A presente pesquisa investiga as políticas judiciárias de conciliação, na Justiça do Trabalho, entre 2004 e 2016, a partir dos conceitos de ideologia, burocracia e aparelho, a fim de compreender o processo de adequação desta ao neoliberalismo, entendido, por sua vez, como um momento das relações sociais. Abordado pelos elementos da exacerbação da competitividade, acento no indivíduo e de uma concepção de mundo organizada sob o horizonte de uma difusa teoria do fim da história, o neoliberalismo exibe uma relação de afinidade com a burocracia, de tal forma que, as políticas judiciárias de conciliação extraem sua coerência de um senso comum forjado diante da manutenção do sistema hegemônico, em um processo que, todavia, se caracteriza por um acúmulo de contradições.

The present research examine the Judicial Policies of Conciliation, in the Labor Justice, between 2004 and 2016, from the concepts of ideology, bureaucracy and apparatus, in order to understand the process of its adaptation to neoliberalism, understood, in turn, as a moment of social relations. Faced with the elements of the exacerbation of competitiveness, an accent on the individual and a conception of the world organized under the horizon of a diffuse theory of the end of history, neoliberalism exhibits a relation of affinity with the bureaucracy, in such a way that the Judicial Policies of Conciliation draws its coherence from a common sense forged in the maintenance of the hegemonic system, in a process that, however, is characterized by an accumulation of contradictions.