A presente dissertação tem o objetivo de analisar o impacto da atuação do NBD no Brasil. Os procedimentos metodológicos utilizados foram a revisão bibliográfica, o levantamento e a análise dos projetos brasileiros aprovados. Essa investigação, inicialmente, forneceu uma base teórica através de discussões sobre as funções dos bancos de desenvolvimento, o histórico dos bancos de desenvolvimento no país e também sobre o BRICS e a cooperação entre países em desenvolvimento. Tais debates propiciam subsídios para compreender o contexto em que esse banco multilateral trabalha no país e as possibilidades de impacto. O contexto nacional de fomento via BDs demonstra que o país, apesar da forte diminuição da quantidade de suas instituições estaduais, ainda apresenta um forte sistema de instituições financeiras desse tipo, sendo a principal o BNDES. O texto revisa a literatura para defender que o NBD impacta de forma muito limitada a realidade dos financiamentos por meio de bancos de desenvolvimento no Brasil. Tal entendimento é feito com base em quatro fatores: (i) o Banco dos BRICS opera com volume de crédito inferior a outras congêneres que atuam no país, como o BNDES, o Banco Mundial e os bancos regionais; (ii) ele adota postura menos intervencionista na determinação da política econômica dos países recebedores dos financiamentos; (iii) no tocante aos aspectos socioambientais, apesar de mostrar-se avançado em comparação aos BDs tradicionais, por seu direcionamento ao financiamento de projetos majoritariamente sustentáveis, sua política socioambiental apresenta falhas que os bancos multilaterais já superaram; (iv) do ponto de vista político-institucional, a saída dos governos petistas foi determinante para o baixo desempenho dos financiamentos do NBD no país, uma vez que as gestões seguintes se mostram menos próximas do projeto do BRICS, o que se explicita na baixa demanda brasileira por projetos e no atraso da instalação dos escritórios brasileiros do NBD. Além disso, percebe-se que o Banco do BRICS se alinhou à política econômica dos dois últimos governos através de financiamentos voltados ao perfil mais privatista dessas gestões.

This dissertation aims to analyze the impact of NBD's performance in Brazil. The methodological procedures used were the bibliographic review, the survey and the analysis of the approved projects. This investigation initially provided a theoretical basis through discussions on the functions of development banks, the history of development banks in the country and also on the BRICS and cooperation between developing countries. Such debates provide a necessary basis for understanding the context in which this multilateral bank works in the country and the possibilities for impact. The national context of development via BDs demonstrates that the country, despite the sharp decrease in the number of its state institutions, still has a strong system of financial institutions of this type, the main one being the BNDES. The text reviews the literature to argue that the NBD has a very limited impact on the reality of financing through development banks in Brazil. This understanding is based on: (i) the Bank of the BRICS operates with a lower credit volume than other counterparts operating in the country, such as the BNDES, the World Bank and regional banks; (ii) adopts a less interventionist stance in determining the economic policy of the countries receiving the financing; (iii) with regard to socioenvironmental aspects, despite showing itself to be advanced in comparison to traditional BDs, due to its focus on financing mostly sustainable projects, its socioenvironmental policy has flaws that multilateral banks have already overcome; (iv) from the political-institutional point of view, the departure of PT governments was decisive for the low performance of NBD financing in the country, since the following administrations are less close to the BRICS project, which is shown in the low Brazilian demand for projects and the delay in setting up the Brazilian NBD offices. In addition, it is clear that the BRICS Bank has aligned itself with the economic policy of the last two governments through financing aimed at the more privatist profile of these administrations.