Today, society is in a state of frequent change, and this is not different in the disaster risk management field. Responses to social disasters, which were previously treated isolated, are increasingly demanding planning and decision in face of great complexity. In the case of flood events, climate projections combined with urbanization trends show an increase in their intensity. Social aspects, such as the social memory of past events, can play an important role in reducing flood damage through the voluntary displacement of people outside risk areas or the resilience improvement. Such factors demonstrate that the risk analysis must be carried out dynamically, considering that the human-water system co-evolves, to reduce flood risk. The first hypothesis in this study is explored in the second chapter and is that the flood risk can be reduced by keeping the memory of past events alive for longer periods in flood-prone areas. The second hypothesis, explored in the third chapter, is that climate change scenarios and social aspects can be incorporated in long-term risk analysis, improving the risk reduction measures planning. Thus, this study conceptually developed a Socio-Hydrological Observatory for Water Security (SHOWS) that aggregates climatic, social, and hydrological information for flood risk analysis. To this end, a socio-hydrological model was applied using historical data and climate projections for the years between 1940 and 2099 to estimate flood risk in a Brazilian catchment. These results served as a basis for identifying strategies to reduce risk through social and environmental measures and for the elaboration of the observatory model.

Atualmente, a sociedade se encontra num estado de frequente mudança e isso não é diferente no campo de gestão de risco de desastres. Respostas a desastres sociais, que antes eram tratadas de maneira isolada, exigem cada vez mais planejamento e tomada de decisão diante da grande complexidade. No caso de eventos de inundação, as projeções climáticas combinadas com as tendências de urbanização, mostram um aumento em sua intensidade. Aspectos sociais, como a memória social de eventos passados, podem desempenhar um papel importante na redução dos danos gerados por inundações através do deslocamento voluntário de pessoas para fora de áreas de risco ou de um aumento na resiliência. Tais fatores demonstram que a análise de risco deve ser executada de maneira dinâmica, considerando que sistema sociedade-água evolui de maneira integrada, para reduzir o risco de inundações. A primeira hipótese desse estudo é explorada no segundo capítulo e é de que o risco de inundações pode ser reduzido através da manutenção da memória de eventos passados viva por mais tempo em áreas suscetíveis a inundação. A segunda hipótese, explorada no terceiro capítulo, é de que cenários de mudanças climáticas e aspectos sociais podem ser incorporados na análise de risco a longo prazo, aprimorando o planejamento de medidas de redução de risco. Com isso, esse estudo desenvolveu conceitualmente um Observatório Socio-Hidrológico para Segurança Hídrica (SHOWS) que agrega informações climáticas, sociais e hidrológicas para análise de risco de inundações. Para tanto, foi aplicado um modelo socio-hidrológico utilizando dados históricos e projeções climáticas para os anos entre 1940 e 2099 para estimar o risco de inundações em uma bacia hidrográfica brasileira. Esses resultados serviram como base para identificação de estratégias para redução de risco através de medidas ambientais e sociais e para a elaboração do modelo de observatório.