A desospitalização é uma estratégia recente de assistência à saúde, centrada na integração de instituições de diversos níveis de complexidade para garantir a continuidade dos cuidados prestados ao paciente, reduzindo o tempo de internação hospitalar e, desta forma, sendo capaz de racionalizar recursos disponíveis e reduzir a ocorrência de eventos adversos no ambiente nosocomial. Este estudo teve por objetivo determinar o impacto desta política sobre os custos hospitalares e a ocorrência de infecções relacionadas à assistência à saúde numa enfermaria de ortopedia de um hospital universitário. Tratou-se de um estudo quase-experimental não randomizado, com análise retrospectiva de 170 pacientes com infecção de sítio cirúrgico internados durante um período de quatro anos, comparando a incidência de infecção, o consumo de antimicrobianos, os custos da enfermaria e o tempo médio de internação, ao longo de dois anos imediatamente anteriores à adoção do programa de desospitalização (período A) e dois anos posteriores à sua implementação (período B). Foi constatada uma tendência de redução na taxa de infecção de sítio cirúrgico ao longo do estudo, e não houve mudança no consumo global de antimicrobianos, ainda que tenha sido observada alteração significativa na quantidade prescrita, em dose definida diária, de algumas drogas específicas. A política de desospitalização mostrou-se uma medida segura e eficaz no tratamento das infecções de sítio cirúrgico, e as estimativas acerca do tempo de internação e do custo da enfermaria apontaram redução considerável.

Dehospitalization is a recent health care strategy, focused on the integration of institutions of different levels of complexity to guarantee the continuity of care provided to the patient, reducing the length of hospital stay and thus being able to rationalize available resources and reduce the occurrence of adverse events in the nosocomial environment. This study aimed to determine the impact of this policy on hospital costs and the occurrence of healthcare-associated infections in an orthopedic ward of a university hospital. This was a non-randomized, quasi-experimental study, with a retrospective analysis of 170 patients with surgical site infection hospitalized over a period of four years, comparing the incidence of infection, the antimicrobial consumption, the ward costs and the time of hospitalization, over the two years immediately prior to the adoption of the dehospitalization program (period A) and two years after its implementation (period B). It was observed a trend towards a reduction in the rate of surgical site infection throughout the study, and there was no change in the global consumption of antimicrobials, although a significant change was observed in the amount prescribed, in defined daily dose, of some specific drugs. The dehospitalization policy proved to be a safe and effective measure in the treatment of surgical site infections and estimates about the length of stay and the cost of the ward showed a considerable reduction.