Introdução: A população da América Latina (AL) está envelhecendo mais rapidamente que a população dos países desenvolvidos. O alto gasto energético total em condições de vida livre, independentemente de qualquer atividade, tem sido fortemente associado com o baixo risco de mortalidade em idosos saudáveis. Também, os bons desempenhos em testes físicos e funcionais são marcadores de bom prognóstico. No entanto, ainda não é claro qual é a associação entre o gasto energético total o desempenho em testes físicos e funcionais e a atividade física habitual, e qual destes marcadores melhores se associa ao gasto energético. Objetivo: verificar a associação entre o gasto energético total medido por água duplamente marcada e o estado funcional de idosos. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, que incluiu 56 idosos recrutados nos serviços de saúde vinculados às instituições participantes, sendo avaliadas as características sociodemográficas, antropométricas e clínicas (por meio de um questionário estruturado), bem como o estado funcional. Os idosos também foram submetidos ao exame de absorciometria de raios-x de dupla energia (DEXA) para avaliação da composição corporal. O gasto energético total (GET) foi avaliado pelo método de água duplamente marcada e o perfil de atividade física foi verificado por meio de questionário de autorrelato e por um monitor de atividade baseado em acelerometria. Resultados: Os resultados mostraram que o maior gasto energético total correlacionou com o melhor desempenho nos testes de velocidade de marcha (r = 0,266; p = 0,047), teste de caminhada de 6 minutos (r = 0,424; p = 0,001) e força de preensão manual máxima (r = 0,478; p = 0,000). A análise de regressão multivariada em um modelo ajustado por sexo e massa livre de gordura revelou associação do gasto energético total com o teste de caminhada de 6 minutos (ß = 1,790; t = 2,080; p = 0,044) e o número de eventos sedentários (ß = 6,389; t = 2,147; p = 0,038). Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que, na prática clínica, indivíduos idosos com menor velocidade de marcha, pior desempenho no teste de caminhada de 6 minutos e menor força de preensão palmar, podem ter menor gasto energético total, sendo o estímulo para o seu aumento importante para a prevenção de possíveis problemas relacionados ao baixo gasto energético.

Introduction: The population of Latin America (LA) is aging faster than the population of developed countries. Higher total energy expenditure in free living conditions, regardless of any activity, has been strongly associated with lower risk of mortality in healthy older adults. Also, good performance in physical and functional tests are markers of good prognosis. However, it is not yet clear what is the association between total energy expenditure, performance in physical and functional tests and habitual physical activity, and which of these tests are associated with energy expenditure. Objective: to evaluate the association between the total energy expenditure measured by doubly labelled water and the functional status of the older adults. Materials and Methods: This is a cross-sectional study, including 56 older people recruited from health services linked to participating institutions. Socio-demographic, anthropometric and clinical characteristics (through the application of a structured questionnaire), as well as the functional status were assessed. The participants were also submitted to dual energy x-ray absorptiometry (DEXA) to assess body composition. Total energy expenditure (GET) was assessed using the doubly labelled water method and the physical activity profile was verified using a self-report questionnaire and an activity monitor based on accelerometry. Results: The results showed that the highest total energy expenditure correlated with the best performance in the gait speed tests (r = 0.266; p = 0.047), 6-minute walk test (r = 0.424; p = 0.001) and maximum handgrip strength (r = 0.478; p = 0.000). Multivariate regression analysis in a model adjusted for sex and fat-free mass revealed an association between total energy expenditure and the 6-minute walk test (ß = 1.790; t = 2.080; p = 0.044) and the number of sedentary events (ß = 6.389; t = 2.147; p = 0.038). Conclusion: The results of this study suggest that, in clinical practice, older individuals with lower gait speed, worse performance in the 6-minute walk test and lower handgrip strength, may have lower total energy expenditure, being the stimulus for its increase important for the prevention of possible problems related to low energy expenditure.