Considerando as recomendações do modelo de cuidado pautado na atenção psicossocial bem como as diretrizes norteadoras do trabalho do enfermeiro no campo da saúde mental este estudo objetivou analisar a percepção dos enfermeiros sobre os aspectos que definem a qualidade do cuidado e as características que permeiam a proatividade do enfermeiro na saúde mental. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, transversal realizado com 21 enfermeiros assistenciais e gerenciais atuantes na área de saúde mental pertencentes as cinco regiões do país, os quais foram recrutados pela técnica de amostragem denominada snowball sampling. Adotou-se como referencial teórico as proposições epistemológicas de David Hume, filósofo escocês, que considera a experiência cotidiana como requisito para a construção do conhecimento humano. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação do questionário sociodemográfico, de duas escalas relacionadas à avaliação da empatia e do profissionalismo, uma entrevista semiestruturada e observação participante. Os dados da entrevista e observação foram analisados por meio de análise de conteúdo e para os dados oriundos do questionário e das escalas utilizou-se análises estatísticas. Os participantes predominantemente se formaram em universidade pública e apresentaram alto nível de especialização na saúde mental. Além disso, os que praticavam alguma religião tinham maior número de pós-graduação, tinham filhos e estavam na área assistencial se destacaram no quesito empatia. Os enfermeiros se percebiam com alto nível de profissionalismo e apresentaram uma ampla percepção sobre suas competências no âmbito individual, coletivo e como membro da equipe interprofissional. Sinaliza-se que o presente estudo poderá orientar as ações dos conselhos e associações de enfermagem, proporcionar discussões úteis para o direcionamento do ensino na área de saúde mental além de propiciar o reconhecimento de estudantes e enfermeiros sobre sua atuação singular no cuidado contemplado ações que promovam a saúde mental.

Considering the recommendations of the care model based on psychosocial care as well as the guidelines guiding nurses' work in the field of mental health, this study aims to analyze the nurses' perception of the aspects that define the quality of care and the characteristics that allow the proactivity of the nurse care in mental health. This is a qualitative, descriptive, cross-sectional study carried out with 21 clinical and managerial nurses working in the area of mental health from five regions of the country, who were recruited using the sampling technique called snowball sampling. The epistemological propositions of David Hume, a Scottish philosopher, were adopted as a theoretical framework, which considers everyday experience as requirements for the construction of human knowledge. Data collection was carried out through the application of a sociodemographic questionnaire, two scales related to the assessment of empathy and professionalism, a semi-structured interview and participant observation. Interview and observation data were analyzed using content analysis and for data from the questionnaire and scales, statistical analysis was used. The participants predominantly graduated from public universities and obtained a high level of specialization in mental health. Furthermore, those who practiced a religion had a higher number of postgraduate degrees, had children and were in the care sector stood out in terms of empathy. The nurses perceived a high level of professionalism and achieved a broad perception of their competencies individually, collectively and as members of the interprofessional team. It should be noted that the present study can guide the actions of nursing councils and associations, provide useful publications for directing teaching in the area of mental health, as well as providing recognition to students and nurses regarding their unique role in the care covered by actions that promote mental health.