Startups são organizações que contam com recursos limitados e desenvolvem propostas inovadoras de produtos e serviços destinados a contextos incertos no mercado. Na última década, observa-se o uso crescente do modelo de empreendedorismo dirigido por hipótese (lean startup) neste tipo de empresa, buscando minimizar riscos e aumentar as chances de sucesso do negócio. Para que se execute este processo, equipes das startups utilizam recursos de design (práticas, conhecimentos, modelo mental, dentre outros), de forma a validar hipóteses acerca do seu produto e serviço, do seu modelo de negócios e das necessidades dos diferentes segmentos de usuários, atuando de maneira ágil, cíclica e iterativa para que recursos como tempo e dinheiro não se esgotem. Nesse contexto, a gestão de design apresenta-se como atividade crítica para startups. Entretanto, apesar desta criticidade, a literatura científica apresenta lacunas na teoria, dado que a atuação da gestão de design como elemento fundamental para a execução do empreendedorismo dirigido por hipótese ainda é analisada de maneira incipiente, havendo falta de clareza sobre possibilidades de ação e potenciais resultados. Para explorar estes temas, esta pesquisa teve como objetivo identificar diferentes abordagens de gestão de design utilizadas por equipes de startups que seguissem o modelo dirigido por hipótese, assim como os resultados para o desenvolvimento do negócio. Para isso, adotou-se um método de teoria fundamentada, entendendo, por meio de revisão exploratória e revisão sistemática da literatura, o que a academia já havia discutido sobre estes temas. Então, elaborou-se um referencial teórico, cujos padrões foram comparados a padrões da prática profissional encontrados em campo, por meio de oito estudos de caso com startups. Por fim, os resultados foram sintetizados em um modelo referencial que expõe: como a gestão de design atua ao levar design à estratégia, à gestão e à cultura da startup; os indicadores que explicitam estes movimentos e, por fim, os respectivos resultados para o desenvolvimento destas empresas.

Startups are limited resource companies that develop innovative products and services to highly uncertain markets. In the last decade, there is an increasing adoption by these companies of the hypothesis-driven entrepreneurship model (or "lean startup") with the intention to minimize risks and raise the chances of business success. To execute such a model, startup teams use design resources (design practices, knowledge, mental model and more) to validate product, service, business model and user need hypothesis, acting in an agile, cyclical and iterative manner, so that the company doesn't run out of its resources, like time and money. In this context, design management can be regarded as a critical activity to startups. Even so, scientific literature based theory lacks clarity on the possibilities and potential results of design management within startups, since studies regarding design management as a critical element for the hypothesis-driven entrepreneurship execution are still scarce. To explore this theme, this research aims to identify diverse approaches to design management, applied by startup teams that follow the hypothesis-driven model, as well as results to development of the business. Therefore, a grounded theory method was followed, in which an exploratory and a systematic literature review were made, in order to understand what the academia had already discussed on those topics. Then, a theoretical reference was built, so that the patterns found on the literature could be compared to the ones found in the professional practice field, through eight case studies with startups. Finally, the results were synthesized in a reference model that depicts how design management takes design to a startup's strategy, management and culture, the indicators that track these movements and the expected results to company development.