Apesar do avanço das exportações brasileiras de frutas frescas, o Brasil ainda não está dentre os maiores exportadores mundiais. Assim, o presente estudo procura investigar o papel das meso-instituições como facilitadores ou limitadores desse avanço. Tem-se como principal objetivo discutir os sistemas agroindustriais (SAGs) exportadores de manga, melão e uva a luz das meso-instituicoes. Aplicou-se pesquisa exploratória com questões semiestruturadas com representantes de cada SAG, além das organizações intermediárias, e utilizou-se análise de conteúdo, com auxílio de nuvem de palavras, para interpretação dos resultados. Destaca-se que as SAGs estudadas de manga, melão e uva têm produção focada no Nordeste e possuem diferentes perfis de agentes e níveis de escala de produção e, por isso, a importância de suas comparações. Como resultado, notou-se que as três cadeias exportadoras tiveram que internalizar quase todas as funções que poderiam ser desempenhadas por meso-instituições (tradução, implementação e monitoramento) sendo que não houve grande dificuldade para as empresas de grande porte, mas houve desafios para as de pequeno porte, que puderam ser solucionados, em parte, pelo suporte de grandes empresas ou pela junção em cooperativas. A função de implementação foi a que registrou menor apoio de meso-instituições, demonstrando assim, que a mesma compete somente a empresa exportadora. Além disso, os diferentes níveis de escala de produção podem ter levado uma menor dependência da cadeia de melão pelas meso-instituições, enquanto para a uva, houve maior dependência. Para agenda futura, pode-se aumentar o número de agentes entrevistados; aplicar uma metodologia quantitativa; e expandir o estudo para as demais frutas exportadas pelo Brasil, visto que essa pesquisa se pautou nas de maior relevância econômica, podendo haver um cenário diferente para outros perfis de frutas.

Despite the increase in Brazilian fresh fruit exports, Brazil is still not among the world's largest exporters. Thus, the present investigation seeks to investigate the role of Ménard's meso-institutions as facilitators or limitations of this advancement. The main objective is to discuss the agro-industrial systems (SAGs) that export mango, melon and grapes in the light of meso-institutions. Exploratory research was carried out with semistructured questions with representatives from each SAG, in addition to intermediary organizations, and content analysis was used, with the help of a word cloud, to interpret the results. It is noteworthy that the studied mango, melon and grape SAGs have production focused on the Northeast and have different agent profiles and levels of production scale and, therefore, the importance of their comparisons. As a result, it was noted that the three export chains had to internalize almost all functions that could be performed by meso-institutions (translation, implementation and monitoring) and there was no great difficulty for large companies, but there were challenges for small ones, which could be solved, in part, by the support of large companies or by joining cooperatives. The implementation function was the one that registered the least support from meso-institutions, thus demonstrating that it is only the responsibility of the exporting company. Furthermore, the different levels of production scale may have led to less dependence on the melon chain by meso-institutions, while for grapes, there was greater dependence. For a future agenda, the number of agents interviewed can be increased; apply a quantitative methodology; and expand the study to other fruits exported by Brazil, since this research was based on those of greater economic relevance, and there may be a different scenario for other fruit profiles.