Femtechs são startups com foco na saúde da mulher. O interesse nessa categoria de empresas em estágio inicial está crescendo em quantidade de empresas fundadas e investidas. O mercado global de femtechs deve atingir US$ 1,15 bilhão até 2025. O mercado brasileiro é tímido, mas promissor. Na Academia, o tema é novo e publicações científicas datam a partir de 2019, colocando esta tese em lugar de vanguarda. Visando fomentar o empreendedorismo, especialmente o feminino, que venha a considerar os problemas de saúde e bem-estar da mulher que por muitos anos foi negligenciado pela ciência e políticas públicas, esta pesquisa buscou levantar as principais considerações a serem feitas na criação de uma femtech no Brasil. Assim, buscou-se estruturar e consolidar em um framework um conjunto de boas práticas e diretrizes para a criação de femtechs. Este estudo tem caráter exploratório, une conhecimento cientíco à experiência da pesquisadora, utiliza como método de pesquisa a design science, tendo como objetivo projetar um artefato (framework). Para isso, coletou-se dados secundários em bancos de dados, literatura, além de dados primários através de entrevistas e um estudo de caso. Inicialmente, propôs-se uma denição de femtech, visto que há grande divergência entre conceitos praticados na literatura e na indústria. Das análises dos dados primários e secundários, foram levantadas reexões importantes sobre o que é ser mulher dentro do conceito de femtechs, a falta de tecnologias emergentes nas empresas brasileiras, a importância da diversidade para a inovação, tabus que empreendedoras podem enfrentar no mercado e, por m, uma importante provocação para que se olhe além da saúde reprodutiva e sexual da mulher na criação de femtechs no Brasil. Adiante, apresentou-se o framework que está dividido em nove áreas mais uma região central que convida a empreendedora a projetar sua femtech colocando a mulher no centro (woman-centered design) e se colocando como protagonista ao olhar também para dentro de si, estimulando enxergar novas possibilidades de alcançar vantagem competitiva. Por fim, considerou-se as limitações do estudo, sugestões de pesquisas futuras foram feitas e destacou-se as contribuições para a Academia e para a sociedade.

Femtechs are startups focused on women's health. The interest in this category of early-stage companies is growing in the number of companies founded and invested. The global femtech market should reach US$ 1.15 billion by 2025. The Brazilian market is timid, but promising. The subject is new among scholars and scientic publications dating from 2019, placing this thesis at the forefront. Aiming to encourage entrepreneurship, especially female entrepreneurship, that will consider women's health and well-being problems, which for many years has been neglected by science and public policy, this research sought to raise the main considerations to be made in the creation of a femtech in Brazil. Therefore, we sought to structure and consolidate in a framework a set of good practices and guidelines for the femtechs creation. This study is exploratory in nature, combines scientic knowledge with the researcher's experience, uses design science as a research method, with the aim of designing an artifact (framework). For that, secondary data was collected in databases, literature, in addition to primary data through interviews and a case study. Initially, a denition of femtech was proposed, since there is a great divergence between concepts practiced in the literature and in the industry. From the analysis of primary and secondary data, important reections were raised on what it means to be a woman within the concept of femtechs, the lack of emerging technologies in Brazilian companies, the importance of diversity for innovation, taboos that entrepreneurs can face in the market and, nally, an important provocation to look beyond the reproductive and sexual health of women in the creation of femtechs in Brazil. Next, the framework was presented, which is divided into nine areas plus a central region that invites the entrepreneur to design her femtech placing women at the center (woman-centered design) and also placing herself as a protagonist by also looking within herself, stimulating new possibilities to achieve competitive advantage. Finally, the limitations of the study were considered, suggestions for future research were made and the contributions to the Scholars and to society were highlighted.