Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) é um complexo de espécies crípticas de moscas-brancas, com variação na gama de hospedeiros, suscetibilidade a inseticidas, aspectos moleculares e eficiência de transmissão de fitovírus. Inseticidas com novos modos de ação, em tratamento de sementes e em aplicações foliares têm mostrado eficiência no controle de adultos da espécie B. tabaci Middle-East Asian Minor 1 (MEAM1), mas há poucas informações sobre a eficácia desses inseticidas para impedir a transmissão de vírus. Esta pesquisa investigou se o controle químico em feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) pode ser efetivo no controle de B. tabaci MEAM1 e na transmissão de Bean golden mosaic virus (BGMV). Assim, realizaram-se experimentos para avaliar a eficácia de inseticidas de diferentes grupos químicos, em pulverização foliar (acetamiprido, tiametoxan, ciantraniliprole, sulfoxaflor, imidacloprido, piriproxifem) e tratamento de sementes (ciantraniliprole, clotianidina, imidacloprido + tiodicarbe), no controle do inseto vetor e da transmissão do vírus. Em cada experimento, adultos sadios da mosca-branca foram previamente submetidos a um período de acesso à aquisição de 48 h em plantas de feijão infectadas por BGMV, sendo em seguida confinados sobre plantas de feijão sadias, em diferentes estádios fenológicos (V2, V3 e V4), de cada tratamento inseticida (5 indivíduos virulíferos por planta; 10 plantas por tratamento, incluindo testemunha não tratada). A mortalidade dos insetos foi avaliada após 48 h de exposição às plantas tratadas, sendo estas avaliadas quanto a sintomas de BGMV após 30 dias. Experimentos adicionais foram conduzidos para avaliar o efeito dos inseticidas e modos de aplicação sobre a alimentação de insetos avirulíferos e virulíferos, os quais foram confinados por 24 h sobre folhas de plantas de feijão sadias, em V3 e tratadas (8 insetos por planta: 10 plantas por tratamento, incluindo testemunha), em gaiolas plásticas circulares contendo papel filtro para a retenção de excrementos líquidos (honeydew). Em seguida, avaliou-se a mortalidade e o papel foi tratado com ninidrina para mensurar a área de excreção; no caso de insetos virulíferos, avaliou-se também a transmissão do BGMV para as plantas após 30 dias. Os resultados desta pesquisa mostram que é difícil controlar eficientemente a mosca-branca B. tabaci MEAM1 e a transmissão do BGMV via pulverização ou tratamento de sementes com inseticidas. Entretanto, é possível reduzir as taxas de transmissão do vírus com certos ingredientes ativos, tais como acetamiprido, em pulverização foliar e ciantraniliprole, no tratamento de sementes. A aplicação de inseticidas via semente mostrou ser eficaz no controle da mosca-branca e na redução da transmissão nos primeiros dias após a emergência das plantas, mas necessita ser complementada com aplicações foliares em V3.

Bemisia tabaci (Gennadius) (Hemiptera: Aleyrodidae) is a complex of cryptic species of whiteflies with variation in host range, susceptibility to insecticides, molecular aspects and virus transmission. Insecticides with new modes of action in seed treatment and foliar application has shown promising results against the Middle-East Asian Minor 1 (MEAM1) species of B. tabaci. But there is no information regarding the effectiveness of these insecticides to prevent virus transmission. This research investigated if chemical control with insecticides from new chemical groups can be effective in controlling B. tabaci MEAM1 and transmission of Bean golden mosaic virus (BGMV) in common beans, Phaseolus vulgaris L. Thus, insecticides from different chemical groups were evaluated through seed treatment (cyantraniliprole, clothianidin, imidacloprid + thiodicarb) or foliar application (acetamiprid, thiametoxan, cyantraniliprole, sulfoxaflor, imidacloprid, pyriprofen). Healthy laboratory-reared adults of B. tabaci MEAM1 were submitted to 48-h virus acquisition access period on BGMV-infected bean plants. Then confined on healthy bean plants of each insecticide treatment (5 viruliferous adults per plant; 10 plants per treatment, including a control treatment without insecticides) at 2, 7 and 14 days after emergence (DAE). Insect mortality was evaluated after 48 h of in confinement treated plants. The of BGMV symptoms 30 days after the exposive of the plants to insects. Additional experiments were carried out to verify the effect of insectides and modes application of on the feeding rate of aviruliferous and viruliferous adults, which were confined for 24 h on leaves of with insecticides treated bean plants with 7 DAE (8 individuals per plant; 10 plants per treatment, including non-treated control), inside circular plastic cages lined with a filter paper to retain the honeydew droplets excreted by the adults of whiteflies. After the confinement period, insect mortality was assessed and the paper was treated with ninhydrin to measure the excretion (stained) area. For viruliferous insects, the test plants were rated for BGMV symptoms 30 days later. The results of this research show that it is difficult to efficiently control the whitefly B. tabaci MEAM1 and the transmission of BGMV by spraying or treating seeds with insecticides. However, it is possible to reduce the transmission rates of viruses with certain active components, such as acetamiprid in foliar application and cyantraniliprole as seed treatment. The application of insecticides on seeds proved to be effective in controlling whitefly and reducing transmission in the first days after the emergence of plants, but it is necessary to be complemented with foliar applications in V3.