Dissertação de Mestrado
DOI
10.11606/D.11.2004.tde-25032004-164248
Documento
Autor
Nome completo
Flávia Maria Erbetta de Andrade
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
Piracicaba, 2003
Orientador
Banca examinadora
Silva, Sila Carneiro da (Presidente)
Pedreira, Carlos Guilherme Silveira
Rodrigues, Luis Roberto de Andrade
Título em português
Produção de forragem e valor alimentício do capim-marandu submetido a regimes de lotação contínua por bovinos de corte.
Palavras-chave em português
capim brachiaria
desempenho animal
forragem
pastejo-manejo
valor nutritivo
Resumo em português
O manejo do pastejo, caracterizado pela freqüência e intensidade de
desfolhação, determina a estrutura do dossel forrageiro. Esta, por sua vez, age
como condicionadora das respostas de plantas e animais. Com a finalidade de
conhecer melhor as relações de causa e efeito entre a manipulação da
estrutura do dossel forrageiro e a produção animal, o presente trabalho teve por
objetivo avaliar o acúmulo de forragem, a composição botânica e morfológica
do dossel e de amostras de forragem obtidas por meio de simulação de pastejo,
bem como o valor nutritivo dessas amostras e o ganho de peso de bovinos em
crescimento em pastos de Brachiaria brizantha cv Marandu submetidos a
regimes de lotação contínua e taxa de lotação variável. O experimento foi
realizado em área do Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ, Piracicaba,
SP, entre 01 de dezembro de 2001 e 26 de dezembro de 2002. Os tratamentos
corresponderam a quatro alturas de dossel forrageiro (10, 20, 30 e 40 cm)
mantidas em equilíbrio dinâmico (steady state) e alocadas às unidades
experimentais segundo um delineamento de blocos completos casualizados,
com quatro repetições. Durante a primavera e o verão pastos mantidos mais altos (30 e 40 cm) apresentaram taxas de acúmulo de forragem mais elevadas
que pastos mantidos mais baixos (10 e 20 cm) (84,2; 88,5; 133,0 e 141,5 na
primavera e 116,6; 144,3; 134,4 e 135,0 kg.ha -1 .dia -1 de MS no verão para 10,
20, 30 e 40 cm, respectivamente). Nas épocas de outono e inverno esse padrão
de resposta foi invertido, com os maiores valores de taxa de acúmulo
registrados para pastos mantidos mais baixos (61,1; 61,7; 44,2 e 17,5 no
outono e 22,4; 10,0; -2,2 e -22,5 kg.ha -1 .dia -1 de MS no inverno para 10, 20, 30
e 40 cm, respectivamente). Não houve diferença na produção total de forragem
nos 13 meses de experimento (26.360 kg.ha -1 de MS em média), porém a
condição do dossel forrageiro implicou em alterações significativas na
distribuição estacional da produção. As proporções de folhas (21,5%) e hastes
(27,8%) na massa de forragem mantiveram-se relativamente constantes para a
amplitude de alturas de dossel estudada e a proporção de material morto foi
menor nos pastos de 10 cm (45,3%) em relação aos demais (49,2%, em
média). Nas amostras de simulação de pastejo a proporção de folhas (78,1%)
foi muito superior e a de hastes (6,0%) e material morto (9,7%) muito inferiores
àquelas mensuradas na massa de forragem do dossel. A forragem proveniente
dos pastos de 10 cm apresentou menores proporções de folhas senescentes
(2,7%) que pastos mantidos a 20, 30 e 40 cm (3,5% em média). Em termos de
composição química, as maiores concentrações de matéria mineral, proteína
bruta e lignina, além da digestibilidade da matéria orgânica, foram encontradas
na forragem proveniente dos pastos de 10 cm (11,7; 13,7; 3,6 e 67,1%,
respectivamente) relativamente às outras condições de dossel avaliadas (11,2;
12,2; 3,0 e 63,9%, respectivamente, em média). Os teores de FDN e FDA foram
menores nos pastos de 10 cm (60,8 e 28,1%, respectivamente) quando
comparados com os pastos mantidos a 20, 30 e 40 cm (62,0 e 29,0%,
respectivamente). Na média do período experimental, a taxa de lotação
decresceu com a elevação da altura do dossel forrageiro (4,1; 3,0; 2,1 e 1,2
UA.ha -1 para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente), sendo que durante as
épocas de crescimento mais favoráveis (primavera e verão) foram registrados os maiores valores do experimento. Apesar do valor nutritivo ligeiramente
superior da forragem proveniente dos pastos mantidos a 10 cm, o desempenho
animal aumentou com o aumento em altura do dossel (0,19; 0,51; 0,75 e 0,93
kg animal -1 .dia -1 para 10, 20, 30 e 40 cm, respectivamente). O controle e a
manipulação da condição (estrutura) do dossel forrageiro interferiu de forma
direta sobre a produção e o valor nutritivo da forragem, embora o desempenho
animal deva ter sido determinado por diferenças em consumo de forragem para
as condições de dossel estudadas, uma vez que as diferenças em valor
nutritivo foram pequenas.
