A própolis é uma matriz resinosa e balsâmica produzida por abelhas da espécie Apis melífera para a proteção da colmeia contra variações climáticas, patógenos e predadores. É também considerada como um alimento funcional, pois apresenta diversas propriedades bioativas, tais como atividades antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória, entre outras. Sendo assim, o presente estudo buscou avaliar a bioacessibilidade de polifenóis do extrato etanólico da própolis orgânica do tipo 1 (PO1) produzida no sul do Brasil. Para a realização deste trabalho foi utilizada a técnica de digestão estática in vitro e o transporte epitelial com o modelo de monocamada de células Caco-2. Foram também avaliadas a composição fenólica e a atividade antioxidante por meio do sequestro de radicais sintéticos e espécies reativas de oxigênio dos extratos não digerido, digerido e do transporte epitelial. Por meio da técnica de LC-ESI-QTOF-MS foram identificados 10 compostos no extrato não digerido, entre os quais as lignanas (-)-Secoisolariciresinol, Lariciresinol, Matairesinol e Balajaponina D. Foi observada uma diminuição do teor de fenólicos e atividade antioxidante do extrato etanólico com o decorrer das etapas da digestão, com exceção do sequestro do radical superóxido, em que a fração basolateral (transportada) apresentou a mesma atividade que o extrato não digerido (IC₅₀ basolateral= 0,91mg/ml) (p<0,05). No ensaio de toxicidade com o modelo in vivo de larvas de Galleria mellonella foi observada uma toxicidade muito baixa para o extrato etanólico não digerido (DL₅₀ = 1,10g/kg). Conclui-se que a digestão possui um efeito significante na redução da atividade antioxidante e do conteúdo de fenólicos totais desta própolis. Entretanto, o material digerido ainda apresentou atividade antioxidante mesmo após o transporte celular epitelial, sugerindo fortemente que os fenólicos presentes nesta própolis são capazes de apresentar efeitos biológicos in vivo, sendo que alguns deles poderiam também ser considerados marcadores de bioatividade desta própolis.

Propolis is a resinous and balsamic matrix produced by Apis melífera bee's specie with the aim to protect the hive against climatic variation, pathogens and predator's entry. However, is also considered as a functional food, because propolis has been showing many bioactive properties, like antioxidant, antimicrobial and anti-inflammatory activities. Therefore, this research aimed evaluate the polyphenols bioaccessibility of an organic propolis- type 1 ethanolic extract, produced in South Brazil. To the conduct the research, the static in vitro digestion method and epithelial transport through Caco-2 cells monolayer was used. In this study has evaluated the total phenolic composition (TPC) and antioxidant activities synthetic radicals and reactive oxygen species in the digested, non-digested and epithelial transport extract. Through the LC-ESI- QTOF-MS technique, were identified 10 compounds in the non-digested extract, like (-)-secoisolariciresinol, lariciresinol, matairesinol and Balajaponin-D. Could be observed a decrease in the total phenolic composition and antioxidant activities in the ethanolic extract during the digestion stages, except in the superoxide scavenging capacity assay, in which the basolateral fraction (transported) showed the same capacity as the non-digested extract (p<0.05) (IC₅₀ basolateral= 0.91mg/ml). In the toxicity assay using Galleria mellonella larvae in vivo model, was observed a very low toxicity of the organic propolis ethanolic extract non- digested (LD₅₀ = 1,10 g/kg). As a conclusion, the digestion has a significant decrease effect in the antioxidant activities and total phenolic composition in this propolis profile. However, the digested material still having showing antioxidant activity even after the cellular epithelial transport, suggesting strongly that the phenolic compounds present in this propolis are capable to show in vivo biological effects, being that some of they can be considered bioactive markers of this propolis profile.