Thèse de Doctorat
DOI
https://doi.org/10.11606/T.17.2022.tde-03102022-083913
Document
Auteur
Nom complet
Fernando Gioppo Blauth
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2022
Directeur
Jury
Lima, Nereida Kilza da Costa (Président)
Éckeli, Álan Luiz
Jacob Filho, Wilson
Marques, Gustavo Lenci
Titre en portugais
Associação entre fragilidade, pressão arterial, mobilidade e sono em muito idosos
Mots-clés en portugais
Atividade motora
Fragilidade
Hipertensão
Idoso de 80 anos ou mais
Pressão arterial
Sono
Resumé en portugais
INTRODUÇÃO: A alteração na pressão arterial (PA) é o principal fator de risco cardiovascular potencialmente prevenível e possui relação direta com a idade. Ainda assim, seu controle nos indivíduos acima de 80 anos continua sendo um desafio. Os fatores de risco cardiovasculares comportam-se de maneira diferente de acordo com o grau de fragilidade, tornando-a uma ferramenta essencial no manejo da pressão arterial. A mobilidade espontânea e alterações do sono são fatores relacionados à fragilidade que apresentam associação com alterações na pressão arterial em uma população geral, no entanto, a influência que a fragilidade exerce sobre alterações na mobilidade, sono e pressão arterial, assim como a associação que existe entre essas variáveis ainda é pouco conhecida. As hipóteses desta tese é que existe associação entre pressão arterial, fragilidade, mobilidade e sono nos indivíduos acima de 80 anos e que o comportamento da pressão arterial de 24-horas nesses indivíduos sofre influência desses parâmetros. OBJETIVO: Avaliar a associação entre fragilidade, PA em 24 horas, mobilidade e sono nos indivíduos acima de 80 anos. METODOLOGIA: Indivíduos foram classificados em frágeis e não frágeis pelo fenótipo de fragilidade. A pressão arterial foi medida pelo método de Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA) em 24 horas e a mobilidade e sono foram monitorizados por meio de actígrafos durante 7 dias. A qualidade do sono foi avaliada pela escala de Pitsburg Sleep Quality Index (PSQI). Foram realizadas análises para avaliar a associação entre os parâmetros da MAPA com fragilidade, mobilidade e sono. Modelos estatísticos multivariados foram criados para avaliar o efeito de cada variável sobre as alterações da PA sistólica (PAS) noturna. RESULTADOS: Foram avaliados 38 indivíduos frágeis e 36 não frágeis (média de idade 85,3 ± 3,7 anos). A média da PAS e PA diastólica (PAD) em vigília foram semelhantes entre os grupos. Pacientes frágeis tiveram PAS mais elevada durante o sono (122 ± 13 mmHg vs. 128 ± 15 mmHg; P = 0,04), menor descenso noturno [6,8 (2,1 - 12,8)% vs. 1 (-4,5 - 5)%; P=<0,01], e prevalência aumentada do estado "não dipper" [23 (39%) vs. 36 (61%) P = <0,01]. A análise de mobilidade demonstrou diferença entre os grupos na maior parte das variáveis aferidas. Dentre elas destaca-se menor mobilidade nos frágeis representada pelo menor número de passos, maior tempo sedentário, menor tempo deambulando, menor tempo em ortostase e menor intensidade do movimento representado pela cadência e metabolic equivalent of tasks (METS). Diversos parâmetros de mobilidade apresentaram correlação com PAS noturna e descenso noturno, dentre eles destaca-se a cadência (passos/minuto) que apresentou correlação negativa com PAS noturna (r=-0,39; P<0,01) e positiva com descenso noturno (r=0,55; P<0,01). O actígrafo de sono não demonstrou diferença entre os grupos para os parâmetros tradicionais do sono avaliados por actigrafía. Os frágeis tiveram pior qualidade do sono avaliada pela escala PSQI. Tempo na cama e a qualidade do sono apresentaram correlação negativa com o descenso noturno (r=-0,26; P=0,02) e (r=-0,23; P=0,04). Fragilidade foi associada a risco de PAS noturna aumentada e a cadência, por sua vez, foi fator protetor. Em modelo estatístico a cadência manteve-se como fator protetor (OR 0,58; IC 0,4 - 0,9; P<0,01) independente da qualidade do sono e fragilidade. A presença de fragilidade também foi associada a risco 9 vezes maior de apresentar o estado "não-dipper" (OR 9,7; 7,9 - 47; P=0,01), por sua vez, o aumento na cadência reduziu esse risco em 14% (OR 0,89; 0,79 - 0,93; P=0,02). Em modelo estatístico ajustado, a fragilidade perdeu seu efeito de risco (OR 7,7; 0,38 - 137; P=0,25) enquanto a cadência manteve seu efeito protetor independente dos outros fatores (OR 0,87; 0,78 - 0,97; P=0,02). CONCLUSÕES: Existe associação entre alterações na PAS noturna, fragilidade, mobilidade reduzida e pior qualidade de sono nos indivíduos acima de 80 anos. O comportamento da pressão arterial durante o sono desses indivíduos sofre grande influência da mobilidade espontânea independente dos demais parâmetros.
Titre en anglais
Association between frailty, blood pressure, mobility and sleep in the very elderly
Mots-clés en anglais
Aged 80 and over
Arterial pressure
Frailty
Hipertension
Motor activity
Sleep
Resumé en anglais
INTRODUCTION: Blood pressure (BP) changes is the most important and preventable cardiovascular risk factor directly related to ageing. Even so, its control in individuals over 80 years of age remains a challenge. In this population, cardiovascular risk factors behave differently according to the degree of frailty, making it an essential tool in blood pressure management. Spontaneous mobility and sleep disorders are factors related to frailty that are associated with changes in blood pressure in a general population, however, the influence that frailty exerts in mobility, sleep and blood pressure, as well as the association that exists between these variables is still poorly understood. The hypothesis of this thesis is that there is an association between blood pressure, frailty, mobility and sleep in individuals over 80 years of age and that the behavior of 24-hour blood pressure in these individuals is influenced by these parameters. OBJECTIVE: To assess the association between BP, mobility and sleep in frail and non-frail individuals over 80 years of age. METHODOLOGY: Subjects were classified as frail and non-frail by frailty phenotype. Blood pressure was measured by the Ambulatory Blood Pressure Monitoring (ABPM) method in 24 hours and mobility and sleep were monitored by actigraphs for 7 days. Sleep quality was assessed using the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) scale. Analyzes were performed to find the association between ABPM parameters with frailty, mobility and sleep. Statistical models were created to assess the effect of each variable on changes in nocturnal systolic BP (SBP). RESULTS: Thirty-eight frail and 36 non-frail subjects were evaluated (mean age 85.3 ± 3.7 years). Mean SBP and diastolic BP (DBP) during wakefulness were similar between groups. Frail patients had higher SBP during sleep (122 ± 13 mmHg vs. 128 ± 15 mmHg; P = 0.04), lower nocturnal dip [6.8 (2.1 - 12.8)% vs. 1 (-4.5 - 5)%; P=<0.01], and increased prevalence of the "non-dipper" state [23 (39%) vs. 36 (61%) P=<0.01]. The mobility analysis showed a difference between the groups in most of the variables measured. Among them, there were less mobility in the frail, represented by the number of steps, sedentary time, walking time, time in orthostasis and less movement intensity represented by cadence and METS (metabolic equivalent of task). Several mobility parameters correlated with nocturnal SBP and nocturnal dipping. Cadence (steps/minute) showed a negative correlation with nocturnal SBP (r=-0.39; P<0.01) and a positive correlation with dips night (r=0.55; P<0.01). The sleep actigraph showed no difference between groups for traditional sleep parameters assessed by actigraphy. The frail had worse sleep quality assessed by the PSQI scale. Time in bed and sleep quality were negatively correlated with nocturnal dips (r=-0.26; P=0.02) and (r=-0.23; P=0.04). Frailty was associated with a risk of increased nocturnal SBP and cadence was a protective factor. In a statistical model, cadence remained a protective factor (OR 0.58; CI 0.4 - 0.9; P<0.01) regardless of sleep quality and frailty. The presence of frailty was also associated with a 9-fold increased risk of being in the "non-dipper" state (OR 9,7; 7,9 - 47; P=0,01), in turn, the increase in cadence reduced this risk by 14% (OR 0.89; 0.79 - 0.93; P=0.02). In an adjusted statistical model, frailty lost its risk effect (OR 7.7; 0.38 - 137; P=0.25) while cadence maintained its protective effect regardless of other factors (OR 0.87; 0.78 - 0.97; P=0.02). CONCLUSIONS: There is an association between changes in nocturnal SBP, frailty, reduced mobility and worse sleep quality in individuals over 80 years of age. The behavior of blood pressure during sleep in these individuals is greatly influenced by spontaneous mobility, regardless of the other parameters.
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Date de Publication
2022-10-06
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