A população infantil está exposta a inúmeros fatores ambientais, sociais e econômicos que podem interferir na saúde, levando a necessidade de cuidados em âmbito hospitalar. O risco de internação em crianças com menos de cinco anos de idade pode ser maior quando relacionado ao sexo masculino, baixa renda, ordem de nascimento, exposição ao tabaco, local de residência (rural, urbano), desmame precoce, desnutrição, idade da mãe, menor grau de instrução materna, maior densidade domiciliar e baixo peso ao nascer. O peso isoladamente e, portanto, baixo peso ao nascer, não reflete adequadamente a composição corporal neonatal, dessa maneira, no presente estudo queremos aprofundar o conhecimento, inserindo a razão peso/comprimento (kg/m) na análise de preditores de internações durante o primeiro ano de vida, pois independentemente de ser recém-nascido prematuro ou não, conhecer sua composição corporal torna-se essencial para conhecer as possíveis morbidades a serem enfrentadas e entender como a saúde desde o período intrauterino passando pelo nascimento pode afetar a saúde em outras fases da vida. O objetivo primário deste projeto é investigar se a razão peso/comprimento baixa ao nascer está associada com internações hospitalares no primeiro ano de vida, independente de outros fatores perinatais. Trata-se de estudo observacional em uma coorte de nascimento iniciada em 2010 nas cidades de Ribeirão Preto/SP e São Luís/MA e acompanhada a partir do segundo ano de vida (2011/2013). A variável desfecho foi a internação no primeiro ano de vida, obtida na entrevista do questionário do segundo ano de vida. As variáveis independentes também colhidas através de entrevista ao nascer foram os fatores sociodemográficos maternos e gestacionais e do recém-nascido. Dentre os fatores do recém-nascido, estudamos a razão peso/comprimento, calculada pela divisão do peso (em kg) pelo comprimento (em m), e convertida em percentil de acordo com o padrão Intergrowth 21st, considerada baixa quando < percentil 3. Através do estudo, foi observado que a razão peso/comprimento baixa foi associada a risco 2,6 vezes maior de internação no primeiro ano de vida, ajustado para tabagismo na gestação, hipertensão arterial na gestação, pré-natal e cidade.

Children are exposed to several environmental, social and economic factors that can interfere with health, leading to the need for hospitalization. The risk of hospitalization in children under five years of age may be higher when related to male gender, low income, birth order, exposure to tobacco, place of residence (rural, urban), early interruption of breastfeeding, malnutrition, mother's age, lower degree of maternal education, higher household density, and low birth weight. Weight alone, and therefore low birth weight, does not adequately reflect the neonatal body composition, thus, in the present study, we aimed to include the weight-length ratio (kg/m) in the analysis of predictors of hospitalizations during the first year of life. first year of life. Regardless of prematurity, knowing newborn body composition is essential to know the possible morbidities to be faced and to understand how intrauterine conditions can affect health in others life stages. The primary objective of this study was to investigate whether a low weight-to-length ratio is associated with hospital admissions in the first year of life, independent of other perinatal factors. His was an observational study of a birth cohort initiated in 2010 in the cities of Ribeirão Preto/SP and São Luís/MA and followed-up during the second year of life (2011/2013). The primary outcome was hospitalization in the first year of life, obtained from the questionnaire interview in the second year of life. The independent variables also collected through interviews at birth were maternal, gestational and newborn sociodemographic factors. Among the newborn's factors, we included the weight-length ratio, calculated by dividing the weight (in kg) by the length (in m), and converted into a percentile according to the Intergrowth 21st standard, considered low when below the 3rd percentile. Through the study, it was observed that a low weight-length ratio was associated with a 2.6-fold increase in the risk of hospitalization in the first year of life, after adjustment for smoking during pregnancy, maternal diabetes, prenatal care, and city.