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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.17.2023.tde-30062023-090533
Document
Auteur
Nom complet
Samuel Antonio Freitas
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2022
Directeur
Jury
Tumas, Vitor (Président)
Lima, Nereida Kilza da Costa
Sobreira Neto, Manoel Alves
Titre en portugais
Os transtornos do sono em pacientes com doença de Parkinson estão associados ao risco de morrer ou desenvolver demência?
Mots-clés en portugais
Doença de Parkinson
Sono
Transtornos cognitivos
Resumé en portugais
Introdução: A doença de Parkinson (DP) é a causa mais comum de parkinsonismo, síndrome caracterizada por bradicinesia, rigidez muscular e tremor de repouso. Sua prevalência aumentou no último século, sendo a segunda doença neurodegenerativa mais comum. Suas causas ainda não estão estabelecidas, com fatores ambientais e genéticos aparecendo como candidatos potenciais. Seu tratamento está centrado no emprego de fármacos com atividade dopaminérgica, todavia incapazes de modificar o curso da doença. Dentre os distúrbios não motores, destacamos os transtornos cognitivos e de sono, muitas vezes precedendo em anos os sintomas motores. A prevalência de DP-CCL e DDP pode variar de 25% a 80% em ambulatórios especializados. O sono representa a "suspensão reversível da interação sensório motor com o ambiente, geralmente associada à imobilidade". Tem sido postulado sua importância para a plasticidade neuronal, consolidação da aprendizagem e clearance de substâncias amiloides, onde a perturbação na quantidade e qualidade do sono, parecem influenciar negativamente a cognição. Objetivo: Investigar se a presença de transtornos do sono estão relacionados à evolução da perda cognitiva e à sobrevida de pacientes com DP após 10 anos. Métodos: Através de um estudo de coorte, foram reavaliados 43 dos 79 indivíduos avaliados na etapa I. Os pacientes foram submetidos a reavaliação cognitiva seguindo os critérios propostos pelo algoritmo nível 2 de Dubois, 2007 e DP- CCL MDS, 2013. Resultados: Na etapa II foram avaliados 55% dos pacientes da etapa I. O tempo médio entre as duas avaliações foi de 105,8 meses. A amostra II foi composta por pacientes mais idosos (p<0.001), com menor escolaridade (p<0.001), usando antidepressivos com maior frequência (p=0.001), com sintomas mais graves (p<0.001), em estágios mais avançados da doença (p<0.001) e com desempenho inferior nos escores totais de MEEM e MDRS. Houve predominância de mulheres e menor escolaridade entre os pacientes que faleceram (X²(1)= 2,88, p = 0,009). O uso de antidepressivos e o tempo de sono REM, na valiação inicial, foi proporcionalmente maior entre os pacientes que sobreviveram (X²(1)= 4,597; p= 0,032). Menor declínio cognitivo mensurado pela MDRS mostrou associação com menor dose diária equivalente de levodopa (ρ=0,604; p<0,001). Maior declínio cognitivo no MEEM foi relacionado a maior sonolência diurna medida pela escala de Epworth (ρ=0,414, p=0,009) e menor proporção de sono N1 (ρ= - 0,404, p=0,012). O maior declínio no domínio de memória em MDRS foi relacionado a menor porcentagem de sono total despendido na fase N1 (ρ= -0,364, p= 0,025) e como total de minutos em sono REM (ρ= -0,395, p= 0,25). A sobrevida geral da amostra foi de 79% em 62 meses. Pacientes com DDP tem o risco relativo para óbito aumentado em 4,74 vezes, com homens tendo 73% menor risco relativo de morte. Conclusão: Pacientes com DP apresentam evolução mais favorável quando foram associados a serem mais jovens, ter maior escolaridade, usar doses equivalentes menores de levodopa e ter menos sonolência diurna.
Titre en anglais
Are sleep disorders in patients with Parkinson's disease associated with the risk of dying or developing dementia?
Mots-clés en anglais
Cognitive disorders
Parkinson's disease
Sleep
Resumé en anglais
Introduction: Parkinson's disease (PD) is the most common cause of parkinsonism, a syndrome characterized by bradykinesia, muscle rigidity and resting tremor. Its prevalence has increased in the last century, being the second most common neurodegenerative disease. Its causes are not yet established, with environmental and genetic factors appearing as potential candidates. Its treatment is centered on the use of drugs with dopaminergic activity, however incapable of modifying the course of the disease. Among non-motor disorders, we highlight cognitive and sleep disorders, often preceding motor symptoms by years. The prevalence of DP-CCL and DDP can range from 25% to 80% in specialized outpatient clinics. Sleep represents the "reversible suspension of sensorimotor interaction with the environment, usually associated with immobility". Its importance has been postulated for neuronal plasticity, consolidation of learning and clearance of amyloid substances, where the disturbance in the quantity and quality of sleep seems to negatively influence cognition. Objective: To investigate whether the presence of sleep disorders are related to the evolution of cognitive loss and survival of patients with PD after 10 years. Methods: Through a cohort study, 43 of the 79 individuals assessed in stage I were reassessed. The patients underwent cognitive reassessment following the criteria proposed by the level 2 algorithm of Dubois, 2007 and DP-CCL MDS, 2013. Results: In stage II, 55% of the patients in stage I were evaluated. The average time between the two evaluations was 105.8 months. Sample II consisted of older patients (p<0.001), with less education (p<0.001), using antidepressants more frequently (p=0.001), with more severe symptoms (p<0.001), in more advanced stages of disease (p<0.001) and with lower performance in MMSE and MDRS total scores. There was a predominance of women and lower education among the patients who died (X²(1)= 2.88, p = 0.009). The use of antidepressants and REM sleep time, at baseline, was proportionally higher among surviving patients (X²(1)= 4.597; p= 0.032). Lower cognitive decline measured by MDRS was associated with lower equivalent daily dose of levodopa (ρ=0.604; p<0.001). Greater cognitive decline on the MMSE was related to greater daytime sleepiness measured by the Epworth scale (ρ=0.414, p=0.009) and lower proportion of N1 sleep (ρ= - 0.404, p=0.012). The greatest decline in the memory domain in MDRS was related to the lowest percentage of total sleep spent in phase N1 (ρ= -0.364, p= 0.025) and the total number of minutes in REM sleep (ρ= -0.395, p= 0.25 ). The overall survival of the sample was 79% at 62 months. Patients with PDD have a 4.74-fold increased relative risk of death, with men having a 73% lower relative risk of death. Conclusion: Patients with PD had a more favorable evolution when they were associated with being younger, having higher education, using lower equivalent doses of levodopa and having less daytime sleepiness.
 
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Date de Publication
2023-07-04
 
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