O comportamento suicida é multideterminado e precisa ser investigado em diversos contextos e ambientes, inclusive em ambientes virtuais. São necessárias pesquisas sobre a comunicação relacionada à saúde mental em mídias sociais. Este estudo foi subdividido em três etapas. A primeira etapa teve como objetivo analisar as características e os temas de postagens relacionadas ao suicídio publicadas no Twitter provenientes de locais com os menores e maiores coeficientes de óbitos por suicídio do Estado de São Paulo - Brasil. Na primeira etapa, foi realizado estudo misto com 804 postagens do Twitter do período de 2006 a 2018. Foram avaliadas as associações entre características das postagens e as postagens pró-suicidas foram submetidas à analise temática. As cidades com menores coeficientes de óbitos por suicídio publicaram mais sobre o tema, contudo, a maioria das publicações desses locais não expunha conteúdos potencialmente danosos e não expressava comportamento suicida e sofrimento; as postagens sobre suicídio em um local não estão necessariamente ligadas a maior mortalidade pelo suicídio. A segunda etapa da tese teve o objetivo de investigar as evidências científicas sobre recomendações e melhores práticas para a comunicação segura sobre o comportamento suicida, no ambiente online. Foi realizada revisão sistemática da literatura e as recomendações foram: encorajar a busca de ajuda, autocuidado, descrever e monitorar sinais de alerta, entendimento do suicídio como complexo e de múltiplas causas, oferecimento de esperança, observação das atividades online, evitar conotações pejorativas, especulações e descrição de métodos. Na terceira etapa da tese, foram analisadas barreiras e facilitadores da comunicação segura sobre o suicídio. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2018 a fevereiro de 2019, com 338 indivíduos. Os dados foram coletados pelo Google Forms e submetidos à Análise Temática. Os facilitadores identificados foram: incentivo para a busca de ajuda profissional, propensão a oferecer ajuda e crença na possibilidade de superação. As barreiras foram relacionadas ao estigma, responsabilização, recusa de ajuda, dificuldade em ofertar ajuda e a preocupação com o despreparo ao lidar com a temática. Dentre as possibilidades ambivalentes, surgiram questões relacionadas à religiosidade e também ao aconselhamento/experiência prévia. Os achados deste estudo podem contribuir para a melhoria da comunicação segura sobre o comportamento suicida, principalmente nos ambientes virtuais.

Suicidal behavior is multidetermined and needs to be investigated in different contexts and environments, including virtual spaces. Research on communication related to mental health on social media is needed. This study was divided into three stages. The first stage aimed to analyze the characteristics and themes of suicide-related posts published on Twitter from places with the lowest and highest suicide death rates in the State of São Paulo - Brazil. In the first stage, a mixed study was conducted with 804 Twitter posts from 2006 to 2018. Associations between post characteristics and pro-suicidal postings were submitted for thematic analysis. Cities with lower suicide death rates reported more on the topic, however, most publications in these locations did not expose potentially harmful content and did not express suicidal behavior and suffering. Therefore, suicide posts in one location are not necessarily linked to higher suicide mortality. The second stage of the thesis aimed to investigate the scientific evidence for the recommendations and best practices regarding safe communication about suicidal behavior online. A systematic literature review was carried out and the recommendations were: encouraging the search for help, self-care, describing and monitoring warning signs, understanding suicide as complex and with multiple causes, offering hope, observing online activities, avoiding pejorative connotations, speculating, and describing methods. In the third stage of the thesis, the barriers and facilitators of safe communication about suicide were analyzed. The survey was carried out from October 2018 to February 2019, with 338 individuals. The data was collected by Google Forms and submitted for Thematic Analysis. The identified facilitators were: incentive to seek professional help, the propensity to offer help, and the belief in the possibility of overcoming. The barriers were related to stigma, accountability, refusal of help, difficulty in offering help, and concern with unpreparedness when dealing with the topic. Among the ambivalent possibilities, issues related to religiousness and also to counseling / previous experience arose. The findings of this study can contribute to the improvement of safe communication about suicidal behavior, especially in virtual environments.