Recém-nascidos (RN) constituem o grupo de pacientes que mais utiliza hemocomponentes em Unidades de Terapia Intensiva e, frequentemente, requerem múltiplas transfusões de hemocomponentes. Isto resulta em exposição a grande número de doadores de sangue, aumentando o risco de eventos adversos à transfusão a médio e longo prazo. A grande necessidade transfusional desses pacientes justifica a adoção de medidas especiais para otimizar o atendimento. Este estudo teve como objetivo propor uma sistemática de atendimento transfusional a neonatos para reduzir os riscos transfusionais através de uma menor exposição a doadores de sangue. Para isto, foi avaliado o perfil transfusional dos neonatos transfundidos nas unidades neonatais de Fortaleza e validado o procedimento de preparo das alíquotas das bolsas para transfusão em neonatos. Realizou-se o levantamento dos RN transfundidos nos serviços de neonatologia atendidos pelo Hemocentro de Fortaleza, no período de junho de 2012 a julho de 2013. Identificou-se que as transfusões em RN representaram 12,29% do total de transfusões com CH no Hemocentro de Fortaleza, com um número total de 5.920 transfusões em um total de 806 RN, para 5.435 doadores, o que representou uma relação de 1,09 transfusão por doador. Dos 258 RN que foram estudados com relação a peso e idade gestacional ao nascimento, 210 RN pesavam < 1.476g, com idade gestacional aproximada de 31 semanas e receberam em média 16 transfusões de CH originados, em média, de 10 doadores. Foram testados dois kits de bolsas de transferência pediátricas das marcas JP e Fresenius, apresentando resultados satisfatórios e concordantes com relação a Hb, Ht, Hb livre e ao grau de hemólise. A irradiação dos componentes, por sua vez, apresentou grande impacto nos níveis de potássio (K+) encontrados nos CHBC irradiados, o que deve motivar a proposição de estratégias específicas para irradiação dos hemocomponentes antes da utilização em RN, além de critérios objetivos para indicação. Portanto, conclui-se que a aliquotagem de CH pode ser útil para redução da exposição de RN a doadores de sangue, reduzindo riscos a esse grupo de pacientes.

Newborns are the group of patients most transfused with Red blood cells (RBC) in intensive care units and often require multiple transfusions of blood products, which results in exposure to large number of blood donors, increasing risk of adverse transfusion events. The large transfusion needs of these patients justifies the adoption of special measures to optimize care. Our study aimed to propose a systematic transfusion care to neonates to reduce transfusion risks through a smaller exposure to blood donors. We assessed the profile transfusion of newborns in neonatal units in Fortaleza and validated procedure of preparation aliquots for transfusion in neonates. We studied newborn transfused in neonatology units served by the blood center of Fortaleza from June 2012 to July 2013 and found that 12.29% of total transfusions were done in neonates, with a total number of 806 RN receiving 5,920 transfusions and 5,435 donors, representing a ratio of 1.09 donor/transfusion. 258 infants were studied in relation to weight and gestational age at birth, and we found 210 infants weighing <1.476g and with gestational age of 31 weeks and average of 16 transfusions of RBC originated from 10 donors. Two sets of bags of pediatric transfer (JP and Fresenius) with satisfactory and consistent results involving Hb, Ht, free Hb and degree of hemolysis. Irradiation of the components showed great impact on levels of K + found in irradiated CHBC what should motivate the proposition of specific strategies for their radiation of blood products prior to use in newborns. Therefore, it is concluded that the aliquoting of RBC can be helpful to reduce exposure of infants to blood donors, reducing risks for this group of patients.