A catastrofização é um constructo multidimensional que apresenta três dimensões: magnificação, ruminação e desamparo, segundo a Escala de catastrofização da Dor (Pain Catastrophizing Scale - PCS), sendo um importante mediador da dor crônica pelo modelo de medo e evitação de Vlaeyen e Lipton e definindo a entrada no ciclo de cronificação da dor. Estudos que analisaram a relação entre catastrofização e mindfulness pela Five Facets Mindfulness Questionnaire (FFMQ), apontam essa intervenção como um possível mediador da catastrofização. Porém como essas facetas de mindfulness se associam com as subescalas da catastrofização ainda não foi estudado. O objetivo deste estudo observacional e transversal foi verificar como se dá a associação de mindfulness e catastrofização, principalmente como os níveis de mindfulness e suas facetas se relacionam com as subdimensões magnificação, ruminação e desamparo. O intuito do aprofundamento do conhecimento dessa relação é gerar subsídios para o desenvolvimento e aplicação de intervenções baseadas em mindfulness direcionadas para as subdimensões da catastrofização e ser assim mais diretivo e assertivo na abordagem, aprimorando a qualidade de vida da população com dor crônica com mais eficácia. Foram recrutadas mulheres entre 18 e 45 anos (N=52) que apresentavam Disfunção Temporomandibular crônica segundo critérios do Critério Diagnóstico para Desordens Temporomandibulares (Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders - DC/TMD) e após a assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido foram aplicados os Questionários Sociodemográfico, Escala de Catastrofização da Dor (PCS) e Questionário das Cinco Facetas de Mindfulness (FFMQ). Apresentaram correlação significante e de forma inversa a subescala magnificação com as facetas não reagir e não julgar e com a pontuação total da FFMQ. A pontuação total da PCS apresentou correlação inversa com a faceta não reagir. As demais não apresentaram correlação. Na análise de regressão logística, foi constatado que a cada ponto obtido no domínio descrever positivo é esperado um aumento de 1,67 vezes na chance de ocorrência de desamparo e para cada comorbidade aumenta em 12,9 vezes a chance de apresentar desamparo. O presente estudo fornece a possível existência de associações entre as habilidades mensuradas enquanto facetas de mindfulness com as subdimensões da catastrofização, sendo necessário considerar essas relações na abordagem das intervenções baseadas em mindfulness para essa população. É possível que estratégias baseadas em mindfulness que desenvolvam o não julgar e o não reagir sejam benéficas para pessoas com dor crônica que apresentem catastrofização com altas pontuações na magnificação na redução do comportamento catastrófico. Da mesma forma, os resultados indicam que o uso de técnicas de mindfulness que aprimorem o descrever positivo pode ser prejudicial para os catastróficos com desamparo. Esse trabalho pode ajudar no estudo e desenvolvimento de intervenções baseadas em mindfulness que considerem essas relações tornando mais direcionada e eficaz a abordagem na população com dor crônica.

Catastrophizing is a multidimensional construct that presents three dimensions: magnification, rumination and helplessness, according to the Pain Catastrophizing Scale - PCS, being an important mediator of chronic pain by the model of fear and avoidance by Vlaeyen and Lipton and defining the entry into the pain chronification cycle. Studies that analyzed the relationship between Catastrofization and Mindfulness using the Mindfulness Five Facets Questionnaire (FFMQ), point to this intervention as a possible mediator of catastrophization. However, how these facets of mindfulness are associated with the subscales of catastrophization has not yet been studied. The objective of this observational and cross-sectional study is to verify how the association of mindfulness and catastrophization occurs, especially as the levels of mindfulness and their facets are related to magnification, rumination and helplessness sub-dimensions. The aim of deepening the knowledge of this relationship is to generate subsidies for the development and application of treatment based on mindfulness directed at the sub-dimensions of catastrophization and thus be more directive and assertive in the approach, improving the quality of life of the population with chronic pain more effectively. Women between 18 and 45 years old (N = 52) who had chronic temporomandibular disorder were recruited according to the criteria of the Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders - DC / TMD) and after signing the free and informed consent terms, the Sociodemographic Questionnaires, Pain Catastrophization Scale (PCS) and the Five Facets of Mindfulness Questionnaire (FFMQ) were completed. The magnification subscale showed a significant and inverse correlation with the facets not reacting and not judging and with the total FFMQ score. Total evaluation of the PCS presented an inverse correlation with the facet not reacting. The others are not correlated. In the logistic regression analysis, it was found that for each point added in the domain describes positive, a 1.67-fold increase in the chance of helplessness is expected, and for each comorbidity the chance of having helplessness increases by 12.9 times. The present study offers the possible existence of associations between the skills measured as facets of mindfulness with the sub-dimensions of catastrophization, and it is necessary to consider these relationships when approaching mindfulness-based techniques for this population. It is possible that based on mindfulness that develop not judging and not reacting are beneficial for people with chronic pain who have catastrophization with high scores on magnification in reducing catastrophic behavior. Likewise, the results indicate that the use of mindfulness techniques that enhance the positive, can be harmful to catastrophic people with helplessness. This work can help in the study and development of enlightened mindfulness that considers these relationships making the approach in the population with chronic pain more targeted and effective.