Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.11.1969.tde-20240301-152519
Documento
Autor
Nome completo
Jose de Alencar Nunes Moreira
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
Piracicaba, 1969
Orientador
Título em português
Estudo sobre as correlações de caracteres em algodão mocó, Gossypium hirsutum marie - galante Hutch.
Palavras-chave em português
ALGODÃO MOCÓ
CORRELAÇÃO GENÉTICA
MELHORAMENTO GENÉTICO VEGETAL
Resumo em português
No Estado do Ceará o algodão Mocó (Gossypium hirsutum marie - galante Hutch.) destaca-se como o mais importante do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Para este algodão, no entanto, não são encontradas na literatura referências acerca das inter-relações entre seus diversos caracteres. No presente trabalho, são estudadas as correlações entre os caracteres seguintes: tecnológicos e morfológicos de primeiro ano isolados e combinados entre si, produção total e suas componentes, também, no primeiro ano com os morfológicos e tecnológicos, produção total, suas componentes no primeiro, segundo e terceiro anos e, finalmente, entre as combinações destas tomadas duas a duas. Como material de estudo foram utilizadas progênies de primeira geração, derivadas de matrizes pertencentes ás culturas antigas de Mocó de diversos locais do Estado do Ceará. Na coleta de parte dos dados foram considerados duas amostras de plantas, obtidas em 1963 e 1965, nas Fazendas “Experimental do Curu” e “Teotônio”, respectivamente, nos municÃpios de Pentecoste e Quixeramobim ambos, do Estado do Ceará, Brasil. Em cada amostra o numero de plantas estudadas variou entre 45 e 50 predominando, contudo, 50 plantas para a maioria das correlações estudadas. As seguintes conclusões foram obtidas: 1 - A variabilidade mostrou-se bastante acentuada para muito dos caracteres estudados, principalmente, para aqueles relacionados com as produções totais e dos ramos frutÃferos de primeira e de segunda ordens; 2 - Os caracteres morfológicos apresentaram, de um modo geral, menor grau de variabilidade do que o observado para os de produção; 3- Para os caracteres tecnológicos foram constatados os menores nÃveis de variabilidade de modo o especial a resistência da fibra para a qual foi encontrado em uma das amostras analisadas um coeficiente de variação de 9,1%; 4 - O comprimento da fibra mostrou-se correlacionado negativamente com a percentagem e Ãndice Micronaire e, positivamente com sua resistência; 5 - O Ãndice Micronaire, entre os caracteres tecnológicos, foi o que exerceu maior influencia no comprimento da fibra, mostrando-se esta influência, no entanto, como sinal negativo sobre esta caracterÃstica; 6 - Não se constatou, de um modo geral, correlação entre os caracteres morfológicos e tecnológicos o que impede, assim, que se possa ter indicações acerca das propriedades da fibra em se tomando por base os da primeira categoria; 7 - A produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem, relativamente à observada para os de primeira ordem, foi a que se apresentou com maior influência sobre a produção total, tanto do primeiro como do segundo ano; 8 - A produção total do primeiro ano mostrou-se dependente, entre outros fatores, do total de ramos e de capulhos, numero de sementes e peso médio do capulho; 9 - O efeito direto de variáveis desconhecidas na relação da produção total do primeiro ano com o total de ramos e de capulhos, números de sementes e peso médio do capulho mostrou que 89,9% da variação da primeira estava associadas com as demais caracterÃsticas empregadas; 10 - Dentre os caracteres componentes da produção total do primeiro ano, número total de capulhos foi o que apresentou maior influência como fator determinante desta caracterÃstica; 11 - A produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem, no primeiro ano, mostrou-se dependente, entre outros fatores, do número de ramos vegetativos, do número de ramos frutÃferos de mesma categoria e do número de capulhos correspondentes a estes ramos; 12 - O efeito direto de variáveis desconhecidas na relação da produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem com o numero de ramos vegetativos, numero de ramos frutÃferos de mesma categoria e número de capulhos correspondentes a estes ramos mostrou que 88,8% da variação da primeira estava associadas com as demais caracterÃsticas empregadas; 13 - Dentre os caracteres componentes da produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem, o número de capulhos foi o que apresentou maior influência como fator determinante desta caracterÃstica; 14 - O número de ramos vegetativos, no entanto, demonstrou exercer apreciável influência negativa na produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem no primeiro ano; numa indicação de que as plantas com muitos destes ramos tendem a uma reduzida produção nos simpódios deles originados; 15 - Tanto a produção total, como a produção correspondente aos ramos frutÃferos de segunda ordem do primeiro ano, podem ser tomados como indicadoras da produção total do segundo ano ensejando, assim, que a seleção para este ultimo seja feita precocemente no primeiro ano; 16 - A produção dos ramos frutÃferos de segunda ordem no primeiro, todavia, serve para indicação da produção total dos dois anos subsequentes, evidenciando que o potencial de produção das plantas encontra-se já definido neste ano e concentrado nos simpódios originados a partir dos ramos vegetativos; 17 - A escolha de plantas objetivando a produção total no segundo e terceiro anos devera recair, assim, sobre as mais produtivas com relação a parte frutÃfera de segunda ordem, no primeiro ano; 18 - Outro procedimento a adotar no primeiro ano com vistas à produção dos dois anos subsequentes seria o de considerar-se, também, o numero de capulhos nos ramos frutÃferos de segunda ordem; 19 - A produção do segundo ano, dos ramos frutÃferos de segunda ordem, por sua importância na determinação da produção total do terceiro, pode ser tomada, também, como indicadora desta; 20 - Não se constatou, de um modo geral; correlação entre os caracteres tecnológicos e de produção.
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Data de Publicação
2024-03-14