The production sustainability of sugarcane cultivation has been a growing concern, especially because the cultivation system used by the majority of producers has led to soil quality degradation and compromised agricultural production. Therefore, in order to meet the global demand for biofuels, it is essential that the cultivation systems employed do not compromise soil quality and economic as well as environmental sustainability. To gather information about the current scenario, an investigation was conducted into how soil quality has been addressed in research on sugarcane management, aiming to identify gaps that need further exploration in future studies. A bibliometric review revealed gaps in studies involving sugarcane cultivated under conservationist systems, such as no-tillage, that comprehensively assess soil quality through the integration of physical, chemical, and biological indicators. Additionally, there is a need for analyses of hydrophysical, micromorphological, and macrofauna aspects as indicators of soil quality. Building upon these findings, the objective was to evaluate the functioning and quality of soil cultivated with sugarcane under different soil preparation and management systems, including conservationist systems, to identify the system that most contributes to improving the sustainability of sugarcane production. For this purpose, a long-term trial (conducted since 1998) was utilized, where sugarcane and soybeans are cultivated in a rotational system under conventional tillage and no-tillage systems with varying lime doses. Through physical and hydrophysical analyses, as well as visual assessments of soil structure, the functioning and quality of the soil were evaluated. Overall, the results indicated that the no-tillage system in conjunction with lime application (4 Mg ha^-1) emerges as the most viable system for soil conservation and the environmental and economic sustainability of sugarcane cultivation. This system combines the advantages of correcting soil fertility through liming with the benefits of no-tillage, enhancing hydrophysical attributes and soil structure.

A sustentabilidade de produção do cultivo de cana-de-açúcar tem sido alvo de preocupação nos últimos tempos, sobretudo por que o sistema de cultivo utilizado pela maioria dos produtores tem causado degradação da qualidade do solo e comprometido a produção agrícola. Logo, a fim de atender a demanda global de biocombustíveis é imprescindível que os sistemas de cultivo utilizados não comprometam a qualidade dos solos e a sustentabilidade econômica e ambiental. A fim de levantar informações sobre o cenário atual, buscou-se investigar como a qualidade do solo tem sido abordada nas pesquisas sobre manejo da cana-de-açúcar, e então identificar lacunas que precisam ser mais exploradas em pesquisas futuras. Uma revisão bibliométrica mostrou a existência de lacunas em estudos envolvendo cana-de-açúcar cultivada sob sistemas conservacionistas, como o plantio direto; que avaliem de forma abrangente a qualidade do solo por meio da integração de indicadores físicos, químicos e biológicos; e que utilizem análises de aspectos físico-hídricos, micromorfológicos e da macrofauna como indicadores da qualidade do solo. Com base nesses achados, objetivou-se avaliar o funcionamento e a qualidade do solo cultivado com cana-de-açúcar sob diferentes sistemas de preparo e manejo do solo (incluindo sistemas conservacionistas), para identificar o sistema que mais contribui para melhorar a sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar. Para isso, utilizou-se um ensaio de longo prazo (conduzido desde 1998) em que cana-de-açúcar e soja são cultivadas em sistema rotacional, sob os sistemas de preparo convencional e plantio direto e diferentes doses de calcário, e por meio de análises físicas, físico-hídricas, e análises visuais da estrutura do solo, avaliamos o funcionamento e a qualidade do solo. De modo geral, os resultados obtidos mostraram que o sistema plantio direto em conjunto com a aplicação de calcário (4 Mg ha^-1) surge como o sistema mais viável para a conservação do solo e para a sustentabilidade ambiental e econômica do cultivo da cana-de-açúcar. Esse sistema combina as vantagens da correção da fertilidade do solo por meio da calagem com os benefícios do plantio direto, melhorando os atributos físico-hídricos e a estrutura do solo.