A gestão dos negócios agropecuários envolve diversos desafios considerando as incertezas e o risco ao qual estão suscetíveis. Na tomaticultura, as particularidades na produção da cultura parecem elevar ainda mais as incertezas, dificultando a proteção ao risco, sendo relevante a análise dos riscos econômicos aos quais os produtores estão sujeitos. Para isso, o objetivo geral deste trabalho é avaliar e mensurar os riscos de liquidez e de rentabilidade para produtores de tomate de mesa na microrregião de Mogi Guaçu, em São Paulo, e na microrregião Caçador, em Santa Catarina, importantes em termos de produção do Brasil, considerando dados do período de 2010 a 2021. A metodologia da pesquisa se baseou na abordagem quantitativa, sendo os dados coletados e disponibilizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo. Foi feita a caracterização de três propriedades típicas: pequena e grande escalas em Caçador/SC e média escala em Mogi Guaçu/SP. Os dados permitiram entender as características dos sistemas de produção em propriedades típicas nas duas microrregiões em termos de uso da terra, tecnologias adotadas e combinações de insumos. Pela análise determinística, dimensionaram-se as estruturas anuais de receitas e custos de produção. Adotou-se o método de simulação estocástica para a geração de números aleatórios envolvendo as variáveis de custo e receitas em cada uma das propriedades típicas. Como indicadores econômicos para análise do risco foram calculados a Receita Líquida Operacional (RLO) e a Receita Líquida Total (RLT), as quais representam os riscos de liquidez (RLO<0) e de rentabilidade (RLT<0), respectivamente. Os resultados apontam que a produção em Caçador/SC é mais arriscada em relação à em Mogi Guaçu/SP, envolvendo a produção do tomate de mesa em períodos de safra de verão e com formato de comercialização mais dependente de intermediários. A propriedade típica de pequena escala foi a que apresentou maior risco de liquidez e de rentabilidade dentre as três propriedades analisadas. O risco de liquidez foi de 3,48% na propriedade de média escala em Mogi Guaçu/SP; de 22,66%, para a pequena escala de Caçador/SC; e, de 20,11%, para a grande escala de Caçador/SC. Ao se adicionar Custo Anual de Recuperação do Patrimônio (CARP), a RLT indica a capacidade de permanência a longo prazo na atividade e o risco de rentabilidade, que foi de 6,98% na média escala de Mogi Guaçu/SP; de 31,32%, na pequena escala de Caçador/SC; e, de 25,94%, para a grande escala de Caçador/SC. As variáveis com maior impacto nos resultados econômicos foram os preços, do lado da receita, e a mão de obra, do lado dos custos, de uso intensivo na cultura. Este trabalho traz as novas contribuições quanto a avaliação do risco econômico na produção de tomate de mesa no Brasil, assim como identifica as variáveis e possíveis ferramentas de mitigação de risco, como a diversificação e reorganização do formato de comercialização, reduzindo a intermediação.

The management of agricultural businesses involves several challenges considering the uncertainties and risk. In tomato production, the particularities of production seem to increase the uncertainties, making it difficult to protect against risk, being relevant the analysis of the economic risks to which producers are subject. The general objective of this work is to evaluate and measure the risk of liquidity and the risk of profitability for fresh tomato producers in the microregion of Mogi Guaçu, in São Paulo, and in the region Caçador, in Santa Catarina, important regions in terms of production of the Brazil, considering data from the period 2010 to 2021. The research methodology was based on the quantitative approach, with data collected and available by the Center for Advanced Studies in Applied Economics, at the University of São Paulo. Three typical properties were characterized: small and large scales in Caçador/SC and medium scales in Mogi Guaçu/SP. The data allowed understanding the characteristics of the production systems in typical properties in the two micro-regions in terms of land use, adopted technologies and combinations of inputs. By deterministic analysis, the annual structures of revenues and production costs were dimensioned. The stochastic simulation method was adopted to generate random numbers involving cost and revenue variables in each of the typical properties. As economic indicators for risk analysis, Net Operating Revenue (RLO) and Total Net Revenue (RLT) were calculated, which represent liquidity (RLO<0) and profitability (RLT<0) risks, respectively. The results indicate that production in Caçador/SC is riskier than in Mogi Guaçu/SP, involving the production of table tomatoes in summer harvest periods and with a marketing format more dependent on intermediaries. The typical small-scale property was the one that presented the highest liquidity and profitability risk among the three properties analyzed. The risk of liquidity was 3.48% in the medium scale property in Mogi Guaçu/SP; 22.66%, for the small scale of Caçador/SC; and 20.11% for the large scale of Caçador/SC. When adding the Annual Cost of Equity Recovery (CARP), the RLT indicates the ability to remain in the activity in the long term and the risk of profitability, which was 6.98% in the average scale of Mogi Guaçu/SP; 31.32%, in the small scale of Caçador/SC; and 25.94% for the large scale of Caçador/SC. The variables with the greatest impact on economic results were prices, on the revenue side, and labor, on the cost side, which is intensively used in the crop. This work brings new contributions regarding the assessment of economic risk in the production of fresh tomatoes in Brazil, as well as identifying variables and possible risk mitigation tools, such as diversification and reorganization of the marketing format, reducing intermediation.