O mundo vem se modificando de maneira acelerada. A tecnologia viabiliza mudanças rápidas e em grande escala. O mercado e as empresas apressam-se em acompanhar toda essa transformação. Enfrentando esse cenário cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo, as empresas multinacionais, tradicionais em seus segmentos, e vencedoras por muitos anos, dia a dia vem se aproximando da instabilidade que se até então era mais reconhecida no ecossistema empreendedor. A partir dessa aproximação, nasceu o termo competência intraempreendedora, fazendo referência ao colaborador que exerce um papel empreendedor dentro da própria empresa, com capacidade de transitar melhor em meio a tantas mudanças, estando preparado para lidar com este ambiente tão complexo e, assim, tornando-se um capital fundamental para que a empresa afronte a nova realidade. Contudo, ainda são escassas as formas como as multinacionais podem incentivar o desenvolvimento de tais competências em seus colaboradores. Nesse contexto, apresenta-se o nosso objeto de estudo, o Programa Next de aceleração de ideias, realizado na multinacional Pirelli, para seus colaboradores internos. O objetivo foi compreender em que medida tal iniciativa apresentou-se como uma ferramenta efetiva de apoio ao desenvolvimento de competências intraempreendedoras. Trata-se de um estudo de caso, com a realização de pesquisa descritiva quantitativa, com a obtenção de dados por meio da aplicação de questionário de escala Likert, e exploratória qualitativa, com a captura das percepções por meio de algumas perguntas abertas. Dois grupos responderam aos questionários de autoavaliação em duas fases distintas: a primeira, Fase 1, ocorreu na pré-implantação do Programa Next e a segunda, Fase 2, sete meses após sua finalização. O grupo de respondentes era composto, na Fase 1, por 63 participantes Next e 52 não participantes e, na Fase 2, por 34 participantes Next e 37 não participantes. No total, foram 186 respostas. O resultado obtido demonstrou que o grupo de participantes teve o desenvolvimento de suas competências influenciado pela experiência no Programa Next, porém de maneira não linear. Também confrontamos e ressaltamos o impacto que o ambiente e as decisões tomadas pela empresa provocaram durante o processo e concluímos, inclusive, que o programa de aceleração apresenta-se como ferramenta viável de apoio ao desenvolvimento das competências intraempreendedoras de colaboradores. Porém ressaltamos que, como ferramenta isolada, pode não atingir o objetivo almejado.

The world has been changing rapidly. The technology enables rapid and on large-scale changes. The market and the companies are rushing to keep up with all this transformation. Facing this increasingly volatile, uncertain, complex and ambiguous scenario, multinational companies, traditional in their segments, and winners for many years, day by day have been approaching of the instability which until then was more recognized in the entrepreneurial ecosystem. It is from this approach that the term intra-entrepreneurial competence was born, referring to the employee who plays an entrepreneurial role within the company itself, with the ability to move better through so many changes, being prepared to deal with such a complex environment and, thus, becoming a fundamental capital for the company to face the new reality. However, there are still few ways in which multinationals can encourage the development of such competences of their employees. In this context, our object of study presents, the Next Program for the Acceleration of Ideas, carried out at the multinational Pirelli, for its internal collaborators. The objective was to understand to what extent this initiative presented itself as an effective tool to support the development of intra-entrepreneurial competencies. This is a case study, with descriptive quantitative research, with data obtained through the application of a Likert scale questionnaire, and exploratory qualitative, with the capture of perceptions through some open questions. Two groups answered the self-assessment questionnaires in two distinct phases: the first one, Phase 1, occurred before the beginning of the Next Program and the second one, Phase 2, seven months after its completion. The group of respondents was composed, in Phase 1, of 63 Next participants and 52 non-participants and, in Phase 2, of 34 Next participants and 37 non-participants. In total, there were 186 responses. The result showed that the group of participants had the development of their competencies influenced by the experience in the Next Program, but in a non-linear way. We also confronted and highlighted the impact that the environment and the decisions made by the company have had during the process and we conclude that the acceleration program is a viable tool to support the development of employees' intra-entrepreneurial competences. However, we emphasize that, as an isolated tool, it may not achieve the desired goal.