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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.17.2023.tde-15022024-101917
Document
Auteur
Nom complet
Nathalia Franzoni Smargiassi
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2023
Directeur
Jury
Navarro, Paula Andrea de Albuquerque Salles (Président)
Carneiro, Marcia Mendonca
Schor, Eduardo
Titre en portugais
Fertilidade, resultados gestacionais e perinatais relacionados a endometriose experimental em modelo murino
Mots-clés en portugais
Endometriose
Infertilidade
Modelo murino
Morbidade gestacional
Prole
Resumé en portugais
A endometriose está relacionada à infertilidade e ao aumento do risco de efeitos adversos gestacionais e neonatais, cujos mecanismos precisam ser melhor esclarecidos para fundamentar novas abordagens terapêuticas. Recentemente foi identificado um modelo murino de infertilidade relacionada à endometriose, cuja infertilidade foi avaliada por um mês após o procedimento cirúrgico de indução da endometriose experimental. Para saber se este modelo poderá ser usado em estudos de intervenção terapêutica, é importante testá-lo e entendê-lo, inclusive no sentido de investigar seus potenciais impactos na gestação e prole. Desta forma, objetivamos investigar se o transplante de 1 e 2 fragmentos de tecido endometrial em cada lado da parede peritoneal de camundongos fêmeas promove endometriose experimental e redução da fertilidade natural por 4 semanas após a realização do procedimento cirúrgico. Além disso, comparamos a duração da prenhez, o tamanho da ninhada, os pesos dos filhotes ao nascer e ao desmame, assim com as taxas de retorno ao acasalamento, perdas gestacionais, natimortos e canibalismo entre animais dos grupos experimentais. Para isso, foi desenvolvido um estudo experimental em que as fêmeas foram divididas em 4 grupos: grupo controle 1 (cirurgia simulada), grupo endometriose 1 (transplante peritoneal de 2 fragmentos de tecido endometrial de 5 mm cada), grupo controle 2 (cirurgia simulada), grupo endometriose 2 (transplante peritoneal de 4 fragmentos de tecido endometrial de 5 mm cada), e, criadas com machos férteis após 4 semanas do procedimento cirúrgico. As fêmeas prenhas foram eutanasiadas após o desmame da ninhada. Após a eutanásia foi coletado tecido dos implantes dos grupos experimentais para análise histológica. Não observamos diferença estatisticamente significativa nas taxas de gestação, tempo de gestação, número total de filhotes ao nascimento, número de filhotes vivos ao nascimento, retorno ao acasalamento, perda gestacional, natimortos e canibalismo ao compararmos os grupos C, E1 e E2. Observamos que o peso da ninhada ao nascer foi menor em E2 quando comparado aos grupos C (p= 0,0467) e E1 (0,0004) e maior em E1 comparado ao C (p=0,0183). O número de filhotes vivos ao desmame foi menor em E2 comparado aos grupos C (p= 0,0398) e E1 (0,0004) e maior em E1 comparado ao C (p=0,0197). O peso da ninhada ao desmame foi menor em E2 comparado ao E1 (0,0009), mas não houve diferença dessa variável entre E2 e C. O peso da ninhada ao desmame foi maior em E1 comparado ao grupo C (p=0,0076). A endometriose experimental com sutura de fragmentos de tecido endometrial no peritônio de camundongos não comprometeu a fertilidade das fêmeas após 4 semanas do procedimento de indução de endometriose ao compararmos os grupos, sugerindo que esse não é um modelo translacional adequado para o estudo da infertilidade relacionada a endometriose. Fêmeas transplantadas com 2 fragmentos de endométrio ectópico tiveram ninhadas com maior peso ao nascer e ao desmame e maior número de filhotes vivos ao desmame. Fêmeas transplantadas com 4 fragmentos de endométrio ectópico tiveram ninhadas com menor peso ao nascer e menor número de filhotes vivos ao desmame. Esses achados indicam que ninhadas provenientes de fêmeas com maior número de fragmentos uterinos transplantados podem ter desenvolvimento prejudicado durante a gestação, apresentando menor peso ao nascer e maior mortalidade perinatal, mas estudos com casuísticas adequadas para esses desfechos devem ser feitos para melhor avaliação se esse é um modelo adequado para investigar o impacto da endometriose experimental em resultados gestacionais e perinatais.
Titre en anglais
Fertility, pregnancy outcomes and perinatal results related to experimental endometriosis in a murine model
Mots-clés en anglais
Endometriosis
Gestational morbidity
Infertility
Murine model
Offspring
Resumé en anglais
Endometriosis is related to infertility and an increased risk of adverse pregnancy and neonatal outcomes, the mechanisms of this disease need to be better understood to support new therapeutic approaches. Recently, a murine model of endometriosis related to infertility was developed, and its infertility was assessed for one month following the surgical induction of experimental endometriosis. To determine if this model can be used in therapeutic intervention studies, it is important to test and understand it. Our objective was to investigate whether the transplantation of 1 and 2 fragments of endometrial tissue on each side of the peritoneal wall of female mice promotes experimental endometriosis and reduces natural fertility (pregnancy rate) 4 weeks after the surgical procedure. Additionally, we compared pregnancy duration, litter size, pup weights, mating return rates, pregnancy losses, stillbirths, and cannibalism rates among animals in the experimental groups. For this purpose, an experimental study was conducted in which females were divided into 4 groups: control group 1 (sham surgery), endometriosis group 1 (peritoneal transplantation of 2 fragments of endometrial tissue, each 5 mm in size), control group 2 (sham surgery), and endometriosis group 2 (peritoneal transplantation of 4 fragments of endometrial tissue, each 5 mm in size). These females were then paired with fertile males 4 weeks after the surgical procedure. Pregnant females were euthanized after weaning the offspring. After euthanasia, implant tissue of the experimental groups was collected for histological analysis. We did not observe a statistically significant difference in pregnancy rates, pregnancy duration, total number of pups at birth, number of live pups at birth, return to mating, gestational loss, stillbirths, and cannibalism when comparing groups C, E1, and E2. We observed that the litter weight at birth was lower in E2 when compared to groups C (p=0.0467) and E1 (p=0.0004), and higher in E1 compared to C (p=0.0183). The number of live pups at weaning was lower in E2 compared to groups C (p=0.0398) and E1 (p=0.0004), and higher in E1 compared to C (p=0.0197). The litter weight at weaning was lower in E2 compared to E1 (p=0.0009), but there was no difference in this variable between E2 and C. The litter weight at weaning was higher in E1 compared to the C group (p=0.0076). Experimental endometriosis with the suture of fragments of endometrial tissue in the peritoneum of mice did not compromise the fertility of females after 4 weeks of the endometriosis induction procedure when comparing the groups, suggesting that this is not an appropriate translational model to study endometriosis related to infertility. Females transplanted with 2 fragments of ectopic endometrium had litters with higher birth and weaning weights and a higher number of live pups at weaning. Females transplanted with 4 fragments of ectopic endometrium had litters with lower birth weights and a lower number of live pups at weaning. These findings indicate that litters from females with a higher number of transplanted uterine fragments may have impaired development during pregnancy, with lower birth weights and higher perinatal mortality. However, studies with adequate sample sizes for these outcomes should be conducted for a better evaluation of whether this is an appropriate model to investigate the impact of experimental endometriosis on gestational and perinatal outcomes.
 
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Date de Publication
2024-03-25
 
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