No âmbito dos estudos em Negócios Internacionais, há um ímpeto em se considerar as subsidiárias das empresas multinacionais como uma unidade de análise, a fim de aumentar a compreensão não apenas desses atores na maior parte das economias ao redor do mundo, mas também da complexidade da rede interna das próprias corporações. A teoria da dependência de recursos fornece uma base para a compreensão das relações entre matriz e subsidiárias, ao se evidenciar os direitos de decisão da subsidiária. Já a visão baseada em capacidades dinâmicas também tem atraído atenção da pesquisa em gestão de empresas multinacionais, pois essas empresas precisam gerar e modificar suas rotinas operacionais para se adaptar ao ambiente de negócios em mudança. A partir das teorias da dependência de recursos e da visão baseada em capacidades, o desenvolvimento das capacidades operacionais das subsidiárias (capacidades de inovação e capacidades gerenciais) pode ser influenciado pelas estratégias de redução de dependência ou capacidades dinâmicas, denominadas fusão e aquisição e alianças estratégicas. A partir deste contexto, emergiu a seguinte questão de pesquisa: Qual a relação entre capacidades dinâmicas e o desenvolvimento de capacidades operacionais das subsidiárias? A tese defendida é que o poder das subsidiárias em diferentes mercados se manifesta por meio do desenvolvimento de capacidades operacionais (capacidades de inovação e capacidades gerenciais) a partir do desenvolvimento de estratégias de redução da dependência de recursos ou capacidades dinâmicas (fusão e aquisição e alianças estratégicas). O objetivo geral foi analisar a relação entre capacidades dinâmicas (fusão e aquisição e alianças estratégicas) e o desenvolvimento de capacidades operacionais (capacidade de inovação e capacidade gerencial) das subsidiárias. Como procedimentos metodológicos, adotou-se uma abordagem de pesquisa quantitativa com coleta de dados secundários da base de dados Capital IQ e do Índice Global de Inovação, de 509 empresas subsidiárias localizadas em diferentes países. Os resultados, estimados por meio de regressão linear múltipla, demonstraram que tanto fusões e aquisições quanto alianças estratégicas são relevantes para o desenvolvimento de ambas as capacidades operacionais, capacidade de inovação e capacidade gerencial. De modo complementar, as incertezas do ambiente inovação onde as subsidiárias se localizam tem um papel relevante no desenvolvimento das capacidades operacionais, visto que à medida que as incertezas de inovação se elevam há um comprometimento no desenvolvimento da capacidade de inovação. Por outro lado, a capacidade dinâmica alianças estratégicas supera o efeito negativo do ambiente de inovação incerto. Afinal, a interação entre alianças estratégicas e incerteza do ambiente de inovação se apresenta como uma relação positiva e significativa para o desenvolvimento da capacidade de inovação. Este estudo contribui com o chamado da literatura para analisar as configurações de gestão no nível da subsidiária; testar empiricamente os preceitos da teoria da dependência de recursos e da visão baseada em capacidades e analisar os efeitos da incerteza do ambiente de inovação nos processos de desenvolvimento de capacidades. Do ponto de vista gerencial, evidenciou-se a importância de ações proativas perante o ambiente de incerteza, a partir de transações de fusões e aquisições e alianças estratégicas, para o desenvolvimento de capacidades operacionais.

In the context of studies in International Business, there is a time when the subsidiaries of multinational companies are considered as a unit of analysis, in order to increase understanding not only of these actors in most economies around the world, but also of the complexity of the internal network of corporations themselves. The resource dependence theory provides a basis for understanding the relationships between headquarters and subsidiaries, by evidencing the decision-making rights of the subsidiary. On the other hand, the capability-based view has also attracted attention from research in management of multinational companies, because these companies need to generate and their operational routines to adapt to the changing business environment. Based on theories of resource dependency and capability-based view, the development of subsidiaries' operational capabilities can be influenced by dependency reduction strategies or dynamic capabilities, called merger and acquisition and strategic alliances. From this context, the following research question emerged: What is the relationship between the dynamic capabilities and the development of operational capabilities of subsidiaries? The thesis argues that the power of subsidiaries in different markets is manifested through the development of operational capabilities through the development of strategies to reduce dependence on resources or dynamic capabilities (merger and acquisition and strategic strategies). The general aim was to analyze the relationship between dynamic capabilities and the development of operational capabilities (innovation and organizational capabilities) of subsidiaries. As methodological procedures, a quantitative research approach was adopted with secondary data collection from the Capital IQ database and the Global Innovation Index of 509 subsidiary companies located in different countries. The results, estimated by linear regression multiple, demonstrated that both mergers and acquisitions and strategic alliances are relevant for the development of both operational capabilities, innovation capability and organizational capability. In addition, uncertainties in the innovation environment where subsidiaries are located play a relevant role in capacity building, as innovation uncertainties rise there is a commitment to the development of innovation capability. On the other hand, the dynamic capacity strategic alliances overcomes the negative effect of the uncertain innovation environment. After all, the interaction between strategic alliances and uncertainty of the innovation environment is presented as a positive and significant relationship for the development of innovation capability. This study contributes to the literature's call to analyze management configurations at the subsidiary level; empirically test the precepts of resource dependency theory and capabilities-based view and analyze the effects of uncertainty of the innovation environment on capability development processes. From a management point of view, the importance of proactive actions in the environment of uncertainty, from mergers and acquisitions and strategic alliances, to the development of operational capability was evidenced.