Introdução: Desde 2007 o grupo encarregado por lançar a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) identificou mais de 250 estudos apontando para uma provável nova entidade nosológica, o Transtorno de Jogos pela Internet, tanto em crianças, como em adolescente e adultos. Desde então há um esforço global no sentido de validar os critérios propostos, através de estudos epidemiológicos e elaboração de escalas voltadas a identificação deste constructo. Objetivo: Revisar a existência de escalas validadas no mundo e no Brasil para rastreio do Transtorno de Jogos pela Internet, no sentido de divulgá-las e auxiliar na força-tarefa de validação do constructo diagnóstico. Método: Foi realizada revisão de escopo com busca nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline e Pubmed. Foram inclusos apenas estudos publicados em inglês e português, que abordassem especificamente escalas já validadas ao redor do mundo para uso em menores de 18 anos, e que fossem baseadas nos critérios propostos pelo DSM-V, lançado em 2014. Foram excluídos estudos publicados antes de 2014 e que descrevessem escalas baseadas em outros critérios. Resultados: Foram identificados 5774 estudos, analisados independentemente por dois revisores (Bruno Roberto Duarte Silva e João Mazzoncini de Azevedo Marques), que resultaram no achado de apenas 05 trabalhos considerados aceitáveis. Os resultados foram então tabulados, discutidos, e um deles apresentou uma escala considerada válida para a aplicação em maiores de 15 anos no Brasil. Conclusão: Concluímos que há um estudo contendo uma escala considerada apta para avaliação do Transtorno de Jogos pela Internet em maiores de 15 anos no Brasil, a IGDS-9SF, porém nenhum dos estudos encontrados se apresentou livre de viéses importantes, apontando para a necessidade de elaboração de estudos posteriores no sentido de ampliar o uso das escalas em subpopulações mais diversas e em idades menores que 15 anos. Ressaltou-se também que, apesar do grande volume inicial de estudos encontrados, o conceito do transtorno ainda carece de mais estudos e maior validação ao redor do mundo, motivo pelo qual sugerimos o fomento ao seguimento de pesquisas relacionadas a este tema.

Introduction: Since 2007, the group responsible for developing the fifth edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V) has identified more than 250 studies pointing to a probable new nosological entity in children, adolescents and adults: the Internet Gaming Disorder. Since then, there has been a global effort to validate the proposed criteria, through epidemiological studies and the elaboration of scales aimed at identifying this disorder. Objective: To review the existence of validated scales throughout the world and in Brazil for screening the Internet Gaming Disorder, with the final purpose of disseminating them and assisting in the diagnostic construct validation task force. Method: A scoping review was carried out by searching the Scielo, Lilacs, Medline and Pubmed databases. We included studies published only in English and Portuguese, which specifically addressed scales already validated around the world for the use among subjects under 18 years of age, and which were based on the criteria proposed by the DSM-V, released in 2014. Studies published before 2014 and that described scales based on other criteria were excluded. Results: 5774 studies were identified, independently analyzed by two reviewers (Bruno Roberto Duarte Silva and João Mazzoncini de Azevedo Marques), which resulted in the finding of only 05 papers considered acceptable. The results were then tabulated, discussed, and one of them presented a scale considered valid for use in people over 15 years of age in Brazil, the IGDS-9SF. Conclusion: We concluded that there is a study containing a scale considered suitable for the assessment of the Internet Gaming Disorder among people over 15 years of age in Brazil, but none of the studies found was considered free of important biases, which pointed to the need of the elaboration of further studies about this subject aiming to expand the use of scales in more diverse subpopulations and with subjects under 15 years of age. It was also highlighted that, despite the large initial volume of studies found, the concept of the disorder still needs more studies and greater validation around the world, which is why we suggest promoting further research related to this topic.