Estudo observacional, transversal e descritivo que buscou avaliar o impacto da COVID-19 na prática clínica, na saúde e na rotina dos cirurgiões da mão brasileiros quando somente serviços essenciais e procedimentos de urgência e emergência funcionaram. Um questionário com 50 perguntas foi enviado por e-mail em duas ocasiões (dezembro de 2020 e janeiro de 2021) aos membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) abordando rotina de trabalho e de vida pré-pandemia e durante o período de quarentena inicial de abril a agosto de 2020. A população estudada consistia em 816 indivíduos e 210 responderam ao questionário. Desses 55,2% residem na região sudeste, trabalham na capital e região metropolitana, tanto no sistema privado quanto público. Apenas 38% da amostra possuía outras fontes de renda além da medicina e devido à queda maior ou igual a 50% do volume de consultas e cirurgias, um terço necessitou recorrer a empréstimos financeiros ou reservas pessoais e 69% realizaram cortes financeiros na rotina doméstica e familiar. Mais de 40% apresentaram ganho de peso e cessaram atividades físicas; por outro lado, 20% perderam peso e iniciaram atividades físicas. Cerca de 30% foram contaminados pela COVID-19, 92% apresentaram sintomas leves, permanecendo restritos no domicílio e 89% apresentaram sintomas psíquicos como ansiedade, medo, insegurança e insônia. Podemos afirmar que a COVID-19 produziu significativo impacto na vida dos cirurgiões da mão brasileiros ao reduzir drasticamente o número de consultas e procedimentos cirúrgicos, gerando, além da dificuldade financeira, mudanças na rotina de exercícios físicos, alteração de peso corporal, sintomas psíquicos associados e mudanças na rotina familiar.

Observational, cross-sectional and descriptive study that sought to evaluate the impact of COVID-19 on the clinical practice, health, and quality of life of Brazilian hand surgeons when only essential services and emergency procedures were being provided. A questionnaire of 50 questions was sent by e-mail on two occasions (December 2020 and January 2021) to members of the Brazilian Society of Hand Surgery addressing work and life routines before the pandemic and during the initial quarantine period from April to August 2020. The study population consisted of 816 individuals and 210 hand surgeons answered the questionnaire; 55.2% lived in the southeast region and worked in the capital and metropolitan regions, in both the private and public systems. Only 38% of the sample had other sources of income besides medicine, and due to a drop of 50% or more in the volume of consultations and surgeries, one-third had to resort to financial loans or personal savings, and 69% made financial cuts in their domestic and life routines. More than 40% gained weight and stopped doing physical activities, while 20% lost weight and started physical activities. Approximately 30% were diagnosed with COVID-19, 92% of whom had mild symptoms and quarantined at home, and 89% had psychological symptoms such as anxiety, fear, insecurity, and insomnia. It is possible to state that COVID-19 had a significant impact on the lives of Brazilian hand surgeons by drastically reducing the number of consultations and surgical procedures, generating not only financial difficulties but changes in the exercise routine, changes in body weight, associated psychological symptoms, and changes in the family/life routine.