Objetivos: Descrever os efeitos de um programa de reabilitação numa unidade de internação neurológica, em termos de independência funcional para atividades de vida diária e retorno ao trabalho, utilizando instrumentos de avaliação funcional. Métodos: este é um estudo prospectivo com 148 adultos com acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo craniano (TCE), lesão medular (SCI) e síndrome de Guillain-Barré (GB), admitidos para programa de reabilitação de forma internada, no Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, Brasil, dentro de um ano de funcionamento. De acordo com seu grupo diagnóstico, os sujeitos foram submetidos a modelos semipadronizados de reabilitação multidisciplinar de 4 a 6 semanas. As medidas de desfechos primários foram: Medida de Independência Funcional (MIF), Escala Modificada de Rankin para AVC (mRankin), e escala de desfecho de Glasgow (Glasgow Outcome Scale - GOS). As medidas de desfecho secundário foram os aspectos socioedemográficos. Os sujeitos foram avaliados à admissão e à alta. Após 6 meses da alta foram contactados para entrevista telefônica, por meio de um questionário estruturado acerca de funcionalidade. Resultados: O tempo médio de internação de 31,6 dias. Ganhos na MIF motora, mRankin e GOS foram observados em todos os grupos de forma estatisticamente significante. O ganho na MIF cognitiva foi menos evidente entre os pacientes vitimados por LM. Após 6 meses, 44,5% dos pacientes se encontravam afastados, 26,1% estavam aposentados, 50,4% realizavam programa de reabilitação ambulatorial, e 77,3% mantinham os ganhos funcionais adquiridos à internação. Conclusões: O estudo documentou, por meio de vários questionários e instrumentos de avaliação, a evolução funcional de pacientes adultos internados em um hospital de reabilitação de São Paulo submetidos a um programa interdisciplinar intensivo, acompanhados até 6 meses após a alta. Os instrumentos de avaliação da funcionalidade foram capazes de detectar a modificação funcional nestes pacientes, que apresentavam sequelas cognitivas e motoras decorrentes de AVC, TCE, GB e LM. Secundariamente, caracterizou-se o perfil sociodemográfico daquela amostra populacional. A heterogeneidade nos ganhos funcionais sugere a necessidade de se estabelecer programas individualizados. Este é o primeiro relato dos efeitos de um modelo de reabilitação de forma internada no Brasil. Estudos controlados com amostras maiores e medidas funcionais mais específicas são necessários para se estabelecer causalidade e se comparar eficácia entre programas ambulatoriais e sob forma de internação.

Objectives: To describe the effects of a neurorehabilitation program at an inpatient unit, regarding functional independence for activities of daily living and return to work, using functional evaluation instruments. Methods: this is a prospective study with 148 adults with stroke (ST), traumatic brain injury (TBI), spinal cord injury (SCI), and Guillain-Barré syndrome (GB) admitted as rehabilitation inpatients within a one-year period for hospitalization at the Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, Brazil. According to their diagnostic groups, subjects undergone semi-standardized models of intensive multidisciplinary rehabilitation for 4 to 6 weeks. Primary outcome measures: Functional Independence Measure (FIM), Modified Rankin scale for stroke (Rankin), and Glasgow Outcome Scale (GOS). Secondary outcome measures: sociodemographic features. Subjects were evaluated at admission, and at discharge. After 6 months of discharge, the subjects were contacted by telephone, and answered a structured questionnaire regarding functional status. Results: Mean length of stay was 31.6 days. Improvement in motor FIM, Rankin and GOS was observed in all groups. Cognitive FIM increase was less evident in LM patients. After 6 months, 44.5% were unemployed, 26.1% were retired, 50.4% underwent outpatient rehabilitation, 77.3% maintained the acquired gains. Conclusion: The study described the functional progress of adult inpatients from a rehabilitation hospital at São Paulo city, submitted to an intensive interdisciplinary program and followed up for 6 months, using specific questionnaires. These evaluation instruments were able to detect the functional changes among the patients, who presented cognitive and motor deficits following ST, TBI, GB, and SCI. Also, the study depicted the sample demographic features. Heterogeneity in functional gains suggests the need to establish individualized programs, which would likely contribute to further motor and cognitive improvements in specific groups of patients, according to specific clinical conditions and sociodemographic features. This is the first report on the effects from an inpatients rehabilitation model in Brazil. Controlled studies are required with larger samples and specific functional measurements to compare effectiveness of inpatient and outpatient programs.