar a vitalidade pulpar de dentes decíduos com lesão de cárie profunda tratados com duas técnicas restauradoras. A taxa de sobrevivência da restauração foi avaliada como um desfecho secundário. Este volume apresenta um compilado do protocolo de pesquisa e os resultados de ensaio clínico randomizado (Clinicaltrials.gov registration NCT02903979) de não inferioridade com dois braços paralelos relatados pelas recomendações SPIRIT e CONSORT, respectivamente. Crianças de 4 a 8 anos com pelo menos uma lesão cariosa profunda oclusal ou ocluso-proximal em molares decíduos foram selecionadas na clínica odontológica da Universidade Ibirapuera. Cento e oito molares decíduos foram alocados em dois grupos: (1) restauração com cimento de hidróxido de cálcio seguido do cimento de ionômero de vidro de alta viscosidade (CHC + HVGIC) ou (2) restauração com HVGIC. A vitalidade pulpar e a sobrevivência da restauração foram avaliadas em 6, 12 e 24 meses. A análise por intenção de tratar foi usada para a vitalidade pulpar e a análise de sobrevida foi realizada com o método de Kaplan-Meier ( = 5%). Aos 24 meses, 86 restaurações foram avaliadas e 91 foram avaliadas pelo menos uma vez durante o estudo. A perda foi de 20%, e o número de participantes no início e no final do estudo foi semelhante entre os grupos (p = 0,872). Não houve diferença significativa entre os tratamentos restauradores em relação à vitalidade pulpar (CHC + HVGIC = 70% e HVGIC = 68,5%) (OR = 1,09; IC95% = 0,48-2,48). No entanto, as restaurações HVGIC (73%) apresentaram uma taxa de sobrevivência maior do que CHC + HVGIC (50%) (p = 0,021). Na análise de regressão de Cox apenas a variável tratamento apresentou p <0,20. Nesse sentido, a análise ajustada não foi realizada. Os dentes tratados com HVGIC tiveram 65% menos chance de falha do que aqueles tratados com CHC + HVGIC. Assim, pode-se sugerir que a aplicação de CHC é dispensável em lesões profundas de molares decíduos, visto que a longevidade da restauração é menor e a vitalidade pulpar não se altera com sua utilização.

The aim of this thesis was to evaluate the pulp vitality of primary teeth with deep caries treated with two restorative techniques. The restoration survival rate was also evaluated as a secondary outcome. This volume presents a compilation of a study protocol and a noninferiority randomized clinical trial with two parallels arms (Clinicaltrials.gov registration NCT02903979) guided by the SPIRIT and CONSORT guidelines respectively. Children aged from 4 to 8 years with at least one deep carious lesion in molars occlusal or occluso-proximal were selected at the Ibirapuera University dental clinic. One hundred and eight deciduous molars were allocated into two groups: (1) restoration with calcium hydroxide cement lining followed by filling with high-viscosity glass ionomer cement (CHC+HVGIC) or (2) restoration with HVGIC. Pulp vitality and restoration survival were evaluated at 6, 12, and 24 months. Intention-to-treat analysis was used for pulp vitality, and survival analysis was performed with the Kaplan-Meier method (=5%). At 24 months, 86 restorations were evaluated, and 91 were evaluated at least once during the study. The final drop-out was 20%, and the number of participants at the beginning and at the end of the study was similar between the groups (p=0.872). There was no significant difference between the restorative treatments regarding pulp vitality (CHC +HVGIC=70% and HVGIC=68.5%) (OR=1.091; CI95%=0.481-2.475). However, HVGIC (73%) restorations showed a higher survival rate than CHC+HVGIC (50%) (p=0.021). In Cox regression analysis only the treatment variable presented a p<0.20. In this sense, the adjusted analysis was not performed. Teeth treated with HVGIC had 65% less chance of failure than those treated with CHC+HVGIC. Thus, it can be suggested that the application of HCC is not necessary in deep lesions of primary molars, since the longevity of the restoration is shorter and the pulp vitality does not change with its use.