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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.17.2023.tde-15022024-101206
Document
Auteur
Nom complet
Rafaela Dib Ishimura
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2023
Directeur
Jury
Silva, Ana Carolina Japur de Sá Rosa e (Président)
Cruzeiro, Ines Katerina Damasceno Cavallo
Maciel, Gustavo Arantes Rosa
Titre en portugais
Endométrio fino refratário: protocolos de preparo endometrial e impacto nas taxas de gestação em ciclos de transferência de embrião congelado
Mots-clés en portugais
Endométrio
Endométrio fino
Infertilidade
Transferência embrião congelado
Resumé en portugais
Introdução: O endométrio possui papel essencial na implantação embrionária, processo este que depende do desenvolvimento embrionário de boa qualidade e de endométrio sincrônico, associado a fatores endócrinos, sinalizações epigenéticas e moleculares. O endométrio fino é uma patologia, no qual mesmo na presença de níveis adequados de estrogênio não ocorre o crescimento e espessamento do tecido endometrial de maneira satisfatória, consequentemente a receptividade do endométrio fica comprometida, o que pode prejudicar a implantação do embrião. Esta alteração de receptividade endometrial é um fator limitante para o sucesso dos tratamentos de Reprodução Assistida, causa de falha recorrente de implantação e um dos fatores mais difíceis de serem abordados com as pacientes. Tendo em vista a importância do endométrio na implantação embrionária, esse trabalho teve como objetivo avaliar os ciclos de transferência embrionária, para definir a prevalência de endométrio fino refratário no Laboratório de Reprodução Assistida do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, avaliar a resposta endometrial aos diferentes protocolos de preparo e os desfechos reprodutivos quando endométrio satisfatório é atingido nestas mulheres. Metodologia: Este estudo foi retrospectivo, baseado em dados de prontuário médico, no qual foram incluídas todas as pacientes submetidas a preparo endometrial para transferência de embriões criopreservados no período de 2018 a 2020 (N=550). Na primeira análise foram selecionados os casos em que o endométrio não atingiu espessura mínima de 7mm no primeiro ciclo (N=64), posteriormente, em análise complementar, foram incluídas pacientes com resposta endometrial considerada adequada, tratadas no mesmo período, como grupo controle (N=64). Foram analisadas as seguintes variáveis: características clínicas e epidemiológicas das pacientes, dados dos ciclos de estimulação ovariana, protocolos de preparo endometrial para transferência de embrião congelado e desfechos reprodutivos. Resultados: A prevalência de endométrio fino em ao menos um ciclo de preparo endometrial foi de 11,63% (n=64/550). A maior parte das pacientes que não desenvolvem endométrio favorável no primeiro ciclo de preparo, responde bem a protocolos alternativos nos ciclos subsequentes. Entre as 64 pacientes incluídas, apenas 18 foram consideradas como realmente portadoras de endométrio refratário (3,3%). Setenta e três por cento das pacientes que apresentaram ao menos um ciclo de endométrio fino no preparo para TEC desenvolveu endométrio favorável no ciclo fresco. Os protocolos que utilizaram a via transdérmica foram mais eficientes em induzir endométrio favorável e, portanto, propiciar a transferência, com superioridade estatística em relação ao ciclo natural (via oral + transdérmica x ciclo natural: p=0,0029) (via transdérmica x ciclo natural: p=0,0137). A taxa de gravidez química (β-hCG positivo) foi muito inferior nas pacientes com endométrio fino refratário quando comparado ao grupo controle (3,13% x 23,68%, p=0,0090). Conclusões: A prevalência de endométrio fino refratário foi de 3,3%. A taxa de cancelamento de ciclos foi de 75%. Os protocolos que utilizaram o preparo artificial com a via transdérmica (associado a via oral ou isolado) foram mais eficientes em induzir endométrio favorável, com superioridade estatística em relação ao ciclo natural. Pacientes com endométrio fino refratário possuem taxas de gestação muito inferiores em relação a mulheres sem esta condição em ciclos de transferência de embriões criopreservados.
Titre en anglais
Refractory thin endometrium: endometrial preparation protocols and impact on pregnancy rates in frozen embryo transfer cycles
Mots-clés en anglais
Endometrium
Frozen embryo transfer
Infertility
Thin endometrium
Resumé en anglais
Introduction: The endometrium plays an essential role in embryonic implantation, which depends on a good embryo quality and a synchronic endometrium, together with endocrine factors, epigenetic and molecular signaling. The thin endometrium is a pathology where even in the presence of adequate levels of estradiol there is no satisfactory endometrial growth and thickening, therefore endometrial receptivity is impaired what affect embryo implantation. This endometrial receptivity alteration is a limiting factor for success of Assisted Reproduction treatments, it causes recurrent implantation failure and it is one of the most difficult issues for patients to deal with. Considering the importance of the endometrium in embryo implantation, this study aimed to evaluate embryo transfer cycles, to define the prevalence of refractory thin endometrium in the Assisted Reproduction Laboratory of the Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, to evaluate the endometrial response to different preparation protocols and reproductive outcomes when satisfactory endometrium is achieved in these women. Methodology: This study was retrospective, based on data from medical records, including all patients who underwent endometrial preparation for frozen embryo transfer (FET) in the period from 2018 to 2020 (N=550). In the first analysis, cases were selected in which the endometrium didn't reach a minimum thickness of 7mm in the first cycle (N=64), subsequently, in a complementary analysis, patients with an endometrial response considered adequate, treated in the same period, were included as a control group (N=64). The following variables were analyzed: clinical and epidemiological characteristics of the patients, data of ovarian stimulation cycles, endometrial preparation protocols for frozen embryo transfer and reproductive outcomes. Results: The prevalence of thin endometrium in at least one cycle of endometrial preparation was 11.63% (n=64/550). Most patients who didn't develop favorable endometrium in the first preparation cycle respond well in subsequent cycles. Among the 64 patients included, only 18 were considered to actually have refractory thin endometrium (3.3%). Seventy-three percent of patients who had at least one cycle of thin endometrium in preparation for FET developed favorable endometrium in the fresh cycle. The protocols that used the transdermal route were more efficient in inducing favorable endometrium and, therefore, enabling transfer, with statistical superiority in relation to the natural cycle. The rate of chemical pregnancy (positive β-hCG) was much lower in patients with refractory thin endometrium when compared to the control group (3.13% x 23.68%, p=0.0090). Conclusion: The prevalence of refractory thin endometrium was 3.3%. The cycle cancellation rate was 75%. The protocols that used artificial preparation with the transdermal route (associated with oral route or alone) were more efficient in inducing favorable endometrium, with statistical superiority in relation to the natural cycle. Patients with refractory thin endometrium have much lower pregnancy rates compared to women without this condition in frozen embryo transfer cycles.
 
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Date de Publication
2024-03-18
 
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