O Brasil tem sido testemunha, nos últimos 10 anos, de inúmeros casos de corrupção envolvendo grandes empresas e personalidades do meio político em conluio com empresários. As empresas que aqui adquiriram negócios por meio da privatização de empresas públicas depararam-se com um quadro preocupante de casos de desvios de recursos e informações confidenciais, praticados pelos seus colaboradores. E não muito diferente têm sido os casos envolvendo empresas brasileiras ou multinacionais. O que precisamos saber é se as fraudes que ocorrem contra as empresas são algum tipo de fenômeno situacional, ou algum aspecto inerente a cultura brasileira. Mais do que isso, se assim não for, como podem as empresas prevenir-se da ação desses criminosos e quem seria o profissional mais indicado para coletar as provas, identificar os responsáveis e auxiliar os órgãos de repressão. Fundamentado nesta preocupação, exploramos no capítulo II o conceito de fraude e o perfil do fraudador. Buscamos definições de profissionais do Direito, da ciência Contábil, da Sociologia e da Psicologia para entender como pensa e por que age o fraudador dentro das empresas. Ainda no mesmo capítulo, comparamos a fraude no Brasil em relação a outros estudos produzidos no mundo, sempre com o objetivo de buscar um perfil desse fraudador. No capítulo III, comparamos os diversos trabalhos inerentes à profissão contábil e procuramos defender a criação de uma nova função para o Contador, assim como damos início aos trabalhos de análise do ambiente da fraude. No capítulo IV, procuramos identificar as fases de uma investigação, enfatizando a importância do planejamento e o cumprimento de cada uma das etapas propostas para trabalhos desta natureza. Abordamos, também, a questão da manutenção e avaliação dos procedimentos de controle interno, da análise das transações económicas -financeiras e dos documentos que dão suporte a elas. Na sequência, mostramos a importância de elaborar hipóteses sobre como teriam ocorrido os fatos e como todas essas fases auxiliam na condução das entrevistas, que podem ser conduzidas com testemunhas e suspeitos relacionados aos fatos sob investigação. Chegamos ao fim deste capítulo mostrando as diversas formas pelas quais o profissional responsável pela investigação da fraude relatará os trabalhos desenvolvidos e os resultados alcançados. No último capítulo, propomos alternativas de prevenção a fraudes conhecidas, bem como outras que deveriam ser exploradas. Abordamos os aspectos de ética nos negócios e da importância da área de recursos humanos em auxiliar a empresa no combate e na identificação da fraude. Finalmente, nas conclusões, procuramos demonstrar que o objetivo proposto foi atendido e indicamos novos projetos que dariam sequência ao trabalho elaborado. Mais importante ainda, chamamos os novos pesquisadores da Ciência Contábil a continuar na busca de alternativas de minimizar as perdas das empresas e de se manter na vanguarda das discussões sobre o tema.

Over the last ten years in Brazil, there have been innumerable cases of corruption involving large companies and politicians in collusion with businessmen. Companies that have taken part in the privatization of public sector enterprises have found themselves facing the disquieting issue of staff-originated leakages of both resources and confidential information. Something similar has also been seen in other Brazilian and multinational businesses. We need to know whether these frauds being practiced against companies may be explained by temporary phenomena or if they are due to some feature that is inherent in Brazilian culture. Furthermore, supposing that the latter is not the case, what sort of preventative measures should firms take against this kind of criminal behavior, and what kinds of professional are best equipped to amass evidence, identify those responsible and assist bodies charged with repression. On the basis of this concem we look at the concept of fraud and the profile of those practicing it in chapter II. We examine definitions that have emerged from the work of lawyers, accountants, sociologists and psychologists in order to understand how fraud is being practiced. In the same chapter, we also compare fraud in Brazil to data from intemational reports, the aim being to build up a profile of those responsible for this kind of fraud. In chapter III we examine the many tasks undertaken by an accounting activity and we endeavor to pose a new role for accountants. The chapter also takes up the analysis of the environment in which fraud takes place. In chapter IV, we examine the stages of an investigation, emphasizing the importance of planning and the accomplishment of each of the stages proposed for this kind of work. We also take up the question of the maintenance and assessment of internai control procedures, and of the analysis of economic financial transactions and the supporting documentation. We go on to point to the importance of building hypotheses to explain how the events took place and how these stage helped in the holding of interviews to be carried out with witnesses and suspects related to the facts under investigation. The final part of the chapter shows the different ways in which the professional in charge of the fraud investigation relates to the work undertaken and the results achieved. In the last chapter, we have posed the known methods of fraud prevention, as well as alternatives that should be examined. We look at aspects of business ethics and the importance of the human resources area in assisting the company to prevent or identify fraud. Finally, in the conclusions, we ask to what extent we have achieved the aim initially posed and point to new projects that could build on what we have posed hera. Even more importantly, we call for new research into Accounting to continue to seek ways of minimizing business losses and take the lead in the debate on this issue.