Título em inglês
Herbage production and feeding value of marandu grass pastures submmitted to continuous stocking regimes by beef cattle.
Palavras-chave em inglês
animal performance
brachiaria grass
forage
grazing management
nutritive value
Resumo em inglês
Grazing management, characterized by the frequency and intensity of
defoliation, determines sward structure. This, in turn, defines plant and animal
responses. Aiming at a better understanding of the cause and effect
relationships between sward structure manipulation and animal production from
pastures, the present experiment had the objective of evaluating herbage
production, botanical and morphological composition of sward herbage mass
and herbage samples harvested simulating grazing, as well as the nutritive
value of these samples and animal performance of growing beef cattle heifers
on Brachiaria brizantha cv Marandu pastures submitted to continuous stocking
regimes with variable stocking rate. The experiment was carried out at
Departamento de Zootecnia, USP/ESALQ, Piracicaba, SP, from 01 December
2001 until 26 December 2002. Treatments corresponded to four sward steady
state conditions (10, 20, 30 and 40 cm sward surface heights - SSH), assigned
to experimental units according to a complete randomized block design, with
four replications. During spring and summer tall swards (30 and 40 cm)
presented higher herbage accumulation rates than short swards (10 and 20 cm) (84.2, 88.5, 133.0, 141.5 and 116.6, 144.3, 134.4, 135.0 kg.ha -1 .day -1 DM for the
10, 20, 30 e 40 cm swards, respectively). In autumn and winter this pattern of
response changed, with higher herbage accumulation rates measured in short
swards (61.1, 61.7, 44.2, 17.5 and 22.4, 10.0, -2.2, -22.5 kg.ha -1 .day -1 DM for
the 10, 20, 30 e 40 cm swards, respectively). There was no difference in
herbage yield at the end of the 13-month experimental period (26,360 kg.ha -1
DM on average), although sward condition did result in significant changes in
seasonal distribution of dry matter production. Proportions of leaf (21.5%) and
stems (27.8%) in sward herbage mass remained relatively constant within the
range of SSH studied and the proportion of dead material was lower for the 10
cm swards (45.3%) in relation to others (49.2%, on average). For the grazing
simulation samples the proportion of leaves was much higher (78.1%) and
stems (6.0%) and dead material (9.7%) significantly lower than that registered in
sward herbage mass. Herbage from the 10 cm swards presented lower
proportions of senescing leaves (2.7%) than 20, 30 and 40 cm swards (3.5%, on
average). Chemically, higher concentrations of ash, crude protein and lignin, as
well as organic matter digestibility, were determined in herbage samples from
the 10 cm swards (11.7, 13.7, 3.6 and 67.1%, respectively) in relation to the
other sward conditions studied (11.2, 12.2, 3.0 and 63.9%, respectively, on
average). NDF and ADF contents were lower for 10 cm swards (60.8 and
28.1%, respectively) when compared to 20, 30 and 40 cm swards (62.0 and
29.0%, respectively). Over the entire experimental period, the stocking rate
decreased with increasing SSH (4.1, 3.0, 2.1 and 1.2 AU ha -1 for 10, 20, 30 and
40 cm, respectively), but the highest values were recorded during over the
spring and summer periods. Despite the slightly higher nutritive value of the
herbage from the 10 cm swards, animal performance increased with increasing
SSH (0.19, 0.51, 0.75 and 0.93 kg animal -1 day -1 for 10, 20, 30 and 40 cm,
respectively). The control and manipulation of sward state (structure) affected
herbage production and nutritive value, although animal performance was very likely determined by differences in herbage intake for the sward conditions
studied since differences in nutritive value were small.
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Data de Publicação
2004-03-29
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- da SILVA, S. C., et al. Grazing behaviour, herbage intake and animal performance of beef cattle heifers on marandu palisade grass subjected to intensities of continuous stocking management [doi:10.1017/S0021859612000858]. Journal of Agricultural Science [online], 2013, vol. 151, p. 727-739.