A educação permanente em saúde (EPS) tem o objetivo de qualificar e transformar as práticas nos vários pontos da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de Saúde (SUS). A EPS se baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas profissionais e acontece no cotidiano do trabalho, consequentemente, refletindo positivamente na prestação de cuidados aos usuários. Este é um estudo transversal, descritivo e quantitativo que teve como sujeitos de estudo os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS) do sistema público de saúde de Ribeirão Preto - SP. As categorias profissionais de interesse foram: médicos, enfermeiros, técnicos / auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, auxiliares de farmácia, dentistas e técnicos / auxiliares de dentista e outras profissões da saúde. Houve a necessidade de construção e validação do instrumento de pesquisa aplicado aos trabalhadores. Um total de 262 participantes responderam ao instrumento construído na plataforma digital RedCap a respeito de seus conhecimentos, impressões e atuações no campo da EPS em sua unidade de trabalho, utilizando-se a escala de Likert. Ainda mais, citaram ferramentas utilizadas para realizar as atividades e sugeriram temas de interesse para a EPS. A pesquisa caracterizou os participantes segundo a idade, tempo de trabalho na unidade de saúde, modalidade de assistência de saúde onde trabalham: estratégia da saúde da família (USF) ou unidade básicas tradicionais (UBS), categorias profissionais, cargo de supervisor de unidade ou não, distrito de saúde onde trabalha. Foi encontrado pela pesquisa que muitos trabalhadores reconheceram a Política Nacional de EPS (PNEPS), mas um considerável número mostrou desconhecimento sobre o financiamento da EPS e a coordenadoria de EPS da gestão local. A prática da EPS mostrou-se acontecer de forma pontual e não de forma rotineira para a maioria dos trabalhadores. Também não eram habituais as reuniões de equipe para atividades de planejamento e avaliação em saúde. Os trabalhadores reconheceram a interprofissionalidade nas atividades de EPS, mas não de forma semelhante entre as categorias profissionais estudadas. A maior parte dos trabalhadores entenderam a EPS como útil e demonstraram interesse em participar de atividades de EPS. A grande maioria dos trabalhadores tiveram a percepção de que a equipe era sobrecarregada no cuidado dos pacientes. Os trabalhadores das USF demonstraram maior acesso às atividades de EPS que os trabalhadores das UBS. As categorias profissionais de nível médio indicaram menos acesso à EPS e percepção mais negativa da EPS comparadas às categorias de nível superior, com exceção dos agentes comunitários de saúde. Houve nítidas diferenças entre as respostas sobre as práticas de EPS entre os distritos de saúde do município. Os trabalhadores mais jovens tiveram percepções mais positivas sobre a utilidade e os benefícios e demonstraram maior interesse em participar de atividades de EPS que os trabalhadores mais velhos. A discussão de casos foi a metodologia de prática de EPS mais citada pelos trabalhadores. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem foram pouco indicadas. Houve marcantes diferenças sobre temas de interesse em EPS entre os trabalhadores segundo suas categorias profissionais e os distritos onde trabalhavam. Este estudo fornece informações que auxiliam a gestão municipal da saúde a implementar ações que potencialize a prática da EPS na atenção primária, particularizando intervenções, reconhecendo dificuldades e potencialidades para a EPS.

Permanent health education (EPS) aims to qualify and transform practices in the various points of the Health Care Network (RAS) of the Unified Health System (SUS). EPS is based on meaningful learning and the possibility of transforming professional practices and it happens in the daily work, consequently, reflecting positively on the provision of care to users. This is a cross-sectional, descriptive and quantitative study whose study subjects were Primary Health Care (PHC) workers from the public health system in Ribeirão Preto - SP. The professional categories of interest were: physicians, nurses, nursing technicians/assistants, pharmacists, pharmacy assistants, dentists and dental technicians/assistants and other health professions. There was a need to build and validate the research instrument applied to workers. A total of 262 participants responded to the instrument built on the RedCap digital platform regarding their knowledge, impressions and actions in the field of EPS in their work unit, using the Likert scale. Even more, they cited tools used to carry out the activities and suggested topics of interest for EPS. The research characterized the participants according to age, time working at the health unit, type of health care where they work: family health strategy (USF) or traditional basic unit (UBS), professional categories, position of unit supervisor or no, health district where they work. It was found by the survey that many workers recognized the National EPS Policy (PNEPS), but a considerable number showed ignorance about EPS funding and EPS coordination of local management. The practice of EPS proved to happen occasionally and not routinely for most workers. Team meetings for health planning and assessment activities were also not usual. Workers recognized interprofessionality in EPS activities, but not in a similar way between the professional categories studied. Most workers understood EPS as useful and showed interest in participating in EPS activities. Most workers had the perception that the team was overloaded in patient care. USF workers demonstrated greater access to EPS activities than UBS workers. Mid-level professional categories indicated less access to EPS and a more negative perception of EPS compared to higher-level categories, except for community health agents. There were clear differences between responses on EPS practices among the health districts in the municipality. Younger workers had more positive perceptions of usefulness and benefits and showed greater interest in participating in EPS activities than older workers. Discussion of cases was the EPS practice methodology most cited by workers. Active teaching-learning methodologies were rarely indicated. There were marked differences on EPS topics of interest among workers according to their professional categories and the districts where they worked. This research provides information that helps municipal health management to implement actions that enhance the practice of EPS in primary care, particularizing interventions, recognizing difficulties and potential for EPS.