A gastrectomia vertical é atualmente a cirurgia bariátrica mais realizada a nível global. Estudos indicam essa cirurgia como fator de agravamento ou até mesmo surgimento de sintomas da doença do refluxo gastroesofágico. A literatura aponta alterações estruturais e fisiológicas pós-operatórias que podem justificar esse resultado. O esvaziamento gástrico acelerado é descrito como um fator atenuante. Esse poderia ser potencializado por meio do acréscimo de uma piloroplastia. Apesar do possível benefício no refluxo gastroesofágico patológico, existe o risco potencial de resultar em refluxo alcalino duodeno-gástrico. O presente estudo objetivou padronizar a técnica da gastrectomia vertical com piloroplastia em ratos e nesse modelo, analisar a complementação descrita, em termos de: mortalidade, taxa de complicação, evolução ponderal, avaliação do esvaziamento gástrico, trânsito intestinal e da gênese de possível refluxo duodeno-gastro-esofágico. Foram utilizados noventa e cinco ratos machos da raça Wistar, inicialmente divididos em dois estudos: piloto (para padronização da técnica cirúrgica e de estudo cintilográfico) e principal. Foram então subdivididos em três grupos: grupo controle (submetidos a laparotomia Sham); grupo gastrectomia vertical convencional (GVC) e grupo gastrectomia vertical com piloroplastia (GVP). Após três meses de observação, os animais foram submetidos a dois experimentos com cintilografia e também análise histológica de biópsias gástricas. No primeiro experimento cintilográfico foi administrado radioisótopo por meio de gavagem e avaliado entre os grupos: refluxo gastroesofágico, esvaziamento gástrico e trânsito intestinal. No segundo experimento cintilográfico foi administrado radioisótopo de excreção biliar por via endovenosa, e avaliado o refluxo entero-gástrico. Os animais submetidos aos experimentos tiveram biópsias gástricas analisadas por estudo histopatológico que mensurou, nos diferentes grupos, inflamação e alterações frequentemente encontradas no refluxo alcalino. A mortalidade e taxas de complicação foram semelhantes entre os grupos. A curva ponderal entre os grupos GVP e GVC foi semelhante, porém inferior a do grupo controle. O refluxo gastroesofágico e o trânsito intestinal não apresentaram diferença estatística entre os grupos. O esvaziamento gástrico dos grupos submetidos às gastrectomias foi maior ao do grupo controle, porém estatisticamente sem variação entre os grupos GVP e GVC. O refluxo alcalino, tanto por análise cintilográfica quanto histológica não revelou diferença entre os grupos. Concluiu-se que o modelo experimental padronizado se mostrou adequado. A gastrectomia vertical, com ou sem piloroplastia promoveu esvaziamento gástrico acelerado em relação ao estômago não operado. A piloroplastia não apresentou alteração estatisticamente relevante no refluxo gastroesofágico, esvaziamento gástrico, trânsito intestinal e refluxo alcalino.

Sleeve gastrectomy is currently the most performed bariatric surgery globally. Studies indicate this surgery as a worsening factor for symptoms of gastroesophageal reflux disease. The literature points out postoperative structural and physiological alterations that may justify this result. Accelerated gastric emptying is described as a mitigating factor. The addition of a pyloroplasty could enhance this. Despite the possible benefit of improving pathological gastroesophageal reflux, there is a potential risk of duodenogastric alkaline reflux. The present study aimed to standardize the technique of vertical gastrectomy with pyloroplasty in rats and, in this model, to analyze the complementation described in terms of: mortality, complication rate, weight evolution, evaluation of gastric emptying, intestinal transit, and the genesis of possible duodenal-gastroesophageal reflux. Ninety-five male Wistar rats were used, initially divided into two studies: pilot (for standardization of surgical technique and scintigraphic study) and principal. They were then subdivided into three groups: control group (submitted to Sham laparotomy), conventional vertical gastrectomy group, and vertical gastrectomy group with pyloroplasty. After three months of observation, the animals were submitted to two experiments with scintigraphy and histological analysis of gastric biopsies. In the first scintigraphic experiment, radioisotope was administered by gavage, and the following parameters were evaluated among the groups: gastroesophageal reflux, gastric emptying, and intestinal transit. In the second scintigraphic experiment, intravenous biliary excretion radioisotope was administered, and enterogastric reflux was evaluated. The animals submitted to the experiments had gastric biopsies analyzed by a histopathological study that measured, in different groups, inflammation, and alterations frequently found in alkaline reflux. Mortality and complication rates were similar between the groups. The weight loss between the surgical groups was similar, but higher than that of the control group. Gastroesophageal reflux and intestinal transit showed no statistical difference between the groups. Gastric emptying of the groups submitted to gastrectomy was higher than that of the control group, without statistical difference between the surgical groups. Alkaline reflux, both scintigraphic and histological analysis, revealed no difference between the experimental groups. It was concluded that the standardized experimental model proved to be adequate. The sleeve gastrectomy promotes accelerated gastric emptying compared to unoperated stomachs. Pyloroplasty showed no statistically relevant alteration in gastroesophageal reflux, gastric emptying, intestinal transit, and alkaline reflux.