A Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN) consiste na preocupação perante a incerteza da disponibilidade do alimento, na convivência com a fome ou na ingestão de uma dieta com baixa qualidade nutricional, insuficiente para suprir as necessidades básicas do indivíduo. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família segundo a condição de Insegurança Alimentar e Nutricional no Distrito Sanitário Oeste do município de Ribeirão Preto, São Paulo. Trata-se de um estudo descritivo do tipo inquérito realizado através da aplicação de entrevista com 246 titulares do Programa Bolsa Família para coleta de variáveis socioeconômicas, demográficas e IAN diagnosticada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Também foram coletados peso corporal (atual) e altura (atual) dos titulares e 206 crianças menores de sete anos de idade para caracterização do estado nutricional, o qual foi determinado pelos índices estatura para idade, peso para idade, peso para estatura e índice de massa corporal para idade (OMS, 2006, 2007). Identificou-se que a condição de IAN atingia 94,3% das famílias, destas 27,6% apresentavam IAN moderada e 25,6% IAN grave. A partir da análise socioeconômica e demográfica, observou-se predomínio de titulares do sexo feminino (97,6%), cor/raça parda (54,9%), baixa escolaridade (53,3%), com companheiro (a) (52%) e desempregados (64,6%). Verificou-se maior proporção de famílias beneficiarias pertencentes ao estrato social intermediário (54%), com recebimento mensal de até 2 salários mínimo (95%), residentes em casa própria (62,6%) com até 4 moradores (61,4%) e com crianças menores de 7 anos (57,7%). Quanto às famílias, 60,4% recebem o benefício há mais de 48 meses, 74,3% recebem duzentos reais ou menos e 70,7% utilizam a maior proporção para aquisição de alimentos. Em relação ao estado nutricional, o excesso de peso foi verificado em 73,6% dos titulares e 25,5% das crianças. Diante os resultados encontrados, urge a necessidade de estratégias de promoção de Educação Alimentar e Nutricional direcionada a essa população.

The Food Insecurity and Nutrition (IAN) is the concern about the uncertainty of food availability, in living with hunger or eating a diet with low nutritional quality, insufficient to meet the basic needs of the individual. Thus, the objective of this study was to evaluate the families benefiting from the Bolsa Família Program according to the condition of Food Insecurity and Nutrition in the Western Sanitary District of the municipality of Ribeirão Preto, São Paulo. This survey was conducted through interviews with 246 family head of the Family Grant Program to collect socioeconomic, demographic and IA diagnosed by d the Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA). Body weight (current) and height (current) of holders and 206 children under seven years of age were also collected to characterize the nutritional status, which was determined by height-for-age, weight-for-age, weight-for-height and body-massfor-age indices (WHO 2006 and 2007). It was identified that the condition of IAN reached 94.3% of the families, of these 27.6% had moderate IAN and 25.6% severe IAN. From the socioeconomic and demographic analysis, there was a predominance of female members (97.6%), color /race mulattos (54.9%), low education (53.3%), with partner (52%) and unemployed (64.6%). There was a higher proportion of beneficiary families belonging to the intermediate social strata (54%), with monthly income of up to 2 minimum wages (95%), residing in their own home (62.6%) with up to 4 residents (61.4%) and with children under 7 years old (57.7%). As for families, 60.4% have received the benefit for more than 48 months, 74.3% receive two hundred reais or less and 70.7% use the highest proportion for purchasing food. Regarding nutritional status, overweight was observed in 73.6% of the holders and 25.5% of the children. In view of the results found, there is an urgent need for strategies to promote Food and Nutrition Education aimed at this population.