Introdução: De acordo com a Sociedade Internacional de Incontinência (ICS) e a Sociedade Internacional de Uroginecologia (IUGA), o prolapso dos órgãos pélvicos (POP) é definido como o descenso da parede vaginal anterior e/ou posterior e/ou do ápice da vagina (útero ou cúpula vaginal na mulher histerectomizada) maior do que 2 cm em relação à posição de repouso. O POP é uma afecção de incidência crescente, com grande prejuízo na qualidade de vida da paciente e com diversas propostas de tratamento. A correção cirúrgica, por diferentes técnicas, é considerada a melhor linha de tratamento a longo prazo. Objetivo: Avaliar o sucesso de correção de prolapso genital do compartimento apical feminino a partir de técnica cirúrgica utilizada pelo Setor de Cirurgia Ginecológica do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP-USP. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, com análise de prontuários das pacientes submetidas a histerectomia vaginal com colpopexia utilizando os ligamentos uterossacros e cardinais fixados ao fórnice vaginal contralateral, devido a prolapso uterino. Tais pacientes foram submetidas ao procedimento entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018. Foi avaliada a taxa de sucesso (cura objetiva e subjetiva) e de satisfação das pacientes após procedimento, a partir da percepção pessoal de correção do prolapso, dor pós-operatória e sintomas urinários, comparando com os dados disponíveis na literatura. Resultados: Foram incluídas 284 pacientes submetidas ao procedimento descrito, com seguimento médio de 6,8 meses. A taxa de cura objetiva foi de 89,4% e de cura subjetiva de 91,9%. A falha terapêutica foi de 8,1%. Pacientes com queixa de incontinência urinária (IU) apresentaram melhora da sintomatologia. Não houve casos de complicação grave com desfecho de óbito. Conclusão: As taxas de cura objetiva e subjetiva das cirurgias de correção prolapso apical sob técnica padronizada realizadas no serviço de Cirurgia Ginecológica no HCRP-USP estão dentro do esperado na literatura científica. O procedimento é considerado seguro, com baixas taxas de complicação e sem descrição de eventos adversos graves.

Introduction: According to the International Incontinence Society (ICS) and the International Society of Urogynecology (IUGA), pelvic organ prolapse (POP) is defined as the descent of the anterior and/or posterior vaginal wall and/or the apex of the vagina (uterus or vaginal vault in a hysterectomized woman) greater than 2 cm from the resting position. POP is a disease of increasing incidence, with great damage to the patient's quality of life and with several treatment proposals. Surgical correction, using different techniques, is considered the best line of long-term treatment. Objective: To evaluate the success of correction of female apical compartment genital prolapse using a surgical technique used by the Gynecological Surgery Sector of the Department of Gynecology and Obstetrics, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto - FMRP-USP. Methodology: Descriptive, retrospective study, with analysis of medical records of patients undergoing vaginal hysterectomy with colpopexy using the uterosacral and cardinal ligaments fixed to the contralateral vaginal fornix, due to uterine prolapse. Such patients underwent the procedure between January 2014 and December 2018. The success rate (objective and subjective cure) and patient satisfaction after the procedure were evaluated, based on the personal perception of prolapse correction, postoperative pain and urinary symptoms, comparing with the data available in the literature. Results: 284 patients submitted to the described procedure were included, with a mean follow-up of 6.8 months. The objective cure rate was 89.4% and the subjective cure rate was 91.9%. Therapeutic failure was 8,1%. Patients complaining of urinary incontinence (UI) showed improvement in symptoms. There were no cases of serious complications resulting in death. Conclusion: The objective and subjective cure rates of apical prolapse correction surgeries using a standardized technique performed at the Gynecological Surgery Service at HCRP-USP are within the expected in the scientific literature. The procedure is considered safe, with low complication rates and no description of serious adverse events.