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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.17.2020.tde-23082020-142115
Document
Auteur
Nom complet
Juliana Ribeiro Figueira
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2020
Directeur
Jury
Silva, Ana Carolina Japur de Sá Rosa e (Président)
Ben, Cristina Marta Del
Rufino, Andréa Cronemberger
Titre en portugais
Impacto da violência sexual em mulheres com disfunção sexual
Mots-clés en portugais
Abuso sexual
Disfunção sexual
Violência sexual
Resumé en portugais
Introdução: A disfunção sexual feminina (DSF) refere-se ao comprometimento da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo ou dor coital), que provoque desconforto pessoal significativo. A DSF é bastante prevalente e de origem multifatorial. Uma das causas de disfunção sexual é o histórico de abuso sexual, que além de afetar a sexualidade, também está associado à depressão, transtorno de ansiedade, ideação suicida, dependência de álcool e drogas, baixa autoestima e diminuição da satisfação com a vida. Objetivos: Esse estudo visa identificar a prevalência de violência sexual entre pacientes com queixa de disfunção sexual e comparar as características sócio-demográficas, clínicas e os diagnósticos de disfunção sexual em pacientes com e sem histórico de abuso sexual. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo baseado em dados de prontuários médicos onde foram avaliados os dados antropométricos, demográficos e clínicos dos casos de disfunção sexual de mulheres atendidos no AESH, no período de 2004 a 2016. Os dados foram inseridos em uma planilha do Excel e analisados detalhadamente. Resultados: no total foram analisados 1010 prontuários, sendo que 610 preencheram os critérios de inclusão (60,40%), as quais compuseram a amostra deste estudo. O abuso sexual foi relatado por 134 pacientes (21,97%), na maioria dos casos o agressor era alguém próximo da vítima, sendo que em apenas 7,69% era desconhecido. A depressão foi mais prevalente no grupo que sofreu abuso sexual (32,09% vs 18,28%; p <0,05). Das disfunções sexuais o grupo de pacientes vítimas de violência sexual apresentou maior prevalência de desejo sexual hipoativo (74,03% versus 59,83%; p <0,05); anorgasmia primária (20,3% versus 7,19%; p <0,05); anorgasmia tanto à penetração quanto à estimulação clitoriana 51,15% vs. 39,61%; menor impulso sexual (39,64% versus 52,33%, p<0,05), bem como menos excitação (48,84% versus 61,32%,p <0,05). Conclusão: A prevalência de histórico de abuso sexual entre pacientes com disfunção sexual é alta, cerca de 20% das pacientes, sendo que em menos de 10% dos casos o agressor é desconhecido da vítima. Estas mulheres apresentam mais frequentemente quadro depressivo. Algumas disfunções são mais frequentes nestas pacientes, tais como: disfunção orgásmica, desejo sexual hipoativo e pior qualidade dos relacionamentos subsequentes. Além disso, estas mulheres apresentam mais sonhos eróticos e menos impulso sexual. Sendo assim, é importante que seja feita uma busca ativa de histórico de abuso sexual em pacientes com queixas sexuais e depressão, para orientar melhor a abordagem, otimizar o tratamento e minimizar o impacto do abuso sobre a saúde integral da mulher.
Titre en anglais
Impact of sexual violence women with sexual dysfunction
Mots-clés en anglais
Sexual abuse
Sexual dysfunction
Sexual violence
Resumé en anglais
Introduction: female sexual dysfunction (FSD) causes significant personal discomfort. It's very prevalent and has multifactorial origin. One of the causes is the history of sexual violence that besides affecting sexuality is also associated with depression, suicidal ideation, alcohol and drug addiction, low self-esteem and decreased life satisfaction. Aim: to identify the prevalence of sexual violence among patients with complaints of sexual dysfunction and compare socio-demographic, clinical data and sexual dysfunction diagnoses of patients who suffered or not sexual violence. Methods: this is a retrospective study in which all cases of female sexual dysfunction attended at a tertiary hospital from 2004 to 2016 were evaluated. Socio-demographic data, clinical and sexual history and clinical exam were evaluated. Patients were divided in two groups: those with a history of sexual violence and those without this past. Exclusion criteria were transsexuality, death and patients who attended less than two scheduled medical visits. Main outcome measures: the features among the groups were compared using chi-squared test, considering statistically significant when p<0.05. Results: 610 records out of 1010 have been included, composing 60.40% of the sample. Sexual violence was reported in 134 patients (21.97%) and in most of cases the abuser was someone close to the victim (92.31%) and only in 7,69% of the cases de aggressor was unknown. Depression was more prevalent in the group that suffered sexual violence (32.09% vs 18.28%; p<0.05). The hypoactive sexual desire was a complaint of 74.03% in those who suffered sexual violence vs 59.83% in the control group (p<0.05). Primary anorgasmia was observed in the victimized group in 20.3% vs. 7.19% (p<0.05). Out of 51.15% of the victimized group reported no type of orgasm vs. 39.61% in the non-victimized group, neither at penetration nor at clitoris manipulation. Victimized group presented more erotic dreams 51.16% vs. 38.2% and less sex drive 39.64% vs. 52.33%, as well as less arousal 48.84% vs 61.32% (p<0.05). In the victimized group 12.21% of the patients did not have a religion vs. 3.89% in the control group (p<0.05). There was more betrayal by the partner in the victimized group (18.97%) than in the control group (9.25%), p<0.05. There was no difference between the groups in relation to dyspareunia, sexual fantasies, hormone levels and frequency of coitus. Conclusion: Patients with sexual dysfunction who presents a history of sexual violence has more depression, orgasmic dysfunction, hypoactive sexual desire and less erotic dreams and sexual drive. It's important to make an active research about sexual violence in patients with sexual complaints and depression, to guide the approach and optimize the treatment and promote integral attention to the women's health.
 
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Date de Publication
2020-10-20
 
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