O que é o livro? Um tratado literário? Um conjunto de páginas dobradas e encadernadas? As definições possíveis de um livro mesclam a narrativa das ideias com o manifesto da forma. Artefato complexo e manipulável, o livro impresso pode ser um recipiente linear de conteúdo bem como a expressão material de um discurso. Caberá ao designer de livros decidir a forma por meio da qual essa mensagem será transmitida. Sua criação será orientada pela obra literária em si e pela cadeia produtiva que o rodeia, do autor ao leitor, da editora à livraria. Mas e se o contexto de produção fosse uma editora independente? Na década de 2010, a cidade de São Paulo foi palco de uma aglutinação de feiras de publicações ocupadas por produtores ditos independentes. A nomenclatura é intencionalmente utilizada para qualificar seus métodos particulares de concepção do livro. O resultado são obras que renovam a experiência do livro impresso comercial. A dissertação proposta discute o design do livro sob a perspectiva das editoras independentes. Analisam-se 28 projetos gráficos de livros impressos por sete editoras paulistanas atuantes dentro de tal segmento, estabelecendo similaridades e diferenças entre os elementos que constituem seus exemplares. Revela-se uma série de livros cujo design é expressivo e que estabelecem relações sintáticas e semânticas com o conteúdo.

What is a book? A literary treatise? A set of folded, bound pages? All possible definitions for the term book blend a narrative of ideas with the manifesto for form. Both intricate and malleable, the printed book is an artifact that may serve as a linear receptacle for content as well as a material expression for discourse. It is the role of book designers to decide how this message will be transmitted. Their creation will be guided by the literary work per se and the encompassing production chain, from authors to readers, from publishers to book stores. But what if an independent publisher provided the context for this production? During the years 2010, the city of Sao Paulo became a stage for an agglomeration of publishing fairs filled with self-declared independent producers. This terminology is intentionally used to identify their distinct methods for conceiving a book. This thesis discusses the design of the book under the perspective of independent publishers. We analyze 28 designs of printed books produced by seven independent publishing companies while identifying similarities and differences between the elements that constitute their samples. The final exposé is a series of books with striking designs that establish syntactic and semantic relations with their content.