A utilização de boro (B) na silvicultura mundial tem aumentado, promovendo ganhos de produtividade e qualidade dos produtos. Entretanto, fontes solúveis de B têm sido preferencialmente utilizadas, embora apresentem maior potencial de causar fitotoxidez e perdas por lixiviação. A hipótese deste estudo é que fontes de B de menor solubilidade apresentem menor lixiviação, maior absorção e maior produtividade de espécies florestais (mogno-africano e eucalipto) quando comparadas à fontes solúveis. O objetivo geral do estudo foi avaliar a dinâmica no solo e na planta de fontes de B de diferentes solubilidades em mogno-africano e eucalipto. Para isto, o estudo foi conduzido em três etapas: (1) Uma abordagem de revisão bibliomética, (2) Dinâmica de B no crescimento de mudas florestais (eucalipto e mogno africano) em condições controladas e (3) Fontes de B no crescimento de eucalipto em condições de campo. Na etapa 1, foi realizado estudo bibliométrico para analisar a distribuição espaço-temporal dos trabalhos relacionados ao manejo do B em eucalipto no período de 1970 a 2021. A etapa 2 foi conduzido em casa de vegetação, onde foram plantadas mudas de mogno-africano e eucalipto em vasos contendo 9 kg de solo, com sistema de coleta do lixiviado, as quais receberam fontes (bórax granulato, ulexita e colemanita) e doses (0, 1,5 e 3,0 mg dm^-3 de B). Foram realizadas avaliações morfológicas, fisiológicas e análise química nas folhas, no solo e no lixiviado. A etapa 3 foi conduzida em condições de campo, nos municípios de Agudos-SP e Júlio Mesquita-SP, com cultivo de eucalipto até os 24 meses de idade. Neste estudo foram avaliadas as fontes de B (octaborado de sódio, ácido bórico, bórax em pó e granulado, ulexita e colemanita), na dose de 5 kg ha^-1 de B. Aos 6, 14 e 24 meses de idade foram realizadas análises de folhas, mensuração de altura, diâmetro da altura do peito e incremento médio anual. Na etapa 1 foi possível concluir que os estudos com fertilização boratada em eucalipto aumentaram nos últimos 10 anos, no entanto, ainda é tratado de forma regional entre os países. Neste contexto, o Brasil é destaque nas pesquisas relacionadas ao manejo do B em eucalipto, particularmente em instituições das regiões Sul e Sudeste. Na etapa 2, observou-se que a resposta das espécies florestais em incremento de biomassa na fase inicial de crescimento não foi influenciada pelo fornecimento de B, mesmo cultivado em solos com baixo teor do elemento. Fontes solúveis, como tetraborato de sódio e ulexita, bem como doses acima de 1,5 mg dm^-3 causam sintomas de toxidez nas folhas do mogno-africano. O tetraborato de sódio apresentou maiores perdas por lixiviação e menores teores residuais no perfil do solo. Na etapa 3 identificou-se que as fontes mais solúveis apresentaram maior incremento no teor de B foliar, porém promovem sintomas de toxidez nos primeiros seis meses de crescimento da floresta. A conclusão deste estudo é de que fontes de B de média a baixa solubilidade podem ser utilizadas para plantios de espécies florestais, garantindo menor perda por lixiviação e evitando riscos de toxicidade.

The use of boron (B) in forestry worldwide has increased, promoting gains in productivity and product quality. However, soluble sources of B have been preferentially used, although they have a greater potential to cause phytotoxicity and leaching losses. The hypothesis of this study is that sources of B with lower solubility present less leaching, greater absorption and higher productivity of forest species (African mahogany and eucalyptus) when compared to soluble sources. The overall objective of the study was to evaluate soil and plant dynamics of B sources of different solubilities in African mahogany and eucalyptus. For this, the study was conducted in three stages: (1) A bibliometric review approach, (2) Dynamics of B in the growth of forest seedlings (eucalyptus and African mahogany) under controlled conditions and (3) Sources of B in the growth of eucalyptus under field conditions. In step 1, a bibliometric study was carried out to analyze the space-time distribution of works related to the management of B in eucalyptus from 1970 to 2021. Step 2 was conducted in a greenhouse, where seedlings of African mahogany and eucalyptus in pots containing 9 kg of soil, with a leachate collection system, which received sources (granulated borax, ulexite and colemanite) and doses (0, 1.5 and 3.0 mg dm^-3 of B). Morphological, physiological and chemical analyses were carried out on leaves, soil and leachate. Stage 3 was conducted under field conditions, in the municipalities of Agudos-SP and Júlio Mesquita-SP, with eucalyptus cultivation up to 24 months of age. In this study, sources of B (sodium octaborate, boric acid, powdered and granulated borax, ulexite and colemanite) were evaluated at a dose of 5 kg ha^-1 of B. At 6, 14 and 24 months of age, analyzes were carried out of leaves, measurement of height, diameter at breast height and average annual increment. In step 1 it was possible to conclude that studies with borate fertilization in eucalyptus increased in the last 10 years, however, it is still treated regionally between countries. In this context, Brazil stands out in research related to the management of B in eucalyptus, particularly in institutions in the South and Southeast regions. In step 2, it was observed that the response of forest species in biomass increment in the initial growth phase was not influenced by B supply, even cultivated in soils with low B content. Soluble sources such as sodium tetraborate and ulexite, as well as doses above 1.5 mg dm^-3 cause toxicity symptoms in African mahogany leaves. Sodium tetraborate showed higher leaching losses and lower residual levels in the soil profile. In step 3, it was identified that the more soluble sources showed a greater increase in leaf B content, but promoted symptoms of toxicity in the first six months of forest growth. The conclusion of this study is that B sources of medium to low solubility can be used for planting forest species, ensuring less loss by leaching and avoiding toxicity risks.