A pesquisa proposta almeja compreender os principais significados do protagonismo de mulheres familiares de pessoas presas especialmente nas esferas da violência institucional, da economia, por meio do abastecimento e da movimentação gerada sobretudo pelo jumbo e das estratégias coletivas de insurreição contra as opressões vivenciadas. Com amparo nos ensinamentos da criminologia crítica no contexto latino-americano, da teoria da reprodução social e nas lições sobre os movimentos sociais contra a violência estatal, o texto demonstra como a relação imbricada entre capitalismo, racismo e patriarcado informa a atuação massiva de mulheres negras e pobres frente ao encarceramento de seus parentes. Para tanto, foi investigada a percepção das mulheres familiares sobre os impactos materiais e subjetivos da interação com o cárcere, apurando as dinâmicas institucionais envolvendo a atuação de grandes contingentes de mulheres que penetram no território prisional. Por fim, compreende as mulheres familiares de pessoas presas enquanto sujeito político potente para as resistências e lutas por direitos, sobretudo por meio da atuação de movimentos sociais como a Associação de Amigos e Familiares de Pessoas Presas, a AMPARAR.

The proposed research aims to understand the main meanings of the protagonism of women who are prisioners relatives, especially in the spheres of institutional violence, of the economy, through the movement generated mainly by the jumbo, and of collective strategies of insurrection against the oppressions experienced. Based on the teachings of critical criminology in the Latin American context, the social reproduction theory and the lessons on social movements against state violence, the text demonstrates how the intertwined relationship between capitalism, racism and patriarchy informs the massive performance of black women and poor to face the incarceration of their relatives. To this end, the women's perception about the material and subjective impacts of the interaction with prison was investigated from the imprisonment of a relative, canvassing the institutional dynamics involving the performance of large contingents of women who penetrate the prison territory. Finally, it comprises women who are prisioners relatives as a potent political actor for resistance and struggles for rights, especially through the work of social movements such as the Association of Friends and Relatives of Prisoners, AMPARAR.