O tabagismo tem sido associado a diversos desfechos adversos relacionados a implantes dentários, tais como: falha de implantes, falha precoce de implantes, infecção pós-operatória, perda óssea marginal e periimplantite. O tratamento reabilitador com implantes em pacientes tabagistas pode ter piores resultados . Por isso é importante que o cirurgião dentista conheça os preditores para a cessação do tabagismo, e utilize abordagens válidas para facilitar o abandono do hábito de fumar. A proposta desse estudo foi identificar os preditores da cessação de tabagismo em fumantes que necessitem de reabilitação com implantes. Os pacientes incluídos no estudo receberam tratamento reabilitador com implantes unitários nas de região da mandíbula ou maxila. Além disso, receberam também preparo prévio e terapia de cessação de tabagismo, que consiste em palestras, terapia cognitiva comportamental e farmacoterapia de acordo com as necessidades individuais. Durante o tratamento, os dentistas motivaram os participantes do estudo a parar de fumar, usando técnicas de entrevista motivacional. Além disso, aconselhamento e apoio a cessação do tabagismo também foram fornecidos pelos dentistas, durante as sessões de manutenção dos implantes. O Tabagismo foi avaliado através de um questionário estruturado e validado pelas medidas de Monóxido de Carbono (CO) expirado. O teste de Fagerström para a Dependência do Cigarro foi utilizado para aferir a dependência dos participantes. Foram analisadas como variáveis preditoras: variáveis demográficas (idade, sexo, renda e educação); relacionadas à história de tabagismo (número de maços fumados por dia, tempo de tabagismo, níveis de CO expirado no início do estudo e morar ou trabalhar com um fumante) e variáveis de dependência do cigarro (não ter feito nenhuma tentativa anterior para parar de fumar e nível de dependência de acordo com o teste de Fagerstrom). Os resultados demostraram que apenas sexo (p = 0,008) foi significativamente associado com a cessação de tabagismo. Ou seja: dentre aqueles que conseguiram parar de fumar, 73,3% eram homens, enquanto que dentre os que não conseguiram parar de fumar, apenas 31% eram homens. Não houve diferença entre os grupos em relação às demais variáveis preditoras (p > 0,05).

Smoking has been associated with several adverse outcomes related to dental implants, such as implant failure, early implant failure, postoperative infection, peri- implant marginal bone loss, and peri-implantitis. Rehabilitative treatment with implants in smokers can have worse results than in non-smokers. Therefore, it is important that the dental surgeon knows the predictors for smoking cessation and uses valid approaches to facilitate smoking cessation. The purpose of this study was to identify the predictors of smoking cessation in smokers who require rehabilitation with implants. Patients included in the study received rehabilitative treatment with single implants in any region of the mandible or maxilla. In addition, they also received prior preparation and smoking cessation therapy, which consists of lectures, cognitive behavioral therapy and pharmacotherapy according to individual needs. During treatment, dentists motivated study participants to quit smoking using motivational interviewing techniques. In addition, smoking cessation counseling and support was also provided by dentists during implant maintenance sessions. Smoking was assessed using a structured questionnaire and validated by measures of expired Carbon Monoxide (CO). The Fagerström Test for Cigarette Dependence was used to measure the dependence of the participants. The following were analyzed as predictor variables: demographic variables (age, sex, income and education); smoking history (number of packs smoked per day, duration of smoking, expired CO levels at baseline, and living or working with a smoker) and cigarette dependence variables (not having made any previous attempts to quit smoking) and level of dependence according to the Fagerström test). The results showed that only sex (p = 0.008) was significantly associated with smoking cessation. In other words, among those who managed to stop smoking, 73.3% were men, while among those who were unable to stop smoking, only 31% were men. There was no difference between the groups in relation to the other predictor variables (p > 0.05).