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Thèse de Doctorat
DOI
https://doi.org/10.11606/T.17.2022.tde-08112022-151425
Document
Auteur
Nom complet
Ivaldo de Jesus Almeida Belém Filho
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
Ribeirão Preto, 2022
Directeur
Jury
Correa, Fernando Morgan de Aguiar (Président)
Machado, Benedito Honório
Gomes, Felipe Villela
Zoccal, Daniel Breseghello
Titre en portugais
Envolvimento da ocitocina nos efeitos centrais e periféricos evocados pelo estresse por restrição em ratos
Mots-clés en portugais
Autonômico
CeA
Estresse
Ocitocina
PVN
Resumé en portugais
Estudos apontam estresse como um importante fator que predispõe ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e distúrbios psiquiátricos. Diversos modelos utilizados para estudos de distúrbios relacionados ao estresse produzem respostas funcionais e comportamentais, envolvendo substâncias endógenas como moduladoras ou marcadores do estresse e, de maneira interessante, o estresse por restrição (ER) induz liberação de ocitocina (OT) para a circulação. A OT é um hormônio neuropeptídeo produzido no hipotálamo, e secretado sob demanda para a circulação sanguínea via hipófise posterior, neste sentido pode haver efeito fisiológico frente ao ER. Assim, visamos avaliar a participação da OT nos efeitos centrais e periféricos evocados pelo ER. O ER aumentou a pressão arterial, a frequência cardíaca e o conteúdo plasmático de ocitocina, mas não a vasopressina. O tratamento com atosiban (um agonista de Gi) inibiu a taquicardia evocada por contenção sem afetar a pressão arterial. No entanto, esse efeito não foi mais observado após desnervação sinoaórtica, tratamento com homatropina (antagonista muscarínico M2) ou hipofisectomia, indicando que a ativação parassimpática mediada pela ocitocina secretada para a periferia é responsável por bloquear o aumento das respostas taquicárdicas observadas no grupo tratado com atosibano. Corroborando isso, o tratamento com L-368.899 (antagonista da ocitocina) mostrou um efeito oposto ao do atosiban, aumentando as respostas taquicárdicas à restrição. A análise da variabilidade de FC revelou efeito dos tratamentos em aumentar as bandas de baixa frequência (LF) na dose alta do antagonista e aumento do balanço simpatovagal (LF/HF) na dose baixa. Além disso, análise somática revelou que o ER não conseguiu promover efeitos deletérios morfofuncionais. Quanto aos efeitos comportamentais, os animais estressados apresentavam comportamento tipo-ansiogênico, 24h após a sessão de ER, visto no tempo e entradas nos braços abertos do labirinto em cruz elevado (LCE, % do tempo) e na redução do tempo nos quadrantes centrais do campo aberto. O tratamento com L-368,899 potencializou os comportamentos tipo ansiogênicos. A dosagem hormonal realizada após o ER mostrou aumento da liberação de corticosterona em todos os grupos estressados; quanto à OT, animais ER+veículo apresentaram aumento elevado comparado com o grupo Naïve, porém os tratamentos afetaram esta resposta, em uma curva de inibição dose-resposta, onde a dose menor (0,3µg) potencializou esta secreção de OT periférica, já a dose de 1µg apresentou valores semelhantes ao grupo ER+veículo, enquanto a dose de 3µg bloqueou a secreção levando a níveis semelhantes ao Naïve, demonstrando alteração do sistema a nível central. Não houve aumento de vasopressina em nenhum dos grupos. Ao avaliar a participação da OT em estruturas centrais, CeA e PVN, verificamos efeitos semelhantes em ambas estruturas quanto ao controle cardiovascular, redução da taquicardia após o uso do antagonista, contudo a CeA apresenta este controle independente do autônomo, enquanto o PVN é mediado pela ativação do simpático cardíaco. Já na avaliação comportamental observamos duas respostas: na CeA parece possuir um efeito antiestresse do antagonista, onde a maior dose parece reduzir os comportamentos tipo ansiogênicos, quanto ao PVN o antagonista promoveu efeito tipo ansiogênicos em todos os testes realizados. A liberação de corticosterona não foi alterada pelos tratamentos no CeA e PVN, somente na maior dose no CeA. Assim, o modelo de ER se mostra um efetivo indutor de ativação autonômica, neuroendócrina, somática e comportamental. A OT, atuando sobre o seu receptor promoveria efeitos protetores centrais e periféricos a diversos sistemas.
Titre en anglais
Oxytocin involvement in central and peripheral effects evoked by restrain stress in rats
Mots-clés en anglais
Autonomic
CeA
Oxytocin
PVN
Stress
Resumé en anglais
Studies have shown stress as an important factor that predisposes to the development of cardiovascular diseases and psychiatric disorders. Several models used to study stress-related disorders that produces functional and behavioral responses, involving endogenous substances as modulators or stress markers, and interestingly, the restraint stress (RS) induces the release of oxytocin (OT) into the circulation. OT is a neuropeptide hormone produced in the hypothalamus, and secreted on demand into the bloodstream via the posterior pituitary. In this sense, there may be a physiological effect against the ER. Thus, we aimed to evaluate the involvement of OT in central and peripheral effects evoked by RS. RS increased blood pressure, heart rate, and plasma OT content, but not vasopressin. Treatment with atosiban (a Gi agonist) inhibited restraint-evoked tachycardia without affecting blood pressure. However, this effect was no longer observed after sinoaortic denervation, treatment with homatropine (M2 muscarinic antagonist) or hypophysectomy, indicating that oxytocin-mediated parasympathetic activation when secreted into the periphery is responsible for blocking the increase in tachycardic responses observed in the group treated with atosiban. Corroborating this, the treatment with L-368,899 (oxytocin antagonist) showed an opposite effect to that of atosiban, increasing tachycardic responses to restraint. The analysis of HR variability revealed an effect of the treatments in increasing the low frequency bands (LF) at the high dose of the antagonist and increasing the sympathovagal balance (LF/HF) at the low dose. In addition, somatic analysis revealed that RS failed to promote a deleterious morphofunctional effect. As for the behavioral effects, the stressed animals showed anxiogenic-like behavior, 24h after the RS session, seen in the time and entries in the open arms of the EPM (%) and in the reduction of time in the central quadrants of the open field. Animals treated with L-368,899 displayed potentiated anxiogenic-like behaviors. Hormonal dosage performed after RS showed an increase in corticosterone release in all stressed groups; as for OT, ER+vehicle animals showed a high increase compared to the Naïve group, but the treatments affected this response, in a dose-response inhibition curve, where the lower dose (0.3µg) potentiated this peripheral OT secretion , whereas the dose of 1µg presented values similar to the ER+vehicle group, and the dose of 3 blocked secretion, leading to levels similar to Naïve, demonstrating a change in the system at the central level. There was no increase in vasopressin in either group. When evaluating the participation of OT in central structures, CeA and PVN, we found similar effects in both structures regarding cardiovascular control, reduction of tachycardia after the use of the antagonist; however, CeA presents this control independent of the autonomic, while PVN is mediated by cardiac sympathetic activation. In the behavioral evaluation, we observed two responses: in CeA it seems to have an anti-stress effect of the antagonist, where the highest dose seems to reduce anxiogeniclike behaviors; as for the PVN, the antagonist promoted anxiogenic-like effect in all tests performed. Corticosterone release was not altered by treatments in CeA and PVN, only at the highest dose in CeA. Thus, the ER model proved to be an effective model inducing autonomic, neuroendocrine, somatic and behavioral activation. OT, acting on its receptor, seems to promote central and peripheral protective effects to several systems.
 
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Date de Publication
2022-11-23
 
